quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Todo tempo num dia




Todo tempo
que resta
presta pra
passar
sem pressa
embora
passe
depressa
feito
conversa
de se
jogar fora
nas horas
que passam
sem a gente
nem notar!

Todo tempo
é aresta,
testa a
vida às
avessas,
na tora,
num passe
confessa
que o agora
foi feito
pra mandar
embora,
como outrora
alguém
já ousou
nem ligar!

Na aurora
de um novo
tempo
um novo dia
começa
e faz a
gente
cumprir
a promessa
de viver
a alegria
de fazer
diferente,
esquecer
a agonia
e seguir
em frente,
todo o tempo
a cada dia!

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Sol de Samuca

Sol em foco, 
luz em ação! 
Sal que evapora, 
chora emoção! 
Lente, olhar, 
coração! 
É o horizonte 
que cora, 
a paisagem 
implora 
ao talento 
a exposição...
Arte, 
parte 
da própria 
inspiração! 
Respiração, 
transpiração, 
natureza 
pedindo 
um aparte, 
na ilusão 
do descarte 
da poluição! 
Vermelhidão! 
Sombra, 
cor, 
astro 
a se pôr, 
oração... 
comunhão 
com a vida! 
Deus 
se revelando 
na imagem 
de um irmão!

Grauçá



Na areia
da praia
encontrei
um grauçá...
Pra lá e
pra cá,
como as
ondas
do mar,
a bela
criaturinha
não cansava
de escapar
do meu olhar,
brincando
de se afundar
ora na areia,
ora no mar,
mostrando
que Deus
é capaz
de estar
em todo lugar,
em cada ser,
em mim, em você
e naquele
livre e
frágil
grauçá!

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Irmãos na madrugada...


Irmã dor
estende
a sua mão
tem compaixão
dos que sofrem
sem motivo
oferece algum
alívio
pois na dor
existe Amor!

Irmão pesadelo
oferece
um sonho bom
tem piedade
daqueles que
acordam sem
motivo
e em silêncio
calam o
próprio som
desperta-os
estão vivos!

Irmã treva
aponta
alguma luz!
Não basta
a cruz do breu
aos que habitam
suas sombras?
Oferece
ao menos
a penumbra
para que
encontrem Deus!

Tormenta




Debaixo da tormenta
sob nuvens negras
certeza que acalenta
é a direção da proa...
Enquanto o medo venta
a fé segura, às cegas,
se a tempestade aumenta
a direção é boa!

E eu sigo,
sim, insistindo,
nesta mania
de sempre buscar
a coerência
Insisto, assim,
vou seguindo
nesta aventura
de honrar
a vivência!

Por sobre ondas brutas
como numa casca de noz
o tempo nos prescruta
e o tempo é tão veloz
o eco nos escuta
repete nossa voz
o mantra de uma gruta
na praia estamos sós

Cansaço

Cansado de
tanta incoerência,
de tanta hipocrisia,
de tanta conivência,
tanta "mais-valia",
tanta subserviência
mão de uma só via,
esta cadência
de notícias repetidas,
azucrinando a vida,
de tanta indecência,
nesta carência
de melhores dias...

Ao olhar apenas
pra seu próprio umbigo
quem se diz amigo
quer roubar a cena!
Valerá à pena
o refúgio deste abrigo?
O este é um perigo
que não vale mais à pena?

Cansado de
tanto egocentrismo,
jogos de interesses,
do malabarismos,
ritos anti-estresses,
deste consumismo,
deuses "em espécie",
tanto conformismo
de vazios feito vidas,
sonhos de partida,
humano mimetismo,
orações e preces
na beira do abismo...

