domingo, 29 de setembro de 2013

Dia de Vida!



Mousse!

Celebre seu tempo, sua Vida!
Há muito o que oferecer e agradecer a Deus!
O tanto que você já fez, o tanto que ainda pode fazer!
O bem que já pôde proporcionar a tanta gente...
O bem que ainda pode proporcionar!
A luz que brilha em você!
O Sal que possui pra temperar o mundo!
Os sonhos que viraram realidade...
Os sonhos que ainda vai ter!
Suas conquistas, seu crescimento, seu semear...
Sua espiritualidade, sua oração, sua conexão com Deus!
Sua família, suas amizades, seu trabalho...
Seus pais inesquecíveis, sempre presentes!
O fruto de seu ventre, Letinha!
Há muito o que celebrar!
E ainda muito a viver!
E eu aproveito pra também agradecer!
Agradecer a Deus por sua vida, por tudo que você foi, é e será pra mim!
Agradecer por nossa história, por nossas memórias, 
por nossas lembranças, por nossa aliança!
Agradecer por sermos colegas de sala na escola da vida 
e podermos contar um com o outro neste aprendizado às vezes tão difícil!
Eu celebro seu tempo!
Eu brindo à sua vida!
Eu tenho muito orgulho e alegria de estar ao seu lado, neste dia, 
pra ser o primeiro a cantar:
Parabéns pra voce
Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida,
Com imensa alegria
Imploramos ao céu
Proteção de Maria
E as bençãos de Deus!

Amo você

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Catacumbas



Digam 
às catacumbas
que fui ali 
ver o sol!
A luz
que me inunda
transforma meu olhar
num farol!
Avisem 
às cavernas
que fui ali
ler o mar!
O azul
que me governa
acende as lanternas
do olhar!
E antes 
que novamente
seja dia,
digo bom dia
ao tempo
que virá!
Amanhã
é sempre recomeço
e o que ontem
foi tropeço,
hoje é lição
pra se guardar!

Não diga não à esperança




Não diga não
à esperança!
Não mate a criança
que habita em você!
É ela que te conduz
pra ciranda
e enquanto a Terra gira
e o mundo anda
ela lhe lembra
quem manda
e quem deve obedecer...
Não diga não
ao ser criança!
Assim você cansa
e desaprende a viver!
É ela que acende o sol
quando a luz debanda
e desenha os mapas
e colore os pandas,
enquanto o mundo
insiste em te fazer
entristecer...
Não diga não
a esta dança!
Se a alma se lança,
deixe acontecer...
A canção que trança
a busca e a demanda
faz lembrar a banda
que você não pode ver!

De onde vem a dor



De onde vem a dor,
o olhar distante,
a falta de horizonte
e a ausência de cor?

De onde vem a dor,
no tempo de um instante,
da escuridão cortante
de um sonho que acabou...

De onde vem a dor,
exaustiva e impiedosa,
espinhos sobre a rosa,
redoma sobre a flor...

O ar tão rarefeito,
a busca de oxigênio,
a falta de conceito...

Sorriso a se pôr,
diante do imperfeito,
de onde vem a dor...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Faixa de Gaza (uma homenagem à minha irmãzinha poeta, no dia de seu natalício)




