terça-feira, 19 de maio de 2009

Resistência



Aquela velha árvore,
cansada, ainda resiste
filtrando todo dia
a atmosfera poluída
entre os faróis dos carros,
seus recibos caem tristes
e apresentam a conta,
com suas folhas na avenida

Aquela velha árvore,
senhora esquecida
amarga a solidão
de seu pulmão enegrecido
no ilusionismo urbano
de seu tronco ainda firme
na cor indefinida
de seu verde esmaecido

Mas ela continua de pé,
alimentada por raízes fortes
ela insiste em ter fé
enfrentando os terrenos da morte

Aquela velha árvore,
anciã desiludida,
enfrenta cada estação,
fortaleza consumida
no grande campo da praça,
passa desapercebida,
só o olhar do poeta
conta a graça da sua vida...

Nenhum comentário:

Postar um comentário