Prata de brilhar





Sempre é uma dádiva celebrar o Amor!
Colocar sobre o altar uma história,
relembrar como tudo começou...
Regar de emoção as memórias!
Reavivar o tom, o sim, o sabor!
É sempre uma dádiva celebrar um amor...
Encher o peito com suas glórias...
Orbitar no universo que se criou
desde o instante em que o ímpar virou par,
desde a hora em que o olhar se encontrou
e aconteceu a inspiração de amar!
Uma honra testemunhar o amor
destes com brilho em tons de prata,
em bodas que o tempo brindou!
Amor que se faz dedicatória
nas canções que a própria vida,,
dia a dia, lhes apresentou!
Uma alegria contemplar o Amor
e dar graças pelo fruto
que este amor gerou!
Ver o amor cantar vitória,
grato pela própria trajetória
que, em si mesmo, realizou!
O Amor vive à luz do mistério,
o Amor brinda o brilho do sol,
Rogério e Carol!
Carol e Rogério!

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Dor de Saudade




Dor de saudade
maltrata
arranha a gente
por dentro
revira o peito
no centro
escorre em
lágrimas pratas...

E só o tempo
pra curar essa dor
só o tempo
cicatriza o amor
porque saudade
é ferida
que vida
faz arder em
quem sonhou...

Dor de saudade
é pavio
rastilho quente
no chão
que explode
no coração
dentro de um
peito baldio...

E só o tempo
pra curar essa dor
só o tempo
cicatriza o amor
porque saudade
é ferida
que vida
faz arder em
quem sonhou...

terça-feira, 20 de setembro de 2016

20 anos (um homenagem a estes dois queridos parceiros de vida nos seus 20 anos de sim!)



Uma lua cheia
uma canção e meia
o sentimento no ar
Uma viola e a teia
e o canto de uma sereia
chamado pra namorar

E eu Vi
Vivi e Lu
e a lua cheia
a luzir...
Eu vi,
o Amor brilhar
no olhar
de Lu e Vivi!
Eu vi...

Duas vidas cheias
partilhando a ceia
no alumbramento de amar
A música na veia
o Amor vindo em cadeia
virando sim de casar!

E eu Vi
Vivi e Lu
e uma aliança
a luzir...
Eu vi,
o Amor brilhar
no olhar
de Lu e Vivi!
Eu vi...

Quatro vidas cheias
completando a aldeia
Bruna e lucas, um par
É Deus que incendeia
O Amor de luz cheia
fazendo a gente cantar

Eu vi
Vivi e Lu
e a vida inteira
a luzir...
Eu vi,
o Amor brilhar
no olhar
de Lu e Vivi!
Sorri!

domingo, 18 de setembro de 2016

Único caminho




Perdoar
não é fácil
mas é o único
caminho!
Se você
não perdoa,
a dor vira
espinho
e dilacera
você mesmo!
Inflama,
maltrata,
infecciona,
mata...
Bem aos
pouquinhos...
exatamente
como fazem
os sentimentos
mesquinhos...
Perdoar
não é fácil,
mas é o único
caminho!
Senão você
detona a pessoa
cuja essência
te faz ser!
Você rasga
o pergaminho
da sua missão
de viver!
E se mata,
bem aos pouquinhos...
Não é fácil,
eu sei...
Mas perdoar,
acredite,
é o único
caminho!

Apelo à sinceridade


Segura a onda
pra não virar
regente da razão
o mundo não tem
a função
de orbitar
na sua verdade!
Amigos não têm
a obrigação
de aceitar
só a sua
vontade!
Cuidado
pra não virar
a encarnação
da frustração
de sua realidade!
Quem avisa
mais que amigo,
é irmão,
e tem a liberdade
de chamar
a atenção
antes que seja
tarde...
Segura a onda
pra não varar
a compreensão,
no exagero
da paixão,
passando
os limites
da emoção
no conforto
de sua
autenticidade...

sábado, 17 de setembro de 2016

Mais sobre amizade




Amigos...
Abrigos
de nossa
essência...
Brincadeira
e confidência
na transparência
de ser!
Elo, laço,
transcendência,
abraço
na experiência
de amar
sem querer!
Amigos...
Irmãos na
preferência,
troca, mais,
correspondência
no desapego
do ter...
Selo, rito,
contundência
numa verdade
em vivência:
amizade não é
propriedade,
não é título,
interesse ou
poder!
Amizade
é ascendência,
comunhão,
parecência,
paciência
em viver!
Amizade
é presença,
até na falta
ou na ausência,
porque amigo
não precisa
de audiência,
amigo só precisa
se fazer!

