quarta-feira, 30 de abril de 2014

Lendas da paixão (homenagem a uma história de amor daquelas)



Reza a lenda
que esta história de amor
vale a emenda
e o soneto!
Um encontro
no trabalho
e ela, com vocação
pra cupida,
resolver flechar
o coração
dele e de uma amiga...
Mas a vida, ah, a vida
costuma pregar preças
e, caprichosa,
sem pressa,
resolver fazer
outra liga...
E a cupida
foi flechada,
e de cupida
virou amada,
e o amor cresceu
bonito...
Avassaladora paixão,
ele virou seu sultão,
ela, sua odalisca,
e nesse amor ninguém
mais trisca!
Formaram uma linda família,
frutos benditos, filhos e netos bonitos,
de um amor infinito...
Humor sempre em alta,
sonho e paixão nunca fazem falta,
muito menos amizade e carinho...
E os dois são muito felizes
vivendo assim juntinho!
Essa é a lenda que me contaram
que ela renda outros tantos aninhos,
um brinde ao aniversário
da história de amor dos queridos
Mildred e Firminho!

sábado, 26 de abril de 2014

Fragmentos


Fragmentos
de sol
batem à janela
num gesto
cheio de luz
na escuridão...
Um manifesto claro
de esperança,
fé sem velas,
as caravelas
são nuvens
sobre os tons
de azuis...
Estilhaços
de amor
invadem
o olhar,
seu brilho
incomoda
como poeira...
Um cisco,
um rabisco
pra provocar
uma procissão
de lágrimas
benzedeiras...
Sobre a face
rastros de
uma emoção
ímpar...
Além,
diante do sol,
as cores silenciam
toda e qualquer
diferença
e se completam
se tornando
uma só aquarela...
Num resto
de amor no coração,
a manifestação
mais singela
um gesto de luz
na escuridão:
fragmentos
de sol
batem à janela!

Horto



Difícil será
que alguma surpresa
o pegue em cheio...
como uma onda
a se quebrar
sem aviso...
Os sinais
foram precisos,
preciosos portais
a abrir seus olhos...
Com o tempo,
entrar na dança
foi apenas questão
de permanecer vivo...
Agora lhe falta motivo
pra querer novamente
dançar...
De uma certa forma
a velha norma
da missão cumprida
batia às vezes
em sua porta...
Mas que lhe cortava
o peito
não dizia
mais respeito
a quem andava
do seu lado
sem vontade
de estar...
A hora
se aproximava
sem pressa,
tudo tem
seu tempo certo,
no horto,
o coração
às avessas,
monta o
quebra-cabeças
do que estava
previsto...
Tudo estava
deserto...
Num misto
de profunda
amargura
e sensação
de dever
realizado,
finalmente
recebe
o recado
e encara
o anoitecer...
E se sente
condenado!

Tragédia de vidas passadas (Cap.01)

                                                                              I



Seriam aqueles olhos o motivo pra tanta angústia no coração de Sam?
Tudo bem, de fato eram furtivos, mas é certo que de vez em quando pousavam sobre os seus...
E parecia-lhe, naqueles breves instantes, que podia ver a luz de Deus, de tanto que seu coração batia, perdidamente encantado com sua diva...
Como queria tocá-la, abraçá-la, possuí-la...
Mas os devaneios são efêmeros como pássaros, que mal colocam os pe's na terra e já partem buscando as nuvens...
Sam olhava para Teresa sem conseguir piscar...
Seus olhos pareciam fotografar cada movimento dela, revelando em seu coração uma perfeita aquarela, uma obra prima daquelas de se passar horas a admirar...
Mas Teresa continuava na dela, sendo apenas o que era, simples plenitude da existência, desfilando sua beleza e sua essência sem medo de errar o passo...
Decididamente seu laço estava no olhar...

