quinta-feira, 27 de março de 2014

Ja eras




O que dizer
a quem não
quer ouvir?
O que oferecer
a quem não
quer ganhar?
O que calar,
se não quer
se omitir?
O que se permitir
se não quer
se gastar?
Terra,
globo,
ciclo,
volta,
roda,
esfera,
circulo...
O que voce
espera,
se não sabe
cirandar?
Guerra,
roubo,
vício,
tiro,
briga,
desperdício...
O tempo,
a hora,
a era,
de se
reinventar...

Guias




Olhos
que despertam
sorrisos,
avisos
que nos cercam,
são capazes
de acender
nossas cidades
e iluminar
as verdades
que o mundo
corrompeu!
Basta um par
de olhos
pra guiar
uma multidão
que não
enxerga mais...
Basta um par
de olhos
pra combater
a escuridão
de quem
não pode
mais ver...
Brilho
que se espalha,
luz que
se irradia,
entre tantas
falhas,
algumas alegrias...
Entre tantas
vozes,
seguir os nossos
guias...

Tantos "ses"



Se eu errar
me estenda
seu coração
e me ofereça
a mão,
pra me perdoar,
se um dia
eu não fui omisso
eu fiz isso
por você...

Se eu acertar
me ofereça
sua compaixão
mas me estenda
um não,
se eu me vangloriar,
mas só se um dia
assumindo um compromisso
eu fiz isso por você!

Se eu parar
procure entender
a razão
e me ajude
com um empurrão
pra eu poder continuar...
isso, se um dia,
quando você perdeu o viço
eu não me neguei ao serviço
e fiz isso por você!

Sem nenhuma ofensa



Sem nenhuma ofensa
não diga adeus a você mesmo,
seus sonhos não merecem
a indiferença
não deixe o mundo
calar seus ideais,
manipular o que você busca
ou pensa...

Sem nenhuma ofensa
não diga adeus às suas verdades
elas esperam que você reaja
e vença!
Não deixe o mundo
algemar seus sentimentos,
tente viver de uma maneira
intensa...

Sem nenhuma ofensa
não diga adeus às suas lembranças,
suas saudades merecem
uma recompensa...
Não deixe o mundo
destruir sua criança,
siga adiante sem pedir
licença!

E se alguém te provocar
ou simplesmente tentar
te induzir ao erro...
Escute seus sentidos,
ignore o bandido,
sem nenhuma ofensa...

terça-feira, 25 de março de 2014

Mensagem de fumaça




Se eu
me perder
de você
na tempestade
lembre
que foi verdade
o amor
que eu cantei...

Se eu
me encontrar
em você
no centro da cidade
pense
que nunca é tarde
pra seguir
aquela lei...

Vão passar
por seus olhos
milhares de
olhares nús,
opacos, estranhos,
verdes, castanhos,
azuis,
até você se descobrir
em alguns destes
seus lares...

Pode reparar que o brilho
que te chamou a atenção,
que acelerou seu coração
daquela nossa maneira,
fui eu que te enviei
da sala de estar da paixão,
do amor crepitando no chão
onde acendi nossa lareira...

Todo sentido




Se meu corpo
se deitar
sem motivo
sobre a grama
e abraçar o sol
por estar vivo
enquanto sua luz
se derrama
em tons de azuis
sobre mim,
não demore
pra se encontar
comigo no jardim
de minha alma,
não demore
pra se encontrar
sobre mim,
não se atrase
pra me abraçar
nem pra dizer sim
com um beijo
em cada palma
com toda calma
procure ver
o que eu vejo
até depois
do anoitecer...
 

Coisas da Esperança....




...E disseram pra esperança
pra ela se sentar pra não cansar...

...e ela respondeu com seu melhor sorriso de criança,
convidando quem perguntou para dançar...


sábado, 22 de março de 2014

Ninha!