Desassossego


Pouse
sua angústia
nos meus ombros
e repouse...
Tranquilize
sua insegurança
sem pressa!
Nenhum medo
humano vale
o desassossego...
Ainda é cedo
pra amanhã!
Mas já é tarde
pro agora...
Enquanto
as lágrimas
se derretem
sobre a face
dos que ficam
na saudade,
coração
acalma a
tempestade
e faz o olhar
brilhar
novamente
no estio!

Coração aventurado....


Num dia
diferente
de todos,
quando a
chuva
brilhava
e o sol
pingava
cores
sobre a
Terra,
eu me
sentei
à margem
de um rio
cigano,
e sobre
uma pedra
chorei
num outro
plano...
Não era
só tristeza...
Tinha muito
de saudade,
um quê de
desengano,
um tanto
de realidade...
Num dia
diferente
de todos,
compreendi
que ser
gente é
entender-se
igual a todos!
E ao sentar
na margem
de algum rio
e contemplar
o próprio
reflexo
na superfície
das águas,
aprender
que faz
todo nexo
o mistério
da criação
pulsando
sem pressa
na imagem
e semelhança
de um
bem-aventurado
coração!

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Velho Chico ( em homenagem a Domingos Montagner)



Ah, o rio...
O Velho Chico e um vazio...
Nem um pio nas margens silenciosas,
respeitosas pelo luto e pelo estio
do artista que partiu...

O rio...
Desfigurado, misterioso,
inconformado, perigoso...
Revelado e exposto
na realidade e na ficção...
O rio, o artista, o homem
a definitiva transposição...

Do personagem principal
ao mártir real,
transpor-se pelo rio
foi mais que um simples grito
contra o assoreamento
que há tantos e tantos anos
ecoa pelo seu cânion infinito...
Muito mais que um grito,
um manifesto,um lamento!
Íntegro, assustador,
trágico, maldito...

Ou seria bendito?

O mergulho na história,
além do texto,
nos faz também
transpor o contexto
e encontrar a plenitude
até mesmo no maior
dos vazios!

Mais que uma passagem, um rito!
Uma comunhão perfeita
entre a humanidade e a natureza,
na luz e na beleza
de alguém que em tudo
que abraçava, parecia convicto!

Sim, uma surpresa...
Uma desagradável surpresa...
Nunca é fácil transformar
o homem em mito!

Mas o rio, o Velho Chico,
deve ter lá algum motivo
pra transformar em saudade
um dos seus personagens
mais bonitos, mais vivos!

O Santo
(nem precisa tanto),
o cara dos anjos,
o homem dos índios,
a personificação do bem,
do certo,
do bom pai,
do bom filho,
do bom espírito,
entrega, num mergulho,
o próprio espírito
e passa a fazer parte,
eternamente,
da essência do rio,
da causa do Velho Chico!

Ah, Velho Chico...

Se todo este ocorrido
foi por estar se sentindo vazio,
não precisava que a enchente
desta vez fosse de lágrimas,
como na lenda do seu início...
Não precisava que o pedido
de socorro chegasse a este extremo...

Ah, Velho Chico,palhaço vadio,
precipício baldio que mais uma vez
dita a sorte e transforma,
em seu leito de morte,
o imenso vazio e insensatez
em pequenina esperança...

Quem sabe este sacrifício,
este drama em pleno ofício,
não transforme a dor em exercício
de uma causa maior?

Quem sabe, dia desses, este rio,
volte a estar vivo de novo!