Tragédia de vidas passadas (Cap.02)

                                                                                 II



Não, não, não podia ser verdade. Sam acordou atordoado! Que notícia era aquela? Não podia ser, ele havia de ter sonhado aquele pesadelo! Aquilo parecia até capítulo de novela! Não, não podia ser o fim... De repente estavam pisando, de uma vez, em todas as flores de seu jardim... Um jardim cuidado a cada primavera! Não podia ser...Não, não, não ela! Mas a voz do outro lado do celular possuía o timbre frio da verdade! Agora era tarde... A fortaleza ruiu...Foi ao chão sua cidadela...Teresa ia mesmo casar e estava partindo de navio, pro Rio, ou algum outro lugar...casara-se com um amigo, desilusão e castigo por se tratar de um igual... Quantas vezes ele havia olhado pro próprio umbigo e se perguntado quando teria coragem de atravessar a fronteira e se declarar apaixonado... Agora estava ali, no limbo de seu próprio cio, pavio cortado antes de queimar... E não lhe restava nem um adeus de consolo, nem um endereço pra postar, quem sabe uma carta, uma poesia, uma canção, um solo de violão, um desabafo tardio, lamento de um coração a sangrar...E a dor, aquela insistente companheira de sempre, voltava a lhe lembrar que estava ali, presente, como a testemunhar o ridículo de seu choro compulsivo...Pobre Sam...de joelhos, a esgarçar com as próprias mãos toda e qualquer esperança de uma paixão...

Tragédia de vidas passadas (cap. 03)

                                                                               III



Do outro lado do mundo, Teresa era feliz. Disso Sam sabia. Pescava aqui e ali informações sobre ela. Alguém sempre lhe trazia alguma notícia, por mais que ele tentasse fugir daquela tortura. Sua vida havia mudado naqueles anos. Cometera tantos enganos, fizera mil planos em sua mente pulsante. E no entanto quando Teresa partiu, partiram-se também seus projetos, seu amor não tinha mais teto, além de seu peito baldio... Arquiteto de si mesmo, Sam ousou tentar esquecer...Procurou novos pilares para se reconstruir, novos lugares aonde ir pra desviar o pensamento! Mas sentimento tem desvio?  Não, de jeito algum... Embora realmente se esforçasse, Sam via o tempo passando sem que aquele vazio se acabasse...O deserto era sua companhia no leito... E enquanto noites e madrugadas se emendavam e remendavam umas nas outras, viver era somente um longo estio. repleto de açoites e  de nada! Outras mulheres surgiram em sua vida, nenhuma com o esplendor de sua amada... não  havia comparação, todo e qualquer interesse se transformava em cilada do seu próprio coração...

Tragédia de vidas passadas (cap. 4)

                                                                            IV



Era um domingo, em pleno outono de sua solidão. De repente, sem nenhum aviso, entre a correspondência habitual, chega nas mãos de Sam um postal, enviado de Veneza...Não havia dúvidas, a letra era a mesma, da primeira letra ao ponto final, eis que ressurge Teresa, numa aparição matinal, enchendo seu coração de certeza...Ele era alguém pra ela, afinal...Entre vírgulas e palavras carinhosas, sua maravilhosa diva se desculpava por não ter se despedido, suavizava seu comportamento condenável dizendo que o amor não fazia sentido, era o portal do imponderável... Aquela letra, aquele jeito de escrever e de falar, o perfume que podia adivinhar, tudo aquilo, mexeu com sua libido, com sua incrível capacidade de fantasiar...E Sam sorvia cada palavra como quem se delicia com um vinho...Deixando-se embriagar por pensamentos mesquinhos, próprios de alguém que não havia vivido os últimos anos, aprisionado naquele sonho insano que ele soubera tão bem preservar... O que era um oceano pra quem havia chorado um mar? Haveria de remar, se assim fosse preciso, cigano entre as ondas, errante entre as espumas, até o paraíso onde pudesse encontrar o amor que julgara perdido...Quantos anos haviam se passado? Vinte? Vinte e cinco? Nada que houvesse maculado o irascível desejo de um futuro possível...

