segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

De cima da montanha




De cima
da montanha
olhar
o mundo
em volta!
Sem nenhuma
escolta,
esquecer
o próprio
umbigo...
Construir
abrigos
não só
para os
amigos...
Ampliar
o horizonte
do próprio
coração!
De cima
da montanha
dar um tempo
da preguiça...
Jogar fora
o comodismo
e estender
a ação!
Ouvir
a canção
e oferecer
a voz ao coro!
No riso,
no choro,
ampliar
a doação!
De cima
da montanha
mergulhar
em outras
nuvens,
"levezar"
o próprio
ego
até quase
flutuar!
Ouvir
os segredos
do vento
e comungar
o momento:
a verdade
é que a vida
foi feita
pra partilhar!

Fim de mês


Fim de mês
Fevereiro
se vai
outra vez
Ano bissexto
e eu aqui
tentando
algum texto
que traduza
o tempo
e suas leis!
A cada ano
sobram
seis horas
na translação
do pontinho azul...
A cada quatro anos
o ano ganha um dia
e o mês
de fevereiro,
quem diria,
tem a honra
de nos oferecer
29 dias
pra viver!
O tempo
e seu paradeiro,
ser aventureiro
no universo
sem fim!
Dias de não.
Dias de sim!
Dias de claridão!
Dias ruins...
Dias de "sei não"...
Dias afins...
Na vastidão
de dias
neste imenso
jardim
que é a vida...

Vovó Doce! (Uma homenagem a Vovó Dulce, aquela que nos deu os melhores doces de nossas vidas: nossas mães!)




Todo domingo
depois da feijoada
a "primalhada" reunida
parecia celebrar a vida
fazendo mais zoada
que platéia de bingo!
Pulsante expectativa,
aguardando o ritual
da doce vovó dulce
que silenciosamente
sumia, de repente,
para alegria da gente,
voltando, depois de segundos,
pra adoçar nosso mundo,
com o milagre da multiplicação
dos seus chocolates...
Na nossa imaginação,
um tesouro partilhado...
Moedas de puro cacau,
um carnaval de coloridos confetis,
saias plissadas, bombons,
jujubas, delicados, batons,
em sonhos de valsas tão bons...
Todo mundo satisfeito,
idoso, adulto e criança,
entrando naquela dança
e escolhendo seu par
pra degustar num sorriso,
derretendo no paladar,
naquele festival
de improviso
que vovó fazia
tanta questão
de nos proporcionar...

Forças que surgem



De onde
retirar
forças
pra se
manter
de pé?
Da esperança,
do Amor
e da fé!
Sempre
entrar
na dança,
e entender
que a vida é
uma irresponsável
criança,
arredia
e mansa
até
não se
conter
e nos
oferecer
a gargalhada
mais pura,
aquela
que não
se cansa
de multiplicar
a ternura
e estender
seu olhar
como quem
procura
seu par
no salão
das misturas...
Que a valsa
não seja
da solidão,
mas do encontro
das mãos,
de corações
que se buscam
na imensidão
dos feixes
de luz
que se fitam,
tal qual
um farol
e o mar...
Ambos
querendo
apenas
encontrar
a direção...

Agonia da madrugada




Na madrugada
as horas passam
mais lentas...
Quem sabe
enamoradas
do tempo,
o senhor
do dia e
da noite...
E enquanto
lá fora
ainda venta
e o sol
não cora
de dourado
o novo dia,
as sombras
que a lua
aumenta
vão prolongando
a agonia
da espera
que a vida
inventa,
enquanto
a escuridão
se esvazia...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Reconhecimento




Renove-se,
busque-se,
reveja-se!
Quando os
outros não
nos reconhecem,
normalmente antes,
nós mesmos
nos estranhamos!
Somos humanos...
Indague-se,
questione-se,
apresse-se!
O tempo
está passando
e a ampulheta
não perdoa!
Não deixe
seu tempo
à toa,
perdido
entre
coisas
menos
importantes...
Entregue-se!
Reaja!
Intime-se!
Saia
do seu
deserto
e faça
o que é
certo!
Basta
estar
por perto...
Se fazer
presença!
Desafie-se!
Vença!
Deus aposta
em você!