Ela sempre foi loira, mas pela velha provocação entre irmãos sempre a chamei de Gaza. Irmã de vida, casada com um dos bem aventurados irmãos que a vida me deu. E irmã de outro grande amigo, ou seja, quase da família mesmo. Nos conhecemos, eu, minha mulher e estes dois grandes irmãos desde a adolescência, quando frequentávamos o mesmo grupo de jovens e tivemos a oportunidade de curtir várias aventuras surreais juntos. Aliás, quando eu e o marido dela estávamos no mesmo carro, sempre aconteciam coisas, no mínimo curiosas...
Uma vez, em plena cidade, naufragamos numa poça que cobriu o carro até a janela. Em outra ocasião, dando carona a um padre atrasado para uma missa no centro da cidade, erramos o caminho e fomos parar na BR, saindo da cidade. Em outra, ainda, quase caímos em um barranco derrapando em estrada de terra, molhada, a bordo de um carro emprestado por um amigo comum.
Mas o foco, hoje, é ela, a Gaza.
A família dela possuía, na época deste caso, uma maravilhosa casa de frente pro mar, em Mar Grande, na Ilha de Itaparica, aonde, vez por outra, íamos juntos curtir um fim de semana ou um feriado prolongado. 
Bons tempos aqueles! Desde a fila do Ferry já era risada e divertimento sem hora pra acabar. Sem maiores preocupações na cabeça, ao chegar na ilha, nos alternávamos entre as maravilhosas praias e fantásticas explorações de recantos interessantíssimos como a centenária Igreja de Baiacu, uma das primeiras de que se tem notícia na região e a Pirâmide de Vera Cruz. Fazem parte das lembranças desta época, também, as 
visitas esporádicas à Casa de Veraneio da família Pena Cova, à casa dos doces da Gamboa, a maravilhosa Churrascaria da estrada, a inesquecível Pizzaria Bem Me Quer e o memorável restaurante Timoneiro. Enfim, passeávamos por toda a ilha, partindo do Duro, visitando os parentes de Cacha-Pregos, de Amoreiras e do Jaburú, onde sempre passávamos no Sítio dos Jesuítas. Íamos até a Fonte da Bica, passeávamos por Ponta de Areia, nos aventurávamos pela Ilhota, pela Penha, por Barra Grande e Barra do Gil, sempre aprontando algumas, assumindo o papel de turistas perdidos e nos divertindo muito num emblemático gol que, invariavelmente, estava com os documentos em atraso. Naquela época não haviam pontos na carteira nem código de trânsito e a fiscalização na ilha era extremamente frágil. Bastava ter cuidado no entroncamento que estava tudo certo. Do Mediterranè ao Grande Hotel de Itaparica, da Missa no Duro ao CTL da Ilha, do banho de mar da manhã ao mergulho na Ponte pela tarde, tudo era motivo para encontrar o que fazer, além de curtir o delicioso e produtivo marasmo daqueles dias. 
À noite, sempre buscávamos uma alternativa para estender mais um pouquinho aqueles momentos. Das mais estapafúrdias serenatas até os mais improváveis programas de índio, estávamos colados para ir aonde fosse preciso. Numa destas noitadas, o sono chegando e a sensação de que o dia iria acabar mais cedo do que deveria, alguém tem a idéia de fazer um churrasquinho...Lógico, a aceitação foi imediata, mas teríamos que ir até a estação de Bom Despacho, único local àquela altura, onde encontraríamos carvão e carne para realizar a empreitada. Enquanto as mulheres preparavam os acompanhamentos, lá fomos nós, os homens, em busca do que faltava. Éramos três no carro. Alguém lembrou que era preciso comprar álccol também, para acender o fogo. Paramos numa farmácia ainda na estrada entre Mar Grande e o entroncamento, e ali tivemos um encontro inesquecível. Um cidadão apareceu procurando 5 l de álcool. Após estranharmos inicialmente, percebemos sua aflição e descobrimos que sua família estava com o carro parado num lugarzinho bem deserto mais adiante, por falta de combustível. O marido, com cara de turista gaúcho desolado, estava com o olhar perdido, sem saber o que fazer ou pra onde ir. A esposa e os filhos sozinhos, esperando que alguma solução caísse do céu. Decidimos que era nosso dever oferecer ajuda. Como jovens cristãos comprometidos com o próximo, assumimos nossos papéis de bons samaritanos e nos colocamos à disposição para o que fosse necessário. Nos dispusemos, então, a levar a família até o hotel onde estavam e depois completar o tanque do carro com o marido.Tudo aconteceu como planejado e, algum tempo depois, o carro deles já estava ok e eles se dirigiam, felizes e extremamente gratos para a fila do Ferry. A gratidão era tamanha que fomos todos convidados para conhecer, no fim de semana seguinte, o restaurante do casal em Salvador, próximo ao Farol da Barra e especializado em carnes, aonde eles nos ofereceriam um jantar em agradecimento por tudo o que fizemos por eles. Depois de nos despedirmos do simpático casal e seus filhos, com aquela sensação de dever cumprido no peito, resolvemos, então, voltar até a casa para explicar às digníssimas companheiras o motivo do nosso atraso. Elas deveriam estar preocupadas com nossa demora. Quando chegamos, ainda comemorando a boca livre garantida da semana que viria, as encontramos quase dormindo em frente à televisão. Diante daquela situação, ficou decidido em consenso que iríamos todos à caça da carne e do carvão, pois o risco de, na volta, encontrá-las nos braços de Morfeu era eminente.   
Partimos para nosso destino com o carro cheio. Seis pessoas num golzinho nos fazia parecer uma lata de sardinhas. Animados com o jantar conquistado, fizemos uma viagem rápida até o local onde compraríamos a carne. Ao sair do carro, apressado para pegar o açougue ainda aberto, não em dei conta do desespero de quem estava atrás, imprensado entre quatro pessoas e bati a porta com toda a força. No mesmo momento, nossa heroína, a gaza, estava saindo do carro. Resultado: a quina da porta enfiada em sua têmpora, bem perto do olho, e o sangue a escorrer por todo seu rosto. Momento de desespero total. A primeira coisa que pensei é que eu a havia cegado. O irmão dela tirou a camisa e amarrou em sua cabeça, como uma faixa (a faixa de gaza) e o churrasco foi pro espaço, junto com a carne o carvão. O desafio agora era encontrar gelo e ver qual haviam sido os danos. Conseguimos o gelo e graças a Deus, aos poucos tudo foi se acalmando e percebemos que não era nada mais grave. Não foi no olho e o dano era superficial. Uma pequena marca na pele que ela carrega até hoje como lembrança de uma noite especial.
Para finalizar, na semana seguinte fomos todos ao restaurante daquele que havíamos amparado. Ao chegar, já encontrei os quatro amigos sentados e por uma destas infelizes inspirações do além, abri minha boca para, educadamente, fazer um jogo de cena e dizer que só me sentaria ali se pagássemos a conta. Resultado? O cara não só aceitou como apresentou uma dolorosa que fez com que tivéssemos que tirar dinheiro da poupança para pagar...
Vivendo e aprendendo... Me senti em plena faixa de gaza naquele dia, entre o bombardeio dos olhares fulminantes de meus amigos ("por que voce tinha que abrir a boca?!") e a expressão mesquinha e satisfeita daquele sujeito miserável!  Quase perco ali a minha fé na humanidade! Seria um castigo pelo ocorrido em Gaza? A primeira coisa que veio à minha cabeça foi a de colocar a têmpora dele à mercê da quina assassina da porta do golzinho, mas segurei a onda. Ainda bem. não valeria a pena. Poucos meses depois o restaurante do cujo faliu! Quem sabe uma maldição de Gaza?  
Para consolar, somente estas lembranças maravilhosas, de um tempo que não volta, mas que vale sempre celebrar, como a sua vida, querida Gaza! 
Um brinde às marcas do que se foi e aos sonhos que vamos ter! 
Um brinde à nossa amizade, que se perpetua através de nossos filhos! 
Um brinde às cicatrizes daqueles  dias felizes, pra sempre gravadas na pele e no coração de todos nós!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Expiação