Desejo a você
um planeta
que caiba
em seus
sonhos
um mundo
que caiba
em suas
verdades
um país
que caiba
em seus
valores
um estado
que caiba
em seu direito
uma cidade
que caiba
em seus
pensamentos
uma casa
que caiba
em seu amor
uma felicidade
que caiba
em seu coração!
Mas,
se só por um acaso,
nada disso couber,
desejo a coragem
e a sabedoria.
a realização
e a alegria,
a superação
e a certeza
de que,
ao experimentar
o milagre da existência,
você tenha sempre
a fé e a confiança
de ter feito
o máximo possível
pra ser!

Parabéns por ser você!

Com amor

Dindo

Casamento




E eis que
conhecendo seus olhos
minha alma pôde, enfim,
conhecer sua alma
e passear por ela
sem receio,
como quem se apresenta
a um jardim...

Tive todo cuidado
pra não pisar nas flores...

...tive todo carinho
ao arrancar espinhos...

...agradeci ao encantamento
de todas as suas cores...

...e percebi que, como a minha,
a sua alma não tinha fim...

...como nosso sim!

Diante da verdade



Onde eu sei
que estou em casa
um lugar onde a lei
é o Amor
abrem-se
as cortinas
sol sobre o peito
onde o rei
sente dor
toda a paz
invade os olhares
centenas, milhares
de dúvidas
se dobram
diante
da verdade!

Onde eu sei
que não há medo
um lugar onde o rei
é o Amor
abrem-se
os mistérios
todo segredo
o que sei
o que sou
toda luz
invade os caminhos
já chega de espinhos
certezas
se somam
diante
da verdade!

Diante
da verdade
todos somos
grãos
Diante
da verdade
somos simples
mãos
que se encontram
mesmo que seja tarde
mesmo que seja só por estar
diante da verdade!

Luz e verdade



Dom
de iluminar
sempre
não importa
o lugar
desafio
de estar
de pé
irradiar
a fé
instrumento
da luz
e da verdade!

Dom
de silenciar
sempre
que se calar
for melhor
que dizer
o que não fará
crescer
o amor,
paz e luz,
e a verdade!

Dom
de ser você
sempre
nunca
duvidar
da semente
que te transformou
no que é
transformar
toda dor
em fruto,
sonho,
luz e verdade!

Resto de ilusão




Juntando palavras,
acordes, batidas,
fazendo a canção
traduzir nossas vidas
sempre em celebração
com pão e vinho,
papel, violão,
construindo o caminho...

E o que importa
se já não é toda terça
sempre é porta aberta
pra quem nos mereça
a canção,
o resto de ilusão,
ser no ninho...

Jantando migalhas
da imaginação
partindo as idéias,
dividindo o chão
sempre com alegria,
amizade e carinho,
olhos e mãos
refazendo o caminho...

terça-feira, 18 de março de 2014

Coragem!



Insista,
não desista,
siga adiante,
firme no passo,
forte no leme...
Nada é por acaso,
nenhum traço,
nenhum laço...
Não teme!
A luz está
sobre teu caminho.
Nele há espinhos,
mas ninguém está sozinho,
e se não vier vento,
reme!
O passo mais difícil
é sempre o primeiro...
O mais verdadeiro,
o maior desafio!
Os outros
são correnteza
de rio,
seguem,
sem desvio,
a própria
natureza!
Persista!
Revista-se
de fé,
de coragem
e otimismo!
Não é à toa
que você é
quem você é!
Faça uma lista
de tudo o que quer
e eleve seu pensamento!
Deixe que o vento
os embale
por seus percursos
e o tempo
te dê as respostas...
Tudo tem um porquê...
Mas, nunca duvide,
acredite em você!

Prece pelos meus amigos




Uma prece
pelos amigos
sem norte,
por sua sorte,
suas vidas...

Uma oração
pelos amigos
sem força,
quem sabe
lá em cima
alguém torça
pela vitória
do bem...

Um
pensamento
positivo
elevado,
oferecendo
suas angústias,
seus suores,
suas dores,
seus medos...

