quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Por que uma Santa Dulce dos Pobres sem rosto? (A Osmar Silva, autor da arte)



O Amor não precisa de uma face...
Não precisa de uma assinatura...
Se não enxerga a quem faz o bem,
muito menos se importa que lhe identifiquem...
Apenas que reconheçam os traços de Deus
em tudo que é capaz de realizar,
da mesma forma que reconhece o Cristo
em cada irmão que precisa de ajuda!
Assim são os santos!
Assim é Santa Dulce dos Pobres...
Seu hábito se destacava para que seu rosto se escondesse...
Seus gestos reverberavam para que sua voz se mantivesse mansa...
Suas obras se multiplicavam para que o espírito de entrega e doação ao próximo fosse partilhado...
Amar e servir, um propósito, um lema, um ideal!
Como Jesus, na sua Transfiguração, uma intensa luz, espelhando o Amor glorioso de Deus!
Uma luz sem rosto, com as feições transparentes do Amor!
No lugar do rosto dela, é o nosso que deve se apresentar aos irmãos mais necessitados...
Sejam eles doentes físicos ou espirituais... Sejam eles os mais próximos de nós!
Mas não para sermos reconhecidos...
E sim para que sintam o Amor de Cristo e de Santa Dulce dos Pobres através de nossos atos,
de forma transparente, iluminada, acolhedora...
Pode ser um sorriso, um abraço, uma palavra, uma escuta...
Pode ser um silêncio, uma poesia, uma pintura, uma oração...
Contanto que vivos e pulsantes, vindos do fundo do coração!
O nosso corpo é apenas moldura...
Cada um de nós é uma obra prima de Deus, pronto para brilhar o seu Amor infinito para os outros!
Ser Luz! Uma doce luz!
Sem face...
Mas absolutamente reconhecível...
Uma sensível presença de Deus, dando continuidade à missão de Amar ao próximo como a nós mesmos...
Uma misteriosa presença do Amor, fortalecendo em nós a Fé e a Esperança de que o Amor estará entre nós até o final dos tempos!
Amém

Retomada



Olá Papel...
Quanta saudade....
Me perdoe pelo tempo de exílio, mas um chamado maior tem ocupado as voltas do relógio!
Papel, meu amigo querido...
Saudades de nossas trocas, de nossos papos inversos, de nossos tratos em versos!
Tenho vivido um tempo de desafios e de graças...
Que tem me feito mais viver que escrever...
Prática no lugar da teoria? Discípulo no lugar do escriba, quem sabe....
A vida, à vera, escancarando tudo, testando tudo, equilibrando intensidades de dor e amor!
Provocando....
E invadindo, sem pedir muita licença, apenas vindo...
Um tempo lindo...
De tempestades e chuvas, regando o nosso solo...
De uma densidade espiritual absurda, às vezes tocando o insuportável...
A Fé posta em prova, quase que diariamente...
O Caminho, o deserto e os oásis espirituais...
Abraços, olhares, trocas, portas fechadas, portais abertos, uma sequência inexplicável de sinais...
Pequenos grandes milagres...
Vividos simplesmente...
Nos passos de uma santidade que nos faz sentir tão pequenos, tão incapacitados para ser dignos de realizar aquilo que é preciso ser feito...
Trabalhar o tanto de imperfeito em nós....
Renovar o ar rarefeito que nos impede de respirar o amor!
Parar... Deixar-se elevar.... Transcender...
Humanizar...Aproximar...Acolher...
Servir e Amar...
Deixar estar...
Suar...
Estrategicamente lançar a semente...
Regar um conceito...
Fazer brotar em cada peito a sensação de que é possível...
Desacreditar o impossível...
Ir além...
Fazer do ordinário o extraordinário...
Confiar...
Alcançar...
Colher...