O Sagrado Direito de Honrar Pai e Mãe




Retribuir!
Devolver um pouco
do amor louco
que recebemos
de nossos pais!
Estar em paz!
Sorrir!
Apesar da angústia
e muito além do cansaço...
Oferecer o abraço
e o olhar a florir
todo ânimo necessário
para mais um dia seguir!
E repetir, repetir,
repetir, quantas e tantas
vezes sejam necessárias...
Retribuir!
E assim honrar
nossos pais,
sem esperar
nada mais
em troca!
A conta,
se por acaso
houvesse,
foi paga adiantada
com preocupações,
cuidados, carinho,
conselhos e preces!
Agora é só
acolhimento
e atenção,
é segurar na mão
pra eles entenderem
que não estão sozinhos!
Uma palavra,
um gesto,
uma surpresa,
uma ligação!
Nada demais
para corações
vizinhos!
Retribuir!
Com todo o coração!
E compreender
se a lágrima cair,
se a irritação aparecer,
ou se a repetição
der o ar da graça!
Tudo passa!
Só Deus não muda!
Enviai Senhor
o Vosso Espírito
e tudo será curado!
Toda dor, toda tristeza.
toda incerteza!
Tudo nas mãos
do Amor!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O pão da Marias...


O pão
da Marias
é diferente!
Porque
quem faz
é gente
que sente
alegria
em trabalhar
na padaria!
Quase meio
século
de garantia,
pra fazer
o pão
da Marias
crocante,
quentinho,
padronizado,
com carinho,
pra honrar
a história
da gente!
O pão
da Marias
é diferente!
É referência
de compromisso,
de decência,
de gente
que alimenta
o bem
numa cadência
própria
que vai além!
O pão da Marias
tem vida própria,
mistura
gerações
de uma família
e a sua procura
por fazer
de cada pão
um maravilha!
Por isso
que, de repente,
a gente liga a TV
e assiste
a matéria bonita
que fala de padrão
e gente aflita
em busca da perfeição...
O assunto? Pão!
Só podia...
E só podia
ser o pão da Marias!
Tem erro não!

As cruzes da Ribalta




Lá,
onde os
holofotes
se cruzam
e tudo é
exposto
diante
da platéia
ensandecida,
uma alcateia
selvagem
e voraz
aponta o
seu olhar
e sua fome
para julgar
seus gestos,
suas falas
e o seu nome!
Assim
é a vida!
Como um
ato após
o outro,
entre deixas
e atropelamentos,
a generosidade
esperada
muitas vezes
não vem...
Ao contrário
vem o
questionamento
sobre o talento
que o mundo
sabe que você tem!
Uma escorregada,
uma desafinada,
um esquecimento,
e a tragédia
vira piada,
ou a comédia
vira um drama!
Às vezes
de forma
escancarada
na risadaria
cruel
e descontrolada...
Às vezes
de forma velada,
na crítica
fofocada,
na vaia
estimulada,
amargas
como fel!
Ao artista,
antes de sair
de cena,
resta apenas
o dilema
diante da
própria caveira
que possui na mão:
-"Ser ou não ser,
eis a questão!"

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O velho homem e seu deserto




O velho
homem
à espera
da morte
não tem
mais porte
de Doutor
ou rei...

O velho
homem
a brincar
com a sorte
se faz
de forte
mas esquece
a lei...

E ao perder
o seu tempo
e o seu norte
o velho homem
não suporta mais...
Ao se perder
na demência,
o suporte
do homem velho
é não estar em paz!

O velho
homem
não espera
mais nada,
da própria
estrada
ele não
quer saber!

