segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Expiação



Sou curador
de meus sonhos
por isso seleciono
tudo o que exponho...
Minha metralhadora
verborrágica
não atira necessariamente
com sentido
e nem sempre 
tem alvos bem definidos...
Às vezes, 
são puramente 
abstratos...
Retratos 
de divagações
errantes...
Quadrantes
da coleção interior...
Sou editor
de meus versos,
por isso, às vezes
sou inverso,
imerso em universos
simbólicos,
maremotos sistólicos
de flagrantes
atemporais...
Sou portador
de meus erros,
das minhas contradições
inerentes ao fato
de ser humano,
repleto de paixões
e inexato,
como os gestos
e atos
dessa minha 
humilde condição!
Sou procurador
de mim mesmo!
Ando em busca
da criança
de um dia
e todas as fantasias
e percepções
que nela haviam...
Sou tutor
de minhas culpas,
administrador
de minhas desculpas,
e contador
de meus silêncios...
Sou escritor
da minha voz,
de todo elo entre
o eu e os nós,
de todo laço
entre o abraço
e os beijos,
de todo passo
ante o que eu vejo
e o meu espaço...
Sou cantador...
E há tanta dor alheia
em meu canto,
que às vezes
procuro um manto
pra me entocar
em retiro...
Sou guardião
de tudo 
a que me refiro
nas palavras
sem texto
da minha
expiação...

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