Sou curador
de meus sonhos
por isso seleciono
tudo o que exponho...
Minha metralhadora
verborrágica
não atira necessariamente
com sentido
e nem sempre 
tem alvos bem definidos...
Às vezes, 
são puramente 
abstratos...
Retratos 
de divagações
errantes...
Quadrantes
da coleção interior...
Sou editor
de meus versos,
por isso, às vezes
sou inverso,
imerso em universos
simbólicos,
maremotos sistólicos
de flagrantes
atemporais...
Sou portador
de meus erros,
das minhas contradições
inerentes ao fato
de ser humano,
repleto de paixões
e inexato,
como os gestos
e atos
dessa minha 
humilde condição!
Sou procurador
de mim mesmo!
Ando em busca
da criança
de um dia
e todas as fantasias
e percepções
que nela haviam...
Sou tutor
de minhas culpas,
administrador
de minhas desculpas,
e contador
de meus silêncios...
Sou escritor
da minha voz,
de todo elo entre
o eu e os nós,
de todo laço
entre o abraço
e os beijos,
de todo passo
ante o que eu vejo
e o meu espaço...
Sou cantador...
E há tanta dor alheia
em meu canto,
que às vezes
procuro um manto
pra me entocar
em retiro...
Sou guardião
de tudo 
a que me refiro
nas palavras
sem texto
da minha
expiação...