Tragédia de vidas passadas (cap. 5)

                                                                                       V



Na manhã de segunda, já com as malas prontas, Sam se dirigiu ao porto e pegou o primeiro navio, muito pouco preocupado com conforto...Haviam reacendido o seu pavio... Aquele postal era um chamado, um sinal, um aviso... Falar da separação foi proposital... Convidá-lo até lá, mais que um motivo... E, de repente, o tempo passou como avião... Lá estava Sam, depois de pegar um outro barco, na praça de San Marco, flores na mão, esperando pra reencontrar Teresa, corpo em ebulição... Um vinho tinto na mesa, queijos, patês e pão...Quem sabe, de sobremesa, o beijo do qual foi, por tanto tempo, fiel guardião? Mas para sua surpresa, virando a esquina da praça, vindo em sua direção, eis que surge Teresa, tesão que se despedaça, um verdadeiro bujão...Entre rugas e densa maquiagem, nem de longe, nem de perto, aquela é a mulher que um dia, fez da sua alegria um deserto... De pé, meio sem graça, Sam não sabe se foge antes que a tragédia se faça ou se se esconde embaixo da mesa à procura da salvação...Talvez ela nem lhe reconheça, talvez tenha um problema de visão... Olhando pro céu suplicante, percebe que talvez mereça o mínimo de compaixão... E neste momento, como que por milagre, os pesados passos de Teresa sobre as pedras seculares, abrem um buraco no chão e ela vai pelos ares aos mares da região... E a viagem de Sam, novamente muito bem acompanhado pela própria solidão termina nos becos e bares, de volta aos sonhos e à ilusão!

100.000 visitas!!!!!

 

papoinverso

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Passar das 100.000 visitas é uma honra pra mim! 
Agradeço de verdade a cada um que contribui com seu olhar, seus comentários e suas partilhas, me incentivando a escrever todo dia, ao menos uma linha...
Valeu gente!
Valeu por vir aqui e ler!

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Piratas



Os ratos
abandonam
o navio
e sem nenhuma
paixão
ouvem o
próprio
chamado
quando
o fogo
ainda está
no pavio
do canhão
do navio
do outro
lado
Nenhuma
fidelidade,
nenhum
compromisso,
ser rato
é somente isso,
viver sua própria
verdade...
O resto?
O resto
é apenas
vestígio
do que
puderam
aproveitar...
Na saída
se puderem
levarão
as últimas
migalhas,
ratos,
canalhas,
piratas
de todo
mar!

Dores




Não ter
porque
não se pode
não fere...
Fere
não ser
por não
se querer!
Não ver
porque
não se entende
não corta...
Corta
o coração
sofrer
por sofrer...
E não
poder
ajudar,
oferecer
a mão
e alguém
recusar,
isso sim
é que faz
sofrer...
Faz
mesmo
magoar...
Tira a paz
te faz doer...

terça-feira, 22 de abril de 2014

Pentecostes








1 Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar.
2 De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados.
3 E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles.
4Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começarama falar noutras línguas,conforme o Espírito os capacitava.
Atos 2.1-4



Juntos...
Num só lugar...
Tocados pela fé e pelo Amor!
Unidos na saudade pela dor...
E, de repente, o vento...
O complemento...
O sopro divino fazendo de cada um, um altar...
Vento que ressoa...
Na primeira, na segunda e na terceira pessoa...
Chamas, labaredas, línguas a inflamar...
A Trindade pairando no ar...
Ardente, luminosa, pousando sobre todos...
A verdade pronta pra se partilhar...
Trazendo fortaleza, sabedoria, ciência,
conselho, entendimento, piedade
e temor de Deus...
Dons derramados sobre os seus,
sagrado manto...
E todos ficaram cheios do Espírito Santo!