O velho
homem
não supera
a encarada
que a
própria vida
lhe ousou
fazer!

E ao perder
o seu tempo
e o seu norte
o velho homem
não suporta mais...
Ao se perder
na demência,
o suporte
do homem velho
é não ficar em paz!

Sem ligações



Pra quem
pensa
que o mundo
gira
em torno
de si
tudo
rui num
segundo
e o que é
não está ali!

Pra quem
só vê
a vida
a um palmo
do nariz
nada
cura a
ferida
de ser
sempre
infeliz!

Além
de sua
janela
a vida
pode ser
mais
bela!
Podem
haver
mil
cirandas
muito
além
de suas
varandas!

E o Tempo,
corre
contra
o tempo
que achamos
ter...
O Tempo
não cede
a seus
caprichos
e ignora
você!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Em oração!



Entregar tudo!
Em suas mãos
colocar o pedido
confiantes na
sua justiça
e na sua compreensão!
Apostar na fé
e na oração!
E no insubstituível
poder do Amor!
Confiar tudo!
Em seu colo
embalar
toda a esperança,
como crianças
simplesmente
nos deixar ficar!
Acreditar
na tua palavra!
Mudar a montanha
de lugar,
por mais que possa
parecer absurdo!
Simplesmente
nos jogar!

Onde Você està!!!!



Quando
o cansaço
oferece
um abraço
e o corpo
dobra...

Quando
a tristeza
quer botar
a mesa
e servir
o seu prato...

Dobro
o joelho
e me alimento
da sua palavra...
E me renovo
buscando forças
onde Lhe acho!

Quando
o desânimo
se reflete
no espelho
com olhos
fundos...

Quando
a incerteza
apaga a chama
acesa
e traz um frio
sem motivo...

Dobro
o joelho
e me alimento
do Pão Vivo!
E me renovo
buscando forças
onde Lhe acho!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Fazendo gênero



Sem rótulos
Sem máscaras
Cem séculos
e o universo
resplandece
no abraço
entre o feminino
e o másculo!
Crescei, pois,
e multiplicai,
depois!
O beijo,
o desejo,
o sentimento
próprio!
A troca,
o complemento!
Na transubstanciação
dos gêneros,
a vida choca!
E da casca,
do corpo,
eclode,
a unificação
da essência!
Almas que se tocam!
Sonhos que se unem!
Planos que convergem!
Em células...
Sem pílulas...
Um código!
Onde os segredos
de toda a criação
emergem!

o manso olhar do Amor



As marcas
de uma história
nas barcas
da memória
que sopra
como vento
sobre as velas
infladas
das lembranças!
Enquanto
o tempo avança
o amor se lança
contra a tempestade!
E tudo se amansa!
Tudo, tudo,
se amansa!

Palco vazio




Fechem
as cortinas
vamos repetir
a cena!
Sempre
vale à pena
testar
uma nova luz
sobre a
vitrina!
Quem sabe
alguns tons
de azuis
a voz
um pouco
mais fina
um louco
com sua cruz
o destino
rouco
de uma sina!
Abram
as cortinas!
O palco
estará
vazio...
O  artista
estará
no cio,
pronto
para procriar!

Crepuscular





Bola de fogo
sobre o mar
alaranjar
do céu
num jogo
de luz e cor
a embaraçar
seus véus
sobre as nuvens
filtro
a vivificar
a arte divina
de nos ofertar
a beleza
cristalina
da natureza
a brilhar!
Bola de fogo
a mergulhar
no horizonte
de azuis!
Jogo
de cor e luz
a anunciar
a lua e o luar
que virão
de mãos dadas
pra pratear
as ondas
de novo!

Abolição



Livre!
Finalmente
livre,
algemas
no chão,
e o coração
renovado
de antigos
dilemas!
A memória
às vezes
é a chave
da prisão
de velhos
problemas...
Livre!
Finalmente
livre,
serena
abolição
e a atenção
desvirtuada
das ruínas
da já
longínqua
arena...
Graça
e oração!
Paz e
perdão!
Que a vida
siga adiante,
leve como
uma pena!