A aventura de se pôr!





Talvez o segredo 
seja olhar 
mais pra dentro,
sem medo! 
Ninguém encontra 
do lado de fora, 
o sol que procura 
pra fazer de conta
que a vida é perfeita
e que tudo se ajeita,
alguma hora,
basta luz e cor,
pra clarear 
o próprio interior!
Será?
Ainda creio
ser essencial
uma pitada de Amor!
Amor é Sal!
Amor é Sol!
Mas tem
que ser amor
capaz de curar
a própria dor!
Amor primeiro
por si,
pela essência
que te faz
ser você!
Este amor
traz a paz!
Depois Amor
pelo outro,
o mais próximo
e o mais distante!
Amor feito diamante,
daquele que lapida
a alma, 
e com toda calma, 
nos faz ciosos
de como são preciosos
todos os instantes!
Finalmente
Amor pelo Amor!
Expressão máxima
de valor
de uma criatura
pelo criador...
Afinal
viver é a aventura
mais completa
da loucura
de se pôr...

Censura



Atenção
censores
de plantão!
Aqueles
que acham
que autores
são como flores,
que se pode
podar sem explicação!
Tomem cuidado,
não julguem
sem ter certeza,
vasculhem
o mérito
e a intenção!
A diferença
de opinião
é como uma imagem
a cores:
quanto mais contraste,
tanto maior a beleza!
A troca
de opinião,
antes de provocar
desgaste,
deveria cultivar
a razão!
Não dores...
Senhores
censores,
qual é mesmo
a intenção?
Qual o ponto
de exclamação
que causou
tanto incômodo?
Talvez seja
simplesmente
cômodo,
daí de seus
gabinetes,
representando
a União,
amparados
pelos ministérios,
se fazerem de sérios
e proibirem
as manifestações
por pura e simples
interpretações
recheadas
de conceitos...
Ou seriam
preconceitos?
De um
ou de outro
jeito,
que grande
contradição...
A democracia
e a liberdade
de expressão
que sucumbam
à força e à pressão
e se quebrem como louça,
se espatifem pelo chão...
O solo da nação
sujo de sangue
é mesmo
uma fétido mangue,
onde a lama
se derrama,
armadilhas
da ilusão...
Mandem os
pensadores
pras ilhas...
Cortem sua
comunicação...
É dever do estado
proteger o cidadão
contra toda informação
que o fizer errado!
Passem por cima
da constituição
nada mais
é sagrado...
Coloquem
a inteligência
de lado,
a consciência
é precursora
da revolução...
Luz, câmera, ação!
Chamem os censores
laureados...
Quem sabe
seja justa, enfim,
a censura pela
nação...

Garrafa de alma!



Sobre
as ondas
uma garrafa
teima
em não afundar!
Uma mensagem
dentro dela
pede passagem
pro oceano
e vai flutuar!
Podem demorar
anos,
até ela
chegar
na areia
dourada
de uma praia
qualquer...
A garrafa
não tem planos
além de guardar
com ela
o que um dia
será lido...
Se faz ou não
algum sentido?
Não cabe a ela
questionar!
A garrafa
é como corpo
de gente...
Guardião,
às vezes,
inconsciente
da mensagem
que o criador
colocou lá!
No centro,
no lado de dentro,
chame de alma,
espírito
ou corpo reluzente,
o remetente
só fica satisfeito,
quando a mensagem
brota do peito
e, transparente,
faz o amor
dos olhos transbordar!