Quem sabe, por um destes,
Domingos,
chamados a vestir o seu manto,
Velho Chico,
você volte a ser o rio,
fonte de alimento sadio
pra seu povo...

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Louvor a São José (uma homenagem ao querido Zé Carnaval, no dia de seu nascimento)



José,
homem de fé,
templo de Amor,
gente de bem...
Força e coragem
ao lado da mais
bendita,
ao lado da mais
bonita
imagem do Sim
de Deus!

Meu São José
cuida também
de mim
me faz servir
a Deus
até o fim!
Meu São José
mostra o Caminho
a mim,
guia meus passos,
me ensina o
teu sim!

José,
filho de Davi,
guardião da Vida,
nascida em Belém!
Luta e trabalho
ao lado do mais
bendito,
ao lado do mais
bonito
retrato do Amor
de Deus!

Oração à Mãe de Cristo



Nossa Senhora
Mãe de todo Caminho
Sacrário do Deus Menino
Doce colo do Senhor...
Olhai por nossas crianças,
aquelas que mais necessitam,
perdidas e sem esperança,
subnutridas de Amor...

Vem Mãe de Deus,
Vem pelos seus! (2x)

Nossa Senhora
Mãe de toda a Verdade 
Sagrado altar do Divino
feito gente e Salvador
Cuidai dos nossos velhinhos,
aqueles que são mais fraquinhos,
abraça a terceira idade
com os teus olhos de Amor!

Vem Mãe de Deus,
Vem pelos seus! (2x)

Nossa Senhora
Mãe de toda Vida
Santuário feminino
do Espírito do Amor
Velai por todos seus filhos,
aqueles que mais precisam,
e talvez por isso mesmo
estão distantes do Senhor

Invocação ao Espírito



Derrama
sobre nós
sua chama
de Luz
Coloca em
nossa voz
suas línguas
de Amor

Queremos
te entregar
aqueles
que amamos
Queremos
ofertar
também o
que tememos

Vem pairar,
meu Senhor,
sobre nossas
vidas!
Espírito
do novo ardor,
vem curar
as feridas!

Derrama
sobre nós
sua palavra
de paz
Nunca
estaremos sós
por seguir
o Senhor

Queremos
te louvar
por tudo
o que sonhamos
Queremos
enxergar
o que não
compreendemos

Vem pairar,
meu Senhor,
sobre nossas
vidas!
Espírito
do novo ardor,
vem curar
as feridas!

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Viva Maria




"Na Fonte Nova de bermuda e camiseta, eta, eta Maria porreta!"
Com este grito de paz na garganta e o coração em festa, partimos em um dos ônibus da Paróquia da Vitória rumo à nova arena Fonte Nova, para a celebração da  visita da imagem jubilar de Nossa Senhora Aparecida à Terra de Todos os Santos.
Entoando diversas canções em homenagem a Nossa Senhora e adaptando outras para aquecer ainda mais os corações, paroquianos de 16 a 80 anos curtiram juntos e animadamente o percurso até o estádio.
Lá chegando, depois de entregar a doação dos mantimentos não perecíveis para as Obras Sociais de Irmã Dulce, cada subgrupo se acomodou no lugar que considerou mais apropriado e, depois de uma sucessão de belas canções e hinos, celebramos a Eucarística com a presença das imagens do Senhor do Bonfim e da Mãe Aparecida.
Cristãos cantando unidos numa arena... Como não recordar o sacrifício dos primeiros mártires no Coliseum? Dois mil anos depois o Evangelho de Cristo continua a empolgar, a animar e a movimentar as pessoas. Dois mil anos depois a palavra do Amor continua a agregar, a reunir, a renovar o povo de Deus.
Reunidos na nova arena para beber da mesma fonte, comungamos a pão vivo e o amor pela Rainha da Paz, o poderoso sangue e a imensa gratidão pela missão intercessora de Maria! Abençoamos juntos um punhado da terra de Todos os Santos, que estará presente na coroa jubilar dos 300 anos da descoberta da imagem da Padroeira Brasileira.
A nossa Maria, Aparecida, agora também é Rainha de Todos os Santos!
"Mais um, mais um, Maria, mais um, mais um título de Glória!", cumprindo a profecia:"Doravante todas as gerações a chamarão Bem-aventurada!"
Como este país precisa do seu exemplo de serviço, do seu sim incondicional à missão para a qual foi destinada! 
Depois de muitos momentos de emoção, ao lado de irmãos, felizes por este domingo mais que abençoado, depois da partilha do corpo e sangue, em memória de Cristo, a Fonte Nova foi se esvaziando aos poucos de um povo com o coração pleno de graça, transbordante do Espírito Santo!
Na volta, o ônibus se manteve entusiasmado, vibrante, unido...
E, mais uma vez, outra adaptação, cantada com todo fervor, fez todo o sentido:
"Quem é a campeã das campeãs? É a Maria!
 Quem é que carrega as multidões? É a Maria!
 Quem é que tranquiliza os corações? É a Maria!
 Senhora da Graça e intecessão! Maria, a rainha dos Cristãos!!!"
E viva Maria!!!!!!