Colocando
no colo de Deus
os momentos
que agora passam...

Que tudo o que
seus corações
agora laçam,
lhes sirva
como alimento,
sustento,
conhecimento
de si...

Um pedido
de paz,
para todos...

Que possa
descer
sobre eles
a graça
de acreditarem
que tudo isso
passa...

Mas o Amor
de Deus
é infinito!

Reencontros



Traga poesias
de onde chegar
faça um livro
ou uma canção
pra nos alegrar
sem motivo
conte uma história
pela qual passou
ou, de memória,
fale de um amor
entre na dança
sem se importar
com sorrisos
nossa ciranda
continua lá
naquela varanda
a nos esperar
quem chegar
primeiro
manda avisar
todo mundo
tem mais
que celebrar
vale sim
vinho pra brindar
pão de alho
pra comemorar
nossas músicas
pra voltar o tempo
um segundo...
nossos sonhos
de tentar mudar
este mundo...

Paixão Musical



Quando
sua voz
calou
num beijo
sem motivo,
eu quis sorrir
pois nossos nós
trazem desejos
divertidos
e o que era abraço
se tornou
um grande laço
dos sentidos
visão, olfato,
gustação,
tato, audição,
suor, libido...
Velha paixão,
amor antigo,
abrigo além
de uma razão,
uma canção,
um sonho a dois,
em sustenido...

Vertigem (Beto – Didier) outra musica do cd "Como é que vc vai ouvir o que a gente quer dizer?"



Era um vôo sem hora marcada.
eu aterrissei, fada ou avião?
Um enjôo e a onda é uma estrada
onde naveguei, tudo é ilusão...

Mesmo sem asas,
asas me transportam para o Pólo Sul
são nuvens rasas
que se fazem casas
nesse céu azul

Era um sonho na hora errada
então despertei, nada resta então...
Olho em volta de volta pro nada,
saudade de rei, coroa na mão...

Mesmo sem forças,
forço esses portais da imaginação,
volto pra moça
que ficou no cais
com um adeus na mão....

Dilúvio



E depois das ondas
haviam apenas
mais ondas...
E a plenitude
do azul
só se desmanchava
na branca espuma...
Mas ela também
se desmanchava
e sucumbia ao azul...
O vento ia tangendo
as nuvens
limpando o céu,
de um azul
mais claro...
No fim de tarde
um ou outro tom,
cada vez mais raro,
tingia o horizonte
distante...
E entre o sonho
entrecortado
de sustos
e a realidade
vivida a muito
custo,
o sol cozinhava
suas mentes
como um micro-ondas...
E depois de cada onda
haviam apenas
mais ondas...

Amar (Alberto Levindo – Márcio Didier) Uma das canções do CD "Como é que você vai ouvir o que a gente quer dizer"



Amar
é pressentir o toque,
é uma espécie de choque
que te faz elevar

Amar
é sensação completa
é a direção da seta
é muito mais que estar...

Amar
é gargalhar a alma
e escutar as palmas
que o coração bater...

Amar
é enxergar a essência
na semi-inconsciência
de plenamente ser...

Ciclone



Casa,
trabalho,
dinheiro,
conta,
problema,
atoleiro,
luta
de um dia
inteiro,
no insano
vespeiro
de pagar
cada segundo
vivido,
mesmo
sem nenhum
sentido...

Água,
energia,
tempero,
gente,
animal,
desespero,
luta
de um
mês inteiro
no urbano
salseiro
de quitar
cada hora
desfrutada,
mesmo
que não dê
em nada...

Mágoa,
carinho,
chuveiro,
guarda,
improviso,
celeiro,
luta
de um ano
inteiro
no humano
canteiro
pra honrar
cada mês
concluído,
pra valer
a pena
ter vivido!

Gente chovendo



E depois da dor
e do lamento,
depois do espinho
e do sofrimento
ergueu os olhos
e sorriu pro céu!

Já conseguia enxergar
sentido no movimento
das nuvens...

