Quando os Doutores saíram da sala, já dava pra perceber que as notícias não eram boas.
Procurei me colocar no lugar deles, afinal aquela operação havia demandado um bocado de tempo e, com toda certeza, consumido muita energia. Em alguns deles eram transparentes o desânimo e o cansaço. Em outros percebia-se uma atmosfera diferente, talvez de vitória, talvez de otimismo. Enquanto se aproximavam para dar o veredicto, percebi que não havia muito tempo e preparei-me para o pior.
A notícia era grave: Falência Múltipla de Órgãos!
O paciente estava em situação crítica. Já haviam tentado tudo o que podia ser feito.
Não havia muita esperança para o país!
Nada parecia fazer efeito contra as bactérias daquela corruptice generalizada.
Doses e mais doses de anti-semvergonhóticos haviam sido admistradas, sem êxito.
Eram cada vez mais evidentes os sinais de inchaço e mal funcionamento dos órgãos.
A câmara não produzia as respostas esperadas contra o câncer ali instalado.
No senado as metástases já produziam estragos.
O centro nervoso político já havia sofrido alguns derrames mensais sérios.
O poder executivo já cheirava mal!
Um a um, os ministérios começavam a travar e nada respondia a qualquer estímulo.
Para piorar, na tentativa de operar aqueles tumores, o judiciário acabou contagiado pelo vírus letal.
Alguém da família, então, lembrou que, poucos meses antes, o gigante havia acordado daquele torpor e demonstrado uma grande energia, melhorado bastante e até caminhado. Muitos haviam escutado sua voz reclamando contra aquela situação insustentável...
O diretor médico, friamente, apenas respondeu:
-"Deve ter sido a chamada melhora da morte!"
E sentenciou:
-"Melhor não esperar mais nenhuma resposta do Brasil!"
E ao povo, restou apenas chorar a saudade daquele que seria o país do futuro!
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