Semana Santa



Antes da ceia
a humildade,
os pés lavados,
entre recados,
divina unção...
Durante
a janta
a nova e eterna
aliança,
a oração
que descansa
no momento da prisão...
Depois
da traição,
o abandono,
a dor visceral,
a rejeição,
o estar marginal,
cão sem dono,
a solidão
diante do mal...
Flagelação...
Humilhação
carnal...
Humana
depressão...
Entrega
sobrenatural...
Depois
do espinho,
o peso da cruz,
a falta de luz,
a agonia do caminho...
A queda,
a via,
a pedra,
a paixão...
O desespero,
o testamento,
a morte,
o cumprimento
da missão!
A lágrima,
o sangue,
a água,
a treva,
o amor,
a mágoa,
o perdão!
A compreensão...
O vazio...
O silêncio...
O nada...
O desvario,
a madrugada,
o susto,
a Ressurreição!!!
A paz...
A certeza...
A fé renovada!
A mesa
que vira altar!
O corpo
que invade o pão...
O vinho
que agora é sangue...
O cordeiro
que agora é irmão!
Depois do lenho
da cruz,
o linho ali dobrado...
É tempo santo,
é celebração!

Sinais claros e cruéis



O que dói no peito
é somente a ingratidão
que se avizinha
e se mostra,
tão fria e mesquinha,
em sinais cada vez
mais claros e cruéis...

Sobre o tempo
de acolhimento
e compreensão,
nem sequer lembranças,
para que?
O egoísmo
é uma criança
em fase de crescimento
e se alimenta
dos outros
e de seus sentimentos!

Na dança dos dias,
o ritmo quem dá é o vento...
Mas nada disso importa agora...
É chegada a hora
de alguém se revelar,
num momento!

O resto será
somente abandono
não há porque esperar
nenhum gesto...
Um longo sono virá
repleto de lamento,
mas ainda assim
será possível
sonhar...
 

domingo, 20 de abril de 2014

Adeus a um craque!



Hoje o dia foi de dar adeus a uma voz.
A voz do esporte no Brasil!
A voz de um cara que enxergou o esporte muito além de seu tempo!
Um cara que fez muito pelo esporte deste país!
Luciano do Vale!
Mais do que o mais vibrante locutor que eu pude ver e ouvir, Luciano
foi alguém que fez parte de minha adolescência, em incontáveis domingos nos
quais o esporte se transformava em um show, fosse numa mesa de bilhar, fosse
numa decisão de campeonato de futebol, fosse numa partida inesquecível de volei,
fosse num segundo histórico de um jogo de basquete.
Luciano foi um craque!
Um craque em congregar talentos! Em reunir times e times de craques! Como comandante
de seu inesquecível plantel de apresentadores, narradores e comentaristas no maravilhoso
Show do Esporte ou como técnico da maravilhosa Seleção Brasileira de Masters!
Como esquecer sua emoção?
A criatividade e o bom humor de sua talentosa vocação, seus bordões, tiradas e apelidos inesquecíveis!
Como esquecer seus arroubos quase delirantes que só um verdadeiro apaixonado pelo esporte pode entender?
Como não lhe ser grato por pérolas como "Magic Paula", "Rainha Hortëncia", "Bigode", entre tantos outros?
Como não admirar os tantos e tantos resgates promovidos por ele, sempre no intuito de preservar e valorizar nossos grandes atletas e jornalistas esportivos? Como não celebrar, neste momento, os memoráveis encontros no "Apito Final", programa genial nos dias das copas, onde Ele, Armando Oliveira, Toquinho e convidados nos deliciavam com seus casos, divagações, memórias, comentários e canções?
Luciano foi um craque!Um craque das transmissões!Pouca gente neste país conseguiu, durante tanto tempo, transmitir emoção e alegria, seriedade e simpatia, conhecimento e bom humor como ele fez.
Sem dúvida o "canal do esporte" tem um grande desfalque com sua partida!
A voz de Luciano do Vale é insubstituível!
O maior goooooool da Televisão Brasileira se calou...
E nós todos ficamos impedidos de apreciar seu talento, bem às vésperas de uma copa do mundo no Brasil!
Uma pena, de verdade!
Obrigado Luciano pelo seu legado e por, muitas vezes,nos fazer entender e acreditar que o esporte, aliado
à educação, podem ser as únicas saídas para a transformação deste país!
Vocë, Luciano, assim como Airton Senna e mais uma seleção contada nos dedos de patriotas, foi um daqueles poucos que nos fez sentir orgulho de ser brasileiros!
Que a história da sua vida possa inspirar muita gente pelo bem do esporte e desta nação, amém!