Agora podia entender
que, muito além
da beleza,
importava a elas
a leveza
por ter cumprido
sua missão
de oferecer à Terra
um pouco de si mesmas...

E, então, agradeceu
debaixo da chuva...

E quando,
repentinamente,
suas lágrimas
se misturaram
aos pingos,
lembrou que era
domingo
e só então
compreendeu
que também
podia chover...

E, transbordando de si,
num gesto definitivo,
finalmente choveu
e partilhou com o todo
toda a graça de
um ser vivo!

E sua vida
valeu!

sábado, 15 de março de 2014

Justiça



É justo
que cada susto
tenha o seu alívio
que o veneno
tenha o seu antídoto
que o desespero
tenha a esperança...
Quando a alma cansa
e o bálsamo é preciso
pra confortar o peso
e a dor de toda angústia...
A fé te toca as mãos,
te convida pra dança
e o coração amansa
sob a luz do improviso!

Anonimos



Que esse nome
não apareça
nas telas,
não seja usado
nas mídias,
não seja ouvido
nos fones,
não seja impresso
nas folhas...
Que seja
anônimo,
sinônimo
do que almeja...
Quietude,
amor e paz,
vida em plenitude,
nada mais!
Que esse nome
seja riscado
dos mapas,
seja apagado
das notas,
seja banido
da fama!
Seja
guardado,
e espelhe
o que deseja!
Plenitude,
paz e amor,
vida em quietude,
nada mais!

Longe de mim...



Afasta
a ilusão
de tudo
que nos
basta,
a sensação
nefasta
de ter...

O poder...
A palavra...
A decisão...
O querer...
A ordem...
A razão...

Afasta
a tentação
daquilo
que nos
gasta,
de tudo
que desgasta
o ser!

O deter...
A riqueza...
A ação...
O reter...
A beleza...
A opressão...

Solidão



Solidão
é sol
que ilumina
a estrada
é ida
de quem
não tem
mais nada
além de
um coração,
é uma canção,
é uma fada
que nos faz
perceber
a cilada
de achar
que a gente
tem o poder
de se bastar
a si mesmo,
é caminhar
no esmo
e voltar,
sem noção
de direção,
sentido
ou destino,
é hino
a ecoar
na razão...
Vazão...
Clarão!
Não
a toda mão
que se estende...
Não a cada
braço aberto,
deserto,
questão...
Tudo certo...
Quando
se é esperto
e se aprende
a lição...

Mais um dia



Mais um dia
diz adeus
na esteira
do tempo
a poeira da vida
é um lamento
em tom
de nostalgia

Mais um dia
diz adeus
sem aviso
ou cerimônia
sem improviso
ou insônia
sem alarde
ou melancolia...

Mais um dia
diz adeus
e Deus prepara
outro dia
E o tempo
que nos adia
é o mesmo
que nos leva
pra Deus!

Entre a vida e a sorte



As mulheres
e os homens
As montanhas
e os abismos
As cidades
e os caminhos
As palavras
e os nomes...

Verbos soltos
gestos vagos
cantos meigos
sonhos pagos...

Olhos sóbrios
bocas ébrias
pulsos firmes
faces sérias...

As crianças
e os mais velhos
As distâncias
e o aconchego
As verdades
e seus ninhos
Os precipícios
das idéias...

Mãos inquietas
pés descalços
corpos sujos
breves passos...

Tempos idos
Ventos fortes
e todo o sentido
entre a vida e a sorte...

sobre as margens



Nas margens
dos seus olhos
deitei meu cansaço
colhi um abraço
e aproveitei a paisagem
antes de mergulhar
no oceano abissal
da imagem
que vi refletida,
plena de vida!

Depois vi o sol
brilhando sobre tudo
e, mudo, conversei
com um girassol
sobre canções
esquecidas...

Nas margens
dos seus olhos
contemplei os sonhos,
alguns que nem conhecia
e me esqueci da bagagem
sobre uma pedra qualquer,
miragem
que vi revertida,
lembrança querida!