Cor de Rosa



O tempo
é uma rosa
a se abrir,
a produzir
grãos de pólen,
a florir,
pintando alguns
jardins
de cores!
Alimentando
abelhas,
morcegos,
beija-flores,
fazendo o sol
reluzir
no orvalho
de suas pétalas
séculos
de criação
a fluir
na primavera
dos ventos!
Sentimentos
a interagir!
Momentos!
O tempo
é uma rosa
a intuir
na vastidão
do próprio
deslumbramento
que até
na estação
de murchar
há um universo
a polinizar
com o pensamento
a vagar
entre mil
sorrisos
e um só
lamento!

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Tempo de retribuir

Retribuir
apenas,
ficar rouco
até conseguir
te convencer
que tudo
o que fizer
ainda será
pouco
não sou nem
louco
de parecer
um mecenas,
nada de cenas,
nada de pagamento,
apenas sentimento
em forma
de acolhimento,
carinho
em forma
de um larzinho
onde você
é muito bem vinda!
Sempre linda
em sua realidade
do agora!
Esta é a hora
de fazer
da vida um poema,
um agradecimento
a cada gesto
recebido
de seu coração
generoso!
Feliz com você
melhor,
libertando-se
enfim
da extrema
agonia
de cuidar
e cuidar
de um jardim
ressequido
e jamais
ser reconhecida,
valorizada,
pra mim nunca
fez mesmo sentido,
mas agora
é página virada!
Quem dera
ninguém a tivesse lido
fosse um capítulo
inteiro rasgado!
Aqui a casa é sua!
O Amor é seu!
A atenção é sua!
Bem melhor
o casebre
da ternura
do que
a tenebrosa
"mansão do eu"!
Chega de tortura,
Já deu!
Testemunho
aqui sua cura!
Já valeu!
E como a vida
mesma nos diz:
o que importa
agora é ser feliz!

Senhor do Bonfim



Se não
me falha
a memória
tudo em
sua glória
parece ser
coisa que
valha!
A colina,
o altar,
a imagem,
a história,
tudo
na medida
de um abraço,
a fitinha,
o laço,
o músculo,
o sangue,
o braço,
a vida,
a mensagem,
a trajetória!
Do início
ao bom fim
todo princípio
do Evangelho,
entre os sonhos
de um menino
e as lembranças
de um velho...
O monte
sagrado,
onde suas
torres
acolhem
o rei
desfigurado,
nos fala
de fé!
De gente
que chega
de joelho,
de carro,
de ônibus
ou a pé
pra lhe
prestar
homenagem...
Trazendo
na bagagem
a gratidão
ou o pedido,
a esperança
ou a dor,
pintando
sua paisagem
com mais
e mais
Amor!
Aos teus
pés,
Dulces
e Violetas,
santidade
que se
oferece
em ação
e prece
pelos teus
filhos
esquecidos
pelo mundo!
O pobre,
o indigente,
o vagabundo,
o miserável,
o drogado,
o dependente,
o marginalizado
que está no poço,
lá no fundo,
a espera
de alguém
que lhe
resgate
a dignidade
de ser gente!
Senhor do Bonfim,
Guardião da cidade,
da tua casa
de misericórdia
estende o teu olhar
e ensina
a cada um de nós
como é, de fato,
Amar!

Cristão da porta pra onde?