domingo, 11 de setembro de 2016

Plano Perfeito




Dentro do peito
a fé responde à vida
E Deus nos convida
pro tempo do Amor
pra quem ousa ser
a luz e o sal da Vida
o Amor cura a ferida
e liberta da dor

Ele está
no abraço
do irmão,
no olhar
e nas mãos
que nos
trazem
a paz
Ele está
no pedaço
do pão,
se reparte
em canção,
na oração
que nos
refaz!

No plano perfeito
a luz renova a vida
E Deus nos convida
a ser templo do Amor
pra gente merecer
a Terra prometida
multiplicar a Vida
nos passos do Senhor!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Terra Cortesã



Breve
brisa leve
da manhã
cala
tua fala
de hortelã
no frescor
das canções
de um novo dia...
Lembranças
doces
do amanhã,
nas visões
que eu pensei
que fossem
somente
da poesia...
Lembranças,
ilusões
e utopias...
E a terra
se abrindo
às sementes,
generosa
cortesã
de cores
quentes,
gestando
suas flores
na estação
das águas
frias...

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A meus amados Manos Véios, no dia dos irmãos







Vinícius e Luciana, irmãos presentes desde o primeiro dia de minha vida (e eu sou o único de nós três que pode dizer isto), no dia dedicado aos irmãos, como não agradecer a vocês por toda influência positiva em minha vida? Como não lembrar de cada gesto que virou referência, por tanto de meu gosto musical e literário apreendido e herdado de vocês, por tanto cuidado e proteção nos medos do «caçulinha»... Como não ser grato até mesmo pelos ciúmes, apelidos e pirraças que foram verdadeiros antídotos contra os futuros bullings de colégio e de vida... Como não mencionar a nossa cumplicidade em tantas características comuns? Como não pensar também nas diferenças entre nós, neste mix que tantas vezes me fez colocar cada característica de vocês na balança para tomar a melhor decisão e escolher o melhor caminho? Como não sorrir com as lembranças de nossas brincadeiras e com o cultivo diário do bom humor, da boa ironia, que até hoje nos mantém unidos mesmo nas piores discordâncias... Como não olhar pra vocês e enxergar. aqui e ali, lindos prolongamentos das vidas e exemplos de nossos pais? A vocês, primeiros companheiros na aventura da vida, meu sincero e emocionado reconhecimento pelos irmãos que sempre foram, pelos pais que se tornaram, pelos filhos que, sempre mais, estão demonstrando ser! A vocês, todo carinho deste «estranho no ninho», obrigado pela compreensão, pelo respeito, pela amizade, pelo apoio e pela presença de sempre! A vocês  meu amor e admiração de sempre!
Obrigado «mano véios» por tanto de vocês dois em mim!