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Greve das ilusões




Ironicamente
mais uma vez
é o exército
que vem salvar
vem limpar a sujeira
dessa gente incoerente
que já fez tanta besteira
e não se cansa de roubar...
Mas na hora
que o calo aperta,
o socorro é coisa certa
até pra quem até hoje
tem alergia a militar...
Ironicamente
era uma vez
um grupo que se dizia
democrático na Bahia...
Quando alcançaram o poder,
não souberam o que fazer,
e a pimenta que antes ardia,
agora nos olhos dos outros
é "a alternativa que havia"...
Ironicamente
na hora de "pedir penico",
apelam logo pro "milico"
que eles mesmos insistem
em condenar!
Aí, quando é pra se defender,
gás, tortura, manda ver!
O que importa é se preservar!
Nada de diálogo,
não há recursos pra aumento!
O que mudou, de fato?
O discurso ou o sentimento?
Restou algum ideal?
Ironicamente,
a greve é das ilusões
e o partido do povo,
PT, saudações!

Ironia sem greve



Cidade deserta
imersa na saudade
segurança incerta
diversa é a maldade
Uma solução, por favor,
pra nos livrar deste mal
Ei, aqui é Salvador,
é só fazer carnaval...
Chamem os trios
a alegria é o aval
o burburinho é o pavio
a pólvora é o bacanal!
Chame gente pra rua
diz que tem beijo e timbau
a realidade nua e crua
junta ladrão e policial...
Não é necessário medo
é mais boato que algo real
Salvador não tem segredo
é só decretar carnaval!
Chame gente pra rua
tem lepo-lepo na barra
a greve não se cultua
é hora de mais uma farra!
Avisa que tem cerveja
faz parte do ritual
a cidade que se deseja
fica no plano ideal!
Uma solução, um gestor,
pra nos livrar deste mal...
Calma, aqui é Salvador,
é só decretar Carnaval!

Ancoragem



Vá até o fundo,
mergulhe sem medo,
afunde todo peso,
até se arrastar...
Trave todo movimento,
deixe-se ficar,
procure apenas um apoio
onde se firmar...
Marés forçarão
tentando tirar
você do lugar
sua missão,
simplesmente
aguentar...
Até que,
de repente,
quando você
menos esperar,
uma força virá
puxando
todas as correntes
te fazendo elevar!
E entre areia,
água, onda e ar
emergir
será seu destino
até que,
novamente,
seja necessário
seguir,
de volta
pro mar!

terça-feira, 15 de abril de 2014

Tópica




O amor
entrou
em órbita
na elipse
da lua,
uma viagem
cósmica,
paisagem
insólita,
no eclipse
da rua...
E voce,
nua,
chama
numa noite
gótica,
com seu
olhar
de açoite,
tópica,
revela
a luz
mais
crua...

Bora Baheeeeea



Mais uma vez,
Bahia,
a pele se arrepiou,
a voz embargou,
a lágrima correu,
quando o hino tocou!
Mais uma vez,
a voz do campeão
ressoou,
com a força
de um esquadrão
tricolor...
Mais uma vez,
o povo, em seu clamor,
na mais justa declaração
de amor,
se fez ouvir:
mais um, mais um Bahia,
mais uma vez
um título de glória
e alegria!
Vencer,
em vibração
e no campo,
na dividida
ou no gol,
na história
de sua vida,
tricolor arrasador!
Sente a voz
da sua torcida,
ouve as palmas
merecidas,
o campeão
voltou!
Com seu manto
azul, vermelho
e branco,
mais uma vez
Bahia,
Bahia minha vida,
Bahia meu orgulho,
Bahia meu amor!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Em poesia!



E depois
de hoje
esta data
será ontem
e o amanhã
será presente
para quem
aqui passar...

E o que era
neste instante
até o mais importante
simplesmente
não será!

E depois
de agora
o que,
de fato,
ficará,
não será
a cristalização
de um momento,
mas a manifestação
de um sentimento
que em poesia
se transformará!

E a brevidade
dará vazão ao tempo
e a verdade
dará razão ao amar...