domingo, 22 de setembro de 2013

Esconderijo sob as pálpebras




Guardem
sob as pálpebras
os segredos
dos sonhos!
Mas, se forem
contar a alguém,
que seja
aos travesseiros!
Estes não
traem sua confiança,
desde criança
são companheiros,
verdadeiros!
Do leito
para o peito,
os sonhos pulsam!
Navegam
entre a mente
e o coração,
flutuando
entre o que
se sente
e o que se pensa
sem paixão!
Os sonhos
nos servem
todo tempo!
E, de maneira
cúmplice,
nos fazem
lhes servir
a vida inteira!
E assim
a existência
dorme e acorda
diariamente...
Com gente
levando
sonhos pra
passear
e sonhos
ensinando
gente
a voar!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Falência Múltipla de Órgãos



Quando os Doutores saíram da sala, já dava pra perceber que as notícias não eram boas.
Procurei me colocar no lugar deles, afinal aquela operação havia demandado um bocado de tempo e, com toda certeza, consumido muita energia. Em alguns deles eram transparentes o desânimo e o cansaço. Em outros percebia-se uma atmosfera diferente, talvez de vitória, talvez de otimismo. Enquanto se aproximavam para dar o veredicto, percebi que não havia muito tempo e preparei-me para o pior.
A notícia era grave: Falência Múltipla de Órgãos!
O paciente estava em situação crítica. Já haviam tentado tudo o que podia ser feito.
Não havia muita esperança para o país!
Nada parecia fazer efeito contra as bactérias daquela corruptice generalizada.
Doses e mais doses de anti-semvergonhóticos haviam sido admistradas, sem êxito.
Eram cada vez mais evidentes os sinais de inchaço e mal funcionamento dos órgãos.
A câmara não produzia as respostas esperadas contra o câncer ali instalado.
No senado as metástases já produziam estragos.
O centro nervoso político já havia sofrido alguns derrames mensais sérios.
O poder executivo já cheirava mal!
Um a um, os ministérios começavam a travar e nada respondia a qualquer estímulo.
Para piorar, na tentativa de operar aqueles tumores, o judiciário acabou contagiado pelo vírus letal.
Alguém da família, então, lembrou que, poucos meses antes, o gigante havia acordado daquele torpor e demonstrado uma grande energia, melhorado bastante e até caminhado. Muitos haviam escutado sua voz reclamando contra aquela situação insustentável...
O diretor médico, friamente, apenas respondeu:
-"Deve ter sido a chamada melhora da morte!"
E sentenciou:
-"Melhor não esperar mais nenhuma resposta do Brasil!"
E ao povo, restou apenas chorar a saudade daquele que seria o país do futuro!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Tempostagem



Por que
a dúvida?
A facilidade
do abandono?
Pra que a dívida
de um alumbramento
de outono?
O desafio
é enfrentar
o vazio,
atravessar
o deserto
até chegar
novamente
perto
de si mesmo!
Falta de fé?
Alta de pé?
Malabaristas
de emoções
com o destino
dos sonhos...
Melhor
a dádiva
o reafirmar
intensivo,
paz, troca,
abraço,
amor vivo,
beijo que
vence cansaço,
canção
com pegada
de livro!
E no espelho,
o reflexo
é seu...
O vermelho
que pulsa,
ferve,
também
é branco
que serve,
luz que expulsa
escuridão
e sombra...
E a dúvida
que um dia
assombra,
alumbra
numa manhã
vizinha
e reafirma
a jura
confirma
toda cura
que a alma
entende
breve!

A dor do amor 003



E novamente
a esperança,
a alma que dança
de repente,
como criança
pura e transparente,
num coração
que não se cansa
de ser gente!

Intensamente...

O olhar se lança
e a mão descansa,
displiscente,
sobre outra mão,
numa paixão
tão forte e quente,
sem morte,
sem canção,
tesão somente!?

E após a entrega,
inconsequente e cega,
a solidão retorna,
incandescente,
e escreve
mais um capítulo
deprimente
de uma novela
repetida
habitualmente...

A dor do amor 002



Uma tortura
uma agonia insana
uma loucura
uma aventura desumana
a estrada escura
uma procura cigana
pela cura
da dor mais pura:
a dura dor do amor
na alma humana!