Mutirão Violeta



E de repente, depois de ver e ouvir o Amor se derramar naquela casa, através da linda partilha que tivemos pouco antes, fui ajudar um dos irmãos ali presentes a efetuar a troca da resistência de um chuveiro. Em determinado momento, alertei-o sobre uma aranha perto de sua cabeça.
Então, ele se virou e me perguntou trenamento, provavelmente ainda inebriado pelo doce perfume das palavras da nossa santinha:
- "Mas a gente não deve matar a aranha não, né?"
E, ato contínuo, afastou cuidadosamente a teia e continuou a trabalhar, dividindo harmonicamente, com aquele gesto, o espaço com a aranha e com o mundo...
Um dos muitos pequenos milagres vividos hoje no nosso Mutirão Violeta.
E, durante o resto do dia e da noite, eu só meditando sobre o quanto o mundo seria muito mais maravilhoso se todos nós fossemos contaminados com tamanho cuidado e amorosidade com toda a criação que nos cerca!
Embora repletos de boa vontade e disposição, diante da incontestável e, muitas vezes incompreensível, lógica dos Santos, quase não fizemos intervenções físicas na casa de Irmã Violeta, hoje...
Mas quantas intervenções espirituais tivemos a oportunidade de testemunhar e participar naqueles momentos em que conhecemos e coabitamos com sua dura e inspiradora realidade...
Ao nos confessar que, quando chegar ao céu, sonha abraçar o mau ladrão que, carinhosamente chama de "menino sem nome" ou mesmo Hitler que, corajosamente, faz questão de nos lembrar que é filho do mesmo Pai Nosso que está em todos, Violeta abriu os portais da Amorosidade divina, ampliando os horizontes da nossa miserável dimensão humana...
Minutos preciosos nos quais o Espírito soprou, silenciosa e profundamente, em cada um de nós, sacralizando o mistério de ser gente, imagem e semelhança do Pai!
Afinal, comungamos ou não a dor e o desespero da Paixão de Cristo, no choro e desabafo incontido e dilacerado daquela mãe, Ana Maria, nos relatando sobre a amputação do braço de seu filho num dos hospitais de nossa terra?
Comungamos ou não o ardor e a amorosidade em nossos corações, enquanto nossa anfitriã nos falava sobre o desafio diário de viver esta Paixão por Deus, tendo o conhecimento e a certeza de que, neste caminho, Amor e dor são vivências que andam de mãos dadas?
Comungamos ou não de uma verdadeira transfiguração da misericórdia, diante de nossos olhares molhados, enquanto o mundo lá fora era esquecido e o tempo, tal como o conhecemos, parecia não existir?
Que diferença, afinal, fizemos hoje para o mundo, com este nosso mutirão em família? Algo, de fato, realmente mudou?
Ao agradecer a Deus, no fim deste dia, por mais uma vez ter tido a graça de viver estes pequenos milagres, sou inspirado a responder que sim, fizemos uma enorme diferença, hoje, na vida daquela aranha, na vida daquela mãe, na vida de nossa Violetinha, na vida de nossos irmãos e irmãs que ali estiveram presentes em nome de nossa família!
Simplesmente por estar ali, unida, presente e pronta para servir, nossa família ofereceu, hoje, a quem passa o tempo inteiro alimentando os outros com seu Amor e sua misericórdia, pequenas, mas generosas porções de alimento espiritual!
Mas, como assim, nós alimentamos Violeta espiritualmente?
Não foi justamente o contrário?
Sim, foi também! Foi troca, foi multiplicação de pão vivo, foi partilha, foi comunhão!
Alimentamos Violeta com o pão da esperança, do cuidado, da presença, da certeza do apoio, do importar-se, do comprometer-se, do amar!
E saímos de lá saciados, com os corações e mentes conectados numa gostosa e cúmplice ebulição de soluções, ideias e intenções, compartilhadas em torno dos "altares", fraternalmente divididos, num recanto de lua cheia e numa sorveteria da Ribeira, onde nossa família celebrou a alegria de ser Igreja!
Vivemos e comungamos, de fato, neste dia uma obra de misericórdia!
E, ato contínuo, afastemos cuidadosamente as teias e continuemos a trabalhar, dividindo harmonicamente, com este gesto, o espaço com as aranhas, com os irmãos e com o mundo!
E que venham novos mutirões!