Depois veio a chuva
lavando cada canto
lágrimas em manto,
sentimentos em curvas,
vista turva
na partida...

Zumbis



Pela janela da sala
eu vejo gente à vontade
no vão de seus apartamentos
nem sempre de verdade!
Gente deitada no chão
metendo os pés pelas mãos
curtindo cada momento
de sua fugaz realidade...

Pela janela do quarto
eu vejo gente sonhando
ultrapassando os véus
de suas cortinas...
Gente ninando a razão
embalando o coração
no leito do próprio peito,
fazendo sintonia fina!

Pela janela do carro
eu vejo gente sem freios
correndo atrás da existência,
mostrando competência
pra encontrar os meios...
Gente atropelando a vida
passando por cima de tudo
transformando a lataria
em arma e escudo!

Pela janela dos olhos
eu vejo gente morrendo...
Deixando de ser gente,
fingindo estar vivendo...
Gente sem fé ou amor
sem paz ou poesia,
gente transformada em dor
zumbificada em sua agonia!

quarta-feira, 12 de março de 2014

Dores e pores



Qual a dor que dói mais?
A dor da saudade de alguém que vai
ou a dor de quem fica e perdeu a paz?
Qual a dor que mais fere?
A dor de quem espera e já sabe o fim
ou a dor de quem diz sim e se difere?
Qual é a sua dor, o seu suplício?
Tem mais a ver com amor
ou sacrifício?
Qual a dor que corrói?
A angústia sem resposta
do que destrói
ou a esperança falsa
que o tempo mói?
Qual a dor que te sangra?
a sombra aveludada
que tampa a luz
ou a sincera transparência
do mar de Angra?
Petróleo que derrama
e escurece a água,
a mágoa que te chama
e empobrece a alma...
Qual é a sua dor, o seu suplício?
Tem mais a ver com amor ou sacrifício...


Let dezesete!


Parabéns por mais um ano deste ser humano incrível que você está se tornando! 
Ver voce amadurecendo e percebendo a vida com outro olhar, é como ver crescer uma árvore que plantamos, regamos e cuidamos, de repente começar a florir e se tornar cada vez mais forte e viva, oferecendo aos outros sua sombra e seus frutos, seu abrigo e sua beleza, descobrindo na própria natureza o poder e o querer de ser mais! 
Muito orgulho e alegria de ser teu pai! 
E mesmo que, vez ou outra, ainda assuma o papel de jardineiro, movido, única e exclusivamente, pela missão de cuidar, acredite, filha, que na maior parte do tempo faz muito mais sentido apenas admirar sua vida em movimento, suas verdades e sentimentos, sua existência a multiplicar amizades, sorrisos, talentos, sonhos, expressões e sentimentos, e com você sorrir e chorar, falar sério e brincar, aprender e ensinar, bater papo e rezar, conviver e comungar, continuar a te amar, sempre e cada vez mais, como tem sido desde que voce, mesmo antes de ter nascido, chegou por estas bandas pra nos completar! 
Obrigado Let por ser exatamente quem você é, do jeitinho que você é! 
Com muito amor, seu pai!

Dieguito....


 
 