E o tempo,
templo escancarado
dos instantes,
faz acender as velas
e os mirantes,
mostrando
aos navegantes
caravelas...

E sobre a tela
o traço, o pingo,
a tinta deslizante
faz do contorno
dos amantes
a aquarela
que silenciosamente
faz da dor do amor
um som distante!

Depois,
pra onde irão os dois
que se buscavam?
Vão se casar à noite
na capela,
com chuva de arroz
e anel brilhante?
Ou voltarão a ser
dois sóis errantes,
corações sem sentido,
novamente partidos,
sufocando seus gemidos
em suas celas... 

A dor do amor 001



A dor
que fere mais
é a que nos tira
a cor da face,
nos empalidece a alma
e nos faz poente
no horizonte interior!
É aquela dor
que nos arrebata a paz
e nos tira a calma,
que mistura sentimentos
num entrelace
de momentos,
que tece com nossas veias
uma teia de horror!
É a dor intensa
que revela o pavor
dilacerante
de olhar o futuro
e se ver só, num instante!
Uma sombra crescente
e inquietante,
uma angústia tragada
em taças borbulhantes,
frágeis, transparentes,
que tantas vezes se partem,
no brinde de um rompante,
nas sangrias inconsequentes
das aventuras errantes...
A dor que mais fere
se adere ao corpo
como uma tatuagem
impensada
e nos marca a pele,
cicatriz indesejada,
dos sonhos de amor
que nos compele
ao erro, à loucura
e à cegueira,
numa procura
desvairada!

Quem era?



Contra
o tempo
corro
pro exemplo
sobre um morro
que contemplo
além do socorro
de um momento!
Sou pólvora
de uma era
explosão
ofuscante
de mil teras
numa tela
brilhante...
Virtualmente
o que é real
parece só
espera...
Um porto
irreal,
poente
sobre o sal
o que é
à vera?
O bem
contra o mal?
O zen
sobre o cristal!
A Bela
sobre a fera...
Nenhuma flor igual
nos quintais
da primavera!

Divagências



Hum...
Um ano!
Humano...
Mano,
Man:
Um!
Um homem
comum,
com
um
ou
uma
nova
idéia
incomum...
In?
Hum...
Nenhum
velho
ano
em
jejum...
Só um
sonho
e o rum
sob a
"moon"
tão blue
e scarlet
Star,
Let
it be,
bee,
mel,
asas
no céu
em zum!
Zoom...
Perto
do distante
um monge,
longe,
acha um
diamante
sem procurar
nenhum!
Adiante,
um ano,
Humano,
um homem
sem rumo
encontar
seu próprio
rumo
ao se perder
sem ter um!

Abstratísmica



Construa
uma ponte
entre a lua
e o horizonte,
entre a rua
e ali, bem defronte,
onde a garota nua
lhe sorri aos montes
com seus cabelos de grua
sob o vento de ontem...

Que ela se eleve
até o andar das nuvens,
sinal de fogo
cinza na paisagem...
Ninguém se atreve
a ir a outra margem
fazer o jogo
durante a viagem...

Destrua
a fenda
da mais crua
emenda
aquela que sua
sobre a dor e a lenda
de quem atua
ante uma contenda
antes que penda
o que se pactua!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Evoluções



Lapidar
a alma
é exercício
de corpo
Podar
a forma bruta
e encontrar
a gema!
Calar
a frase abrupta
e repetir
o lema...
Quilates
de emoção
pra se
avaliar...
Topiar
a alma
é sacrifício
do tempo
Cortar todo
exagero
e encontrar
a essência
Testar
cada tempero
até a
inapetência...
Em gramas
de ilusão
saber o
que pesar...
Moldar
a alma
é quase um vício
ilógico
É apostar
no instinto
de criar
das mãos...
É entrar
no labirinto
dos seus próprios
vãos...
Em passos
de oração
saber o que
buscar!