Quanto mais convivo com as pessoas, mais se cristaliza em mim o Evangelho de Cristo.
Quanto ensinamento em pequenas frases, quanto deserto para uma imensidão de questionamentos...
"Amar a seu próximo como a ti mesmo", por exemplo! A base do Cristianismo....
Por que Jesus não enfatizou amar a todos e sim ao próximo?
A intimidade, a convivência, os abismos do diálogo, tudo dificulta este exercício básico no sacerdócio do "ser cristão" !
Jesus sabia que, por incrível que pareça, ser cristão da porta pra fora seria mais fácil...
O grande desafio é ser cristão da porta pra dentro!
Em todos os sentidos! Ele mesmo vivenciou isto e sentenciou que nenhum profeta é bem entendido em "sua própria terra"...
Da porta pra dentro está a grande missão do cristão!
Da porta de seu país para dentro, no sentido de pensar coletivo!
Da porta de seu trabalho para dentro, no sentido de priorizar e defender o que é certo!
Da porta de sua casa para dentro, no sentido de valorizar e ajudar aqueles com os quais convive!
Da porta de seu próprio coração para dentro, no sentido de ser o máximo possível coerente com tudo aquilo que prega e acredita!
Ser cristão "da porta pra fora" é bem mais fácil!
"Quem não te conhece que te compre" dirá a sabedoria popular...
Cristão de fachada, de palestra, de encontro, de missa, de culto, vestindo o personagem sem a coragem de se expor, sem testemunho ou sacrifício pessoal,
com certeza será sempre mais fácil!
Amar o superficial não nos desafia a amar o erro que a gente já conhece e suporta no próximo mais próximo!
Amar a(o) companheira(o) de vida, os pais, os filhos, os amigos, aqueles que nos servem diariamente, conhecendo o melhor e o pior deles, este sim é o maior dos desafios!
Porque vai muito além da obrigação de amar e aceitar pelo sangue...
É uma questão de comprometer-se a amar!
Amor entre pais e filhos, por exemplo... Não condiz com superficialidade...
Novamente a sabedoria popular vem em nosso auxílio e sentencia:
"Quem ama, educa!"
Quem é pai e mãe de verdade sabe o quanto é difícil educar...
Amar sem educar, sem corrigir, é tão inconsistente que a gente tem acompanhado por aí o resultado que tem aparecido com este tipo de amor diferente...
A mesma sabedoria costuma afirmar que a voz do povo é a voz de Deus!
Quem sou eu para assegurar?
O que posso dizer é que, na maioria das vezes, há uma coerência ímpar entre o que Cristo pregou e alguns ditados populares...
Então, que tal parar um pouco, refletir sobre tudo isso e tentar ao menos buscar exercer este ofício?
Em termos de cristandade, se "santo de casa não faz milagre", por que não começar tentando fazer "a porta da própria casa ser serventia para todos",
começando pelo mais próximo dos próximos?
O primeiro passo: ser cristão da porta pra dentro! Ser cristão no centro do nos faz ser e acreditar!
Ser cristão de verdade no próprio templo!
Depois sim, tentar, humildemente, ser alimento pro mundo! 

Pequenos diálogos com Cristo




Quando foi
que me pediste
esmola
e eu neguei,
Senhor?
Quando
quiseste
atenção
e não te vi?
Quando
tiveste fome
e não
te ofereci
pão,
Senhor?
Quando
me pediste
ajuda
e não te ouvi?

Quando
negligenciaste
teu próximo,
filho...
Quando
só pensaste
em ti mesmo!
Quando
te colocaste
acima
dos outros,
como se só
tu pudeste
ter fome,
sede e medo!

Dr. Ego and Mr.Minister




O ego,
solitário,
em seu 
castelo,
não tem 
nada de 
belo,
é só
mais um
otário,
cego,
sem amigos,
olhando
pro próprio
umbigo!
O ego,
unitário,
triste,
omisso,
só tem
compromisso
com ele
próprio
e só
a si mesmo
é submisso!
Seu viço
é a adoração
de um "eu"
utópico,
que se 
transforma
em deus,
em dor,
em mito!
Ministro
de um
apocalipse
tópico,
típico
orbital
na própria
elipse...
O ego,
perdulário
na auto-exaltação
do "eu finito",
é a própria
encarnação
do enorme 
atrito,
duelo 
interior,
trator, conflito,
orgulho, 
arrogância,
vão, detrito,
na estúpida
paixão
pelo reflexo
nada bonito
que vê 
no espelho
em que 
só cabe
seu eu
maldito!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Ode a uma poça