Hoje o mundo ficou mais triste...
Perdemos um grande ser humano!
Simplicidade, doçura, amizade, talento!
Disponibilidade, sorriso, abraço, sinceridade!
Sonho, generosidade, companheirismo, boa vontade!
Quantos e quantos adjetivos eu poderia colocar aqui,
nesta homenagem sincera, feita por um coração machucado
pela notícia de sua partida tão prematura, Diego, o argentino
mais porreta que conheci pessoalmente!
Mas ao invés de multiplicar as palavras, talvez esteja muito mais à sua altura que eu divida lembranças...
Que eu fale das vezes que tive o privilégio de estar na sua companhia em captações de imagens que sempre se tornaram muito especiais por causa da sua inconfundível assinatura pessoal neste campo: a sensibilidade!
E ao me lembrar destas embaixadas, como não me reordar que as últimas imagens que fizemos juntos, na Feira da Fraternidade, foi justamente a de um show de uma banda de uns guris acompanhada e um grafiteiro que, ao final da musica, revelou-nos em sua arte a figura de Cristo!
Pois é meu irmãozinho Dieguito...
Minha fé, neste momento, me traz a convicção plena de que é com Ele que você está agora, num close muito especial, e em um plano que você jamais imaginou que pudesse existir de tão divino!
Enquanto meus olhos insistem em transformar esta saudade em lágrimas, me vem outra lembrança: a última vez que te vi, na ladeira da Piedade, acompanhado de seus filhos... Talvez inspirado por Deus, ao conhecer suas crias, me ocorreu dizer a eles que sentissem muito orgulho do Pai que tinham!
Palavras que surgiram do fundo do coração, sem muita explicação, mas que neste momento de dor ganham uma dimensão ainda maior, porque Deus me deu a graça de homenageá-lo vivo, diante de quem mais realmente importava pra você!
O que posso dizer ou fazer neste momento, além de repetir com ainda mais veemênia e certeza que, sim, você é um cara de quem seus filhos, sua família e seus amigos devem ter muito orgulho, sempre, por terem tido a honra de conviver e aprender com você a ser gente de verdade!
Sua luz vai fazer falta por aqui, meu amigo...
O mundo está mais triste de viver!
Fica com Deus!

Carnavale????




Vale cada beijo
seu desejo
vale a carne...
Carne, abraço,
ensejo,
o que vejo
é o ser que arde
e queima
sem maior razão
o objetivo
é satisfazer
o tesão
a entrega cega
é o maior
motivo...
Nada de arte,
nada de música,
adeus a quem parte,
bem vindo a quem chega,
pra que fantasia
se há beijos
de perder a conta?
Afinal quantas contas
tem no seu colar?
Não é da sua conta
quantos colares
vou usar!
Chega mais
vamos gozar
vamos nos usar
sem mais promessas,
vem aqui depressa
aproveitar...
Vale cada língua,
cada sotaque,
cada pegada...
Vale cada aventura
cada loucura
cada cilada...
Vale o beijo
mais doce,
vale o beijo
sem sal,
vale levar
a lembrança
da dança,
do sexo,
do carnaval...


sábado, 1 de março de 2014

Além da velha estrada



O que nos espera.
além, na velha
estrada?
Depois
da próxima
curva,
uma descida,
uma virada?
Uma subida,
uma parada,
um precipício
a nos deixar
com a vista turva?
O que nos espera,
além, na velha
estrada?
Um acidente,
um desvio,
uma encruzilhada?
Um sol nascente,
pavio
da explosão
de luz
da madrugada?
O que nos espera,
além, na velha
estrada?
Um deslizamento,
um burado,
alguma obra
mal sinalizada?
Um acostamento
detonado,
uma armadilha,
uma cilada?
O que nos espera,
além, na velha
estrada?
O sorriso de sempre,
o abraço mais quente,
o improviso do amor
da gente amada...
O que nos faz
ir além,
na longa e velha
estrada...

Estrada enevoada



Enquanto
há lágrimas
na espera,
há pingos
de esperança
na aquarela,
não importa
quantos quadros
as lembranças
venham emoldurar,
a fé é um pincel
que dança,
desenhando
caminhos,
atalhos
e vielas,
entalhes
de emoções
desencontradas,
detalhes
de uma estrada
enevoada,
entre as trilhas
das ilusões
mais belas...

Mesma argila



Coração
oscila
enquanto
o sonho
entra
na fila
o tom
da vida
é sempre
sol,
o tempo
é um grande
anzol
e o mundo
é mesmo
uma vila
feita de
uma mesma
argila
e nós
queremos
ver o sol,
queremos
ser farol,
enquanto
a luz não
se apaga
a mão
procura
e afaga
o peito
dom de encontrar
um jeito
pra sorrir
e ser feliz!