Mutirão Violeta

 

E de repente, depois de ver e ouvir o Amor se derramar naquela casa, através da linda partilha que tivemos pouco antes, fui ajudar um dos irmãos ali presentes a efetuar a troca da resistência de um chuveiro. Em determinado momento, alertei-o sobre uma aranha perto de sua cabeça.
Então, ele se virou e me perguntou trenamento, provavelmente ainda inebriado pelo doce perfume das palavras da nossa santinha:
- "Mas a gente não deve matar a aranha não, né?"
E, ato contínuo, afastou cuidadosamente a teia e continuou a trabalhar, dividindo harmonicamente, com aquele gesto, o espaço com a aranha e com o mundo...
Um dos muitos pequenos milagres vividos hoje no nosso Mutirão Violeta.
E, durante o resto do dia e da noite, eu só meditando sobre o quanto o mundo seria muito mais maravilhoso se todos nós fossemos contaminados com tamanho cuidado e amorosidade com toda a criação que nos cerca!
Embora repletos de boa vontade e disposição, diante da incontestável e, muitas vezes incompreensível, lógica dos Santos, quase não fizemos intervenções físicas na casa de Irmã Violeta, hoje...
Mas quantas intervenções espirituais tivemos a oportunidade de testemunhar e participar naqueles momentos em que conhecemos e coabitamos com sua dura e inspiradora realidade...
Ao nos confessar que, quando chegar ao céu, sonha abraçar o mau ladrão que, carinhosamente chama de "menino sem nome" ou mesmo Hitler que, corajosamente, faz questão de nos lembrar que é filho do mesmo Pai Nosso que está em todos, Violeta abriu os portais da Amorosidade divina, ampliando os horizontes da nossa miserável dimensão humana...
Minutos preciosos nos quais o Espírito soprou, silenciosa e profundamente, em cada um de nós, sacralizando o mistério de ser gente, imagem e semelhança do Pai!
Afinal, comungamos ou não a dor e o desespero da Paixão de Cristo, no choro e desabafo incontido e dilacerado daquela mãe, Ana Maria, nos relatando sobre a amputação do braço de seu filho num dos hospitais de nossa terra?
Comungamos ou não o ardor e a amorosidade em nossos corações, enquanto nossa anfitriã nos falava sobre o desafio diário de viver esta Paixão por Deus, tendo o conhecimento e a certeza de que, neste caminho, Amor e dor são vivências que andam de mãos dadas?
Comungamos ou não de uma verdadeira transfiguração da misericórdia, diante de nossos olhares molhados, enquanto o mundo lá fora era esquecido e o tempo, tal como o conhecemos, parecia não existir?
Que diferença, afinal, fizemos hoje para o mundo, com este nosso mutirão em família? Algo, de fato, realmente mudou?
Ao agradecer a Deus, no fim deste dia, por mais uma vez ter tido a graça de viver estes pequenos milagres, sou inspirado a responder que sim, fizemos uma enorme diferença, hoje, na vida daquela aranha, na vida daquela mãe, na vida de nossa Violetinha, na vida de nossos irmãos e irmãs que ali estiveram presentes em nome de nossa família!
Simplesmente por estar ali, unida, presente e pronta para servir, nossa família ofereceu, hoje, a quem passa o tempo inteiro alimentando os outros com seu Amor e sua misericórdia, pequenas, mas generosas porções de alimento espiritual!
Mas, como assim, nós alimentamos Violeta espiritualmente?
Não foi justamente o contrário?
Sim, foi também! Foi troca, foi multiplicação de pão vivo, foi partilha, foi comunhão!
Alimentamos Violeta com o pão da esperança, do cuidado, da presença, da certeza do apoio, do importar-se, do comprometer-se, do amar!
E saímos de lá saciados, com os corações e mentes conectados numa gostosa e cúmplice ebulição de soluções, ideias e intenções, compartilhadas em torno dos "altares", fraternalmente divididos, num recanto de lua cheia e numa sorveteria da Ribeira, onde nossa família celebrou a alegria de ser Igreja!
Vivemos e comungamos, de fato, neste dia uma obra de misericórdia!
E, ato contínuo, afastemos cuidadosamente as teias e continuemos a trabalhar, dividindo harmonicamente, com este gesto, o espaço com as aranhas, com os irmãos e com o mundo!
E que venham novos mutirões!