Como
uma moça
na flor
da idade
ela me
recebe
quente,
me mostra
a cidade,
bem à sua
frente,
a vista,
encantada,
calma e
transparente
nua e delicada,
limpa e perfumada,
ela, de repente,
de alma lavada,
mexe com a gente,
na onda que invade,
feito uma moça,
bem na flor da idade,
gostosa, molhada,
ela é uma poça,
onde relaxo,
contente!

Um dia normal



A praia, o forte,
a areia, o sol,
a vida, a morte,
o peixe, o anzol,
o tempo, a rede,
o sonho, o farol,
a fome, a sede,
a cama, o lençol...

Tudo vai girando,
vai passando,
sem parar...
Deus vai no comando,
ensinando
como amar!

A saia, o porte,
o açúcar, o sal,
o sangue, o corte,
o mangue, o rosal,
o vento, a vela,
o sargaço, o coral,
alguém na janela
conta um dia normal...

Tudo vai girando,
vai passando,
sem parar...
Deus vai no comando,
ensinando
como amar!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Elos indissolúveis




Não sou
ninguém
pra lhe
julgar
apenas
vejo
passar
o vento
e nenhuma
folha
sequer
balançar
tudo
do jeito
que está
eu só
lamento
que as
baratas
já infestaram
sua casa...
Não sou
ninguém
pra lhe
condenar,
apenas
sinto
virar
o tempo
e nenhuma
chuva se
anunciar
no solitário
deserto
de sentimento
onde você,
só lamento,
insiste
em se enterrar!
Do lado
de cá,
o sol
continua
a brilhar
e a luz
parece
invadir
todo
pensamento...
Algemas
partidas,
fim de
tormento,
folgo em
anunciar...
Nenhuma
dor ficará
de lembrança,
nenhum
sofrimento!
Apenas
felicidade,
atenção,
carinho,
cuidado,
união
e calor!
Verdades
que nem mesmo
a memória
apagará!
Acima de tudo
permanecerá
o elo natural
indissolúvel
entre criador
e criatura:
o Amor!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Aprendizados momescos




A gente escolhe
o que planta
e a gente colhe
o que planta
E como é bom
retribuir amor
a quem na vida
só plantou amor!

Corações
mesquinhos
geralmente
estão sozinhos
ou terminam
andando a esmo
pois só pensam
no que é bom
pra si mesmo...

Corações
ingratos
se afogam
nos seus atos
não costumam
ter amigos
só enxergam
os seus próprios
umbigos!

A gente escolhe
o que quer,
pra semear e colher,
precisa estar
também disposto
a servir...
Sair do
próprio lugar,
sair de si
e andar
na direção
de quem diz
amar!

Lições de Fevereiro



Vida e carnaval,
bailes de máscaras!
Além do bem e do mal,
entre cidades e chácaras,
entre as fugas
dos purgatórios do esmo
e as rugas
de experiências vividas,
ser sal vai além
do lugar onde se esteja,
ser luz vai muito além
de só pensar em si mesmo!

Carnaval e Vida,
bloco e fantasia...
Na hora de ser à vera
o que se prega
e, assim, fazer a rega
das sementes
do Evangelho,
o ego te faz cego,
o medo impede
a própria entrega,
o orgulho te faz velho,
a arrogância te faz surdo,
e, embora, tudo esteja
bem à sua frente,
você demora,
permanece mudo...

Mas como
um diamante
sendo lapidado
numa joalheria
distante,
a Amor,
rapidamente,
tece
a nova realidade
pujante,
enquanto
a mente,
na sua capacidade
mutante,
sabiamente
se esquece
da dor que
um dia foi
dominante!