Não há dúvidas de que a Barra pertence ao povo baiano. Sempre foi assim e assim deve continuar.
E no meio deste povo existe uma parte que lá habita e que não consegue se omitir nem se calar
quando vêameaçada a preservação desta espécie de santuário da nossa capital.
Seja por amor a esta linda parte de Salvador, seja por respeito à própria história da cidade,
seja por um compreensível apego ao terreno onde se vive, torna-se natural que os moradores e
amantes da Barra se sintam guardiões de seus incontáveis encantos!
Pois bem, este patrimônio anda ameaçado depois das mais diversas e descabíveis intervenções
realizadas nos últimos tempos, em nome de uma equivocada "requalificação" do bairro.
Esta "pseudo-requalificação" tem produzido desastrosas consequências não só para a comunidade
que lá habita, mas também para quem deseja conhecer, fazer uma visita ou mesmo investir neste
lugar tão especial!
Os moradores da Barra têm se movimentado no sentido de preservar o bairro e não permitir
que a degradação divida espaço com um dos mais belos cartões postais do mundo e que o povo
baiano ainda tem a honra e o orgulho de chamar de lar!
Depois de "despejar" sem aviso as árvores centenárias e transformar a Barra num Saara de cimento e pedra;
depois de tornar intransitável a principal avenida do bairro; depois de sabotar os investimentos
de centenas de empresários que apostaram na comunidade e no bairro; depois de inviabilizar o
estacionamento em todo o seu entorno; depois de brincar de laboratõrio de trânsito com suas ruas;
depois de trazer insegurança, medo, poluição e sujeira para o bairro; depois de transformar em
caos um antes pacífico e tranquilo local; depois de conseguir deixar insatisfeitos moradores,
visitantes, comerciantes e frequentadores; depois de transformar para pior a paisagem; depois
de macular a imponência do farol com o "adorno" indesculpável de uma roda gigante sem sentido;
depois de esvaziar o Porto de sua orginal e espontânea beleza e transformá-lo numa cracolândia
especial; depois do reveillon, do carnaval, querer fazer de um bairro residencial o centro de
eventos e festas da cidade, desrespeitando todas as leis referentes a barulho: depois de tudo isso,
ainda querem que você acredite que o movimento em defesa da nossa Barra é isolado e liderado por
"moradores elitistas" que não querem seus conterrâneos frequentando o bairro...
Se estes ditos moradores elitistas quisessem, de fato, se isolar, não estariam lutando pelo
comércio da região, à beira da falência e do fechamento na atual conjuntura. Se fosse uma questão
de elitizar, não estaríamos lutando por segurança, bem estar, meio ambiente e estacionamento, tudo
o que atrai visitantes, sejam eles turistas ou frequentadores da Barra. Até porque as praias
desta cidade sempre foram de todos os baianos. Na nossa opinião elitismo é diminuir significativamente
a quantidade de linhas de ônibus para a Barra e privilegiar esportes que exigem aluguel de equipamentos
mais caros, hoje em abundância em nosso bairro. Elitismo é descaracterizar o farol, maculando sua linda
paisagem com uma roda-gigante da Coca-Cola. É proibir a passagem do cidadão que lutou para conseguir
comprar o seu carro, mas permitir que os imensos e pesados trios elétricos desfilem com seus blocos,
estes sim absurdamente elitizados pelo preço inconcebível de seus abadás.
É isto mesmo que ousam chamar de REQUALIFICAÇÃO?
Então nos diga você, morador de outros bairros da nossa soterópolis, como se sentiria se tudo o que aqui
foi descrito estivesse acontecendo na sua vizinhança. Desertificação, insegurança, intransitabilidade,
poluição de detritos e sonora, falta de estacionamento, comércio falindo, etc, etc, etc...
O que você faria?
Talvez já seja a hora de você ir pensando e se mobilizando...
A tal da "REQUALIFICAÇÃO" está se espalhando e logo, logo, pode atingir você!
Junte-se a nós: #BARRAURGENTE!