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Ofertar-se




Senhor
te ofereço
toda cor,
toda luz
e toda flor
dos jardins
do coração!

Senhor,
te ofereço
todo pão,
o silêncio
e o perdão,
tudo em mim
em suas mãos!

Que a minha
humanidade
seja entregue
de verdade
neste tempo
consagrado
ao desapego
e à oração!

Senhor,
te agradeço
toda paz,
todo gesto
que me faz
afirmar que
sou cristão!

Senhor,
te agradeço
todo bem
e a missão
de ser alguém
que quer a Vida
em Comunhão!

Que a minha
humanidade
seja entregue
de verdade
neste tempo
consagrado
ao desapego
e à oração!

Senhor,
te agradeço
o Teu Amor
que me inspira
a Ser Amor
na palavra
e na ação!

primavera anunciada

Juntem todos
os tambores,
pintem os olhares
com cores:
a primavera
chegou!
E com ela
uma multidão
de beija-flores,
compartilhando
licores,
espalham
leveza no ar!
As criaturas
que guardam
no peito
a missão de
semear,
sempre
encontram
algum jeito
de nos renovar!
Reúnam perfumes
e sabores,
transformem
em sorrisos
suas dores:
a primavera
chegou!
Justo ela,
a estação
onde os amores,
trocando
carinhos
e flores,
suspiram
de mãos dadas
sem cansar!
Tanta ternura
consegue
transformar
leito em altar,
o sonho
em lar!
- A primavera
chegou!
Os corações
insistem
em anunciar!
O equilíbrio
entre as nuvens de chuva
e os raios de sol
fazem de cada olhar
um farol,
de cada flor
um sinal,
lavando a alma
e secando
as lágrimas,
temperando
a vida
com luz
e sal!

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Nos jardins dos corações encarcerados

Tempo de
beijar flor
de fazer
a cor
se tornar
mais leve
levitar
é breve
o instante
onde a alma
bebe o Amor!

Tempo de
provar azuis
de sonhar
a luz
transformar
o ser
se jogar
pagar pra ver
tão distante
de onde a mágoa
faz rancor...

E os portais
de Setembro
trazem emoções
que nem lembro
abrem as janelas
do peito,
ar rarefeito
dentro das celas
que encarceram
a emoção!

Apenas mais uma primavera




Talhões
em vagões
de flores...
Telões
em salões
de cores...
Paixões
em canções
de amores...
Tudo o
que era
antes,
agora é
apenas
primavera...
Espera...
Como assim,
apenas?
Centenas
de pétalas
tirando
nossos
olhos
pra dançar,
cada uma
encontrando
seu par
em outras
centenas
de tons,
a diversificar
a intensidade
da luz sobre
as matizes,
como a nos
lembrar
da obrigação
que temos
de estar
felizes
só em contemplar
a plenitude
criativa
da natureza
que se esbalda,
ativa e passiva,
em explosões
de verde
esmeralda,
azul safira
ou lilás
ametista...
Nas telas
do Grande
Artista,
reinos
se encontram
para brindar
à vida!
Ah, a vida...
Esta que,
novamente,
sorri para nós
desta estação
tão querida...
Ah, há Vida!