Itaparica




Itaparica...
Em Tupi,
um "cercado de pedras"...
Visto daqui,
um "cercado de águas"...
No fim de semana
que vivi,
um "cercado de amor"...
Família, cuidado,
lembranças, achados,
celebrações
dentro da celebração
maior...
Reunir!
Encontrar e reencontrar
o tempo, as raízes,
momentos felizes,
de uma pedra rica
da qual, de alguma forma,
todos fomos gerados...
Reconhecer-se,
então, neste cercado,
é a reafirmação
de valores,
a consagração
de penhores
que vão muito além
da razão!
Itaparica...
Uma certeza
no caminho,
não estamos
sozinhos,
nem pra desfrutar
os sabores,
nem para suportar
as dores...
Que a cruz seja
sempre verdadeira,
sempre à vera,
e o mar seja grande
em nossos corações...
Entre idas e vindas,
desabafos e paixões,
meio século de vida,
no centro das atenções
e muita gente boa reunida
gerando inesquecíveis
emoções!

Sugestôes




Procure
decifrar
o ato
antes de
absorver
como fato...

Alguém
por aí
resolveu
dizer que
de boas
intenções
o inferno
está cheio...

Será?!

E se tudo
for apenas
uma  questão
de preguiça
de interpretar?

Humana
condição
peculiar...

Às vezes
o que precisa
ser dito
não pode
ser falado
ou escrito,
mas tem
que ser forte
o bastante
pra ecoar,
sem conflito...

Causa
estranheza,
surpresa,
às vezes
até mal estar...

Mas um silêncio
bem deixado,
uma ausência
no lugar ao lado,
costumam fazer
pensar...

Por isso,
procure
decodificar
a razão
antes de
interpretar
como ação...

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Oração pelos irmãos (não só os de sangue)



Guarda
o teu olhar
mais bonito
pra que arda
e possa brilhar
no infinito
de quem
é feliz!

Não descuida
do sorriso
mais doce
cuida como
se ele fosse
o remédio
preciso
pra um mundo
infeliz!

Que sua alma
seja luz
sempre a
serviço
brilho assim
não perde
o viço
sabe bem
pra onde ir!

E que o tempo
abra o sol
no seu caminho,
traga a água
e leve o espinho,
e te ajude
a persistir!

Irmã Cinquentona, quem diria!





Nesta metade de século em que está presente no mundo, gostaria de celebrar sua felicidade e seu crescimento como ser humano!
Faço um exercício de memória e me surpreendo voltando no tempo, fitando com meu olhar crítico de criança aquela garotinha frágil e escandalosa de Brasília ou a adolescente mal humorada das Sacramentinas e percebo como seria impossível de imaginar a pessoa que você se tornou...
Por mais que, desde aquela época, eu já te quisesse bem e lhe desejasse felicidade, jamais eu sonharia pra você uma vida mais bonita!
Percebo, então, ainda com o olhar da criança que insiste em mim, o quanto a influência de nossos pais está presente em sua vida e um largo sorriso e uma lágrima furtiva e emocionada se tornam inevitáveis enquanto te escrevo! Posso sentir o imenso orgulho que eles sentem por você!
Por isso é muito bom poder celebrar sua vida e sua felicidade, agradecendo a Deus por você ser quem é! Agradecendo pelo seu caminho e sua estrada! Agradecendo pelo seu encontro com Paulo, abençoado por Sant`Ana, e pelos frutos deste amor, duas Anas de primeira qualidade: afilhinha e sobrinha queridas! Agradecendo por seu encontro com Deus, tão presente em suas vidas, em sua família, de maneira definitiva e verdadeira, transparente e sensível! Agradecendo pelo seu ministério, pela sua
comunhão com o sagrado, com o divino e com o humano, com o presente e com o eterno!
Lú, sinta-se feliz! Sua vida merece muito ser celebrada! Você construiu uma família linda e é ponto de equilíbrio pra muita gente, embora sua simplicidade e amor ao fazê-lo se torne às vezes tão natural que beira o anonimato, o que torna cada gesto e