Soul



Não,
minha alma
não está exposta
na vitrine,
nem está à venda
no boteco...
Alma,
naturalmente,
é algo
mais sublime,
é voz que só
se entende
pelo eco...
Não,
minha alma
está além
da superfície,
precisa mergulhar
para tocá-la...
Alma,
chama ardente,
não é um ítem
da crendice,
é muito mais
do que se vê
dentro da mala...
Não,
minha alma
não se revela
por palavras,
talvez se mostre
apenas como insenso...
Alma,
finalmente,
não pode nunca
ser escrava,
é lágrima
invísivel
sobre o lenço!

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Herói de Guerra


Pulsar




Existe alguém
em algum lugar
que vai te fazer refém
sem te sequestrar

Existe alguém
que só com o olhar
será capaz de te deixar zen
sem você meditar!

Alguém
que vai fazer você
sorrir sem precisar razão
e vai fazer você chorar
que a dor também é parte
da paixão!

Alguém
que vai fazer a vida
ser bem melhor de se sonhar
e vai fazer seu coração
se entregar à arte
de pulsar!


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

E la se vao 19




Sim,
amo você
na saúde e na doença,
no erro e no acerto,
no pecado e no sagrado,
na duvida e na crença!
Na construção diária
do nosso "oito" invertido,
do nosso amor infinito,
sob o sol das primaveras,
amo voce à vera,
superando os obstáculos,
enfrentando os tentáculos
e os desavisos da vida!
Não,
não é um mar de rosas,
aliás, se fosse, 
como provaríamos
o azul?
Como flutuaríamos no
branco passageiro de
uma paz efêmera e leve
como espuma?
Como dançaríamos 
nas ondas trasparentes
dos instantes
em que deixamos de ser dois
para sermos um?
Como produziríamos vida
e a temperaríamos, 
se não fosse o sal
do imenso azul?
Sim, 
não é um mar de rosas,
ainda bem!
Porque se fosse
seria lindo apenas 
superficialmente,
escondendo uma 
profundeza de espinhos
sobre delicadas pétalas...
Melhor este mar transparente
feito de gente... 
Gente que se busca,
diariamente, nas praias
do destino, 
pra se renovar,
celebrando dias 
como este tal 
oito de setembro que,
se passa como as horas,
foi vivido, um dia, 
pra ficar!

Parabéns pelos 19!



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Interferência ou Norte




Escutais,
plácidos seres,
à margem da cidadania,
o ainda retumbante brado
de seu povo heróico!

Onde estão o sol
e a igualdade
desta nação gingante
pela própria incerteza?

Precisamos, sim,
de braços fortes
pra lutar e construir
uma pátria digna
de se amar...

Não dá mais pra adiar...

Brasil,
quando deixará de ser
somente um sonho intenso?

Quando serás, de fato,
símbolo de amor eterno ,
paz no futuro e
memórias no passado?

Não dá mais pra aceitar
que ao invés de espelhar
sua grandeza,
sua terra sucumba
ante a tanta desigualdade...

Alguma diferença,
alguma interferência,
um norte...
Talvez a clava forte da justiça,
talvez o despertar de sua preguiça,
para veres teus filhos
encarando exigir
ordem e progresso!

Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Mãe amada!
Seja gentil
com quem, por Ti,
não foge a luta!
Assuma seu papel
de mãe
e enterre, de uma vez,
seu papel de puta!

"Expressionante"



E aí? Belê? Tá de boa?
Então me diz aí quanto tempo faz que você não se impressiona com uma expressão autêntica de alguém.
Algo que marque, que eternize aquela pessoa...
Sou só eu que vejo assim ou, realmente, ser mais do mesmo virou moda global?
Diferenciar-se, pra que?
Ser único, ser você, de que adianta?
Parece que as pessoas estão cada vez mais se conformando com seguir padrões.
E por mais impressionante que possa parecer, não seguir leis está virando um padrão!
Impressão minha ou expressão dos tempos?
Bom, mas também basta trazer uma idéia nova, uma palavra diferente, uma nova forma de fazer determinada coisa e já vão lhe taxando de estranho, esquisito, nerd e uma série de denominações padronizadas que têm como objetivo comum inserir aquele ser numa determinada tribo. Aí, fechou!
Será mesmo?
Então me diz aí quanto tempo faz que alguém não lhe emociona com uma expressividade humana autêntica...
Algo profundo, que se eternize, de alguém próximo, real!
Tá difícil?
Recorreu logo a algum vídeo do Youtube postado por algum face friend?
Que é isso, se esforce mais um pouco, algo verdadeiro, palpável, como um abraço, um carinho, um gesto inesperado, uma surpresa sem ter porquê...
Complicou?
Será a pressa, o corre-corre, a luta pela sobrevivência, pelo espaço, a administração racional do tempo?
Que eu saiba, muitos destes motivos habitam nosso "desculpário" desde a idade da pedra...
Então, o que de fato estamos passando, pra nos permitir perder o melhor da vida?
Sim, por que entre o choro do nascimento e o último suspiro, passamos por aqui nos expressando. Ou não?
Lágrimas, risos, gargalhadas, cacoetes, gestos, silêncios, palavras, canções, pinturas, poemas, esculturas, crônicas, imagens, sons, tudo é expressão de sentimento e razão, tudo a ver com alma, coisa meio largada no canto em nossos dias...
Que tal estender a mão do seu corpo pra ela e ressuscitar seu lado mais "expressionante"?
Não tenha dúvida. Amigos, filhos, irmãos, esposa, marido, pais, conhecidos vão se "expressionar" com sua mudança, com cada expressão apaixonante que você oferecer...
E aí? "Expressionou-se"?
Então mãos à obra! Há um mundo aí fora carente das mais verdadeiras e intensas manifestações de seu universo interior!
Lógico que haverão aqueles prontos para lhe taxar disso ou daquilo. Uma pena... O mundo deles permanecerá "impressionoso"...
Novos conceitos? Velhos sentidos? O significado de cada escolha, que só o próprio coração pode, de fato, revelar... 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Uma homenagem aos nossos faróis, nossos pais! Que João e Maria sempre permaneçam iluminando nossos caminhos e nos conduzindo na estrada do bem!

Entre tudo e nada




Me diga
ontem
sobre
a noite
que virá!
Tudo é
poesia
entre
a areia
e o mar...

Me cante
ondas
entre
as nuvens
e o horizonte...
Tudo é
um instante
entre o rir
e o chorar!

Me fale
sonhos
sobre
o vinho
aprovado!
Tudo é
tão doce
entre o plantar
e o por do sol!

Me conte
léguas
ante
o abismo
da montanha...
Tudo é
tão vago
no convite
do anzol...

Olhar pro mundo




Ouço sua voz
entre os becos
e leitos mais secos
dos rios da paixão...

Vejo seu rosto
entre as ruas
nas notícias cruas
da televisão!

Sinto seu toque
em meus ombros
no meio de escombros
da minha razão...

E ainda sim
às vezes viro as costas
pras suas mãos postas
na minha intenção...

Como te negar
ou te esquecer,
me imaginar
viver sem você
olhar pro mundo
e não te enxergar?

É como me negar
e me esquecer,
te imaginar
sem vida, sem ser
nem por um segundo
consigo tentar...

Sonatinha




E no meio da imensidão, 
uma voz falou às estrelas:

- Por que não se apagam logo 
  e vão dormir?

Como resposta, 
teve apenas silêncio e brilho...

domingo, 1 de setembro de 2013

Brinde a Setembro



Tragam as tulipas
para brindarmos às flores
a safra das cores
está de novo no ar
e seu buquê
parece dançar
como uma pipa
a ziguezaguar
entre as nuvens!

Convidem os girassóis
e as gérberas pra celebrar
avisem às rosas e aos lírios
pra colocar o melhor traje
e não esqueçam
as violetas e os cravos,
as margaridas e hortências
com suas pétalas impecáveis...

Novamente é tempo
de luz solar
tempo do orvalho
banhar as folhas
com o verniz da vida
e nova página escrever!

Tempo da primavera
fazer sua parte
e pintar a Terra
desenhando com arte
os campos
em degradê!

Setembro voltou
a florir mais uma vez
pediu ao sol um brilho
de favor
confirmando
ser mesmo o mês
do mundo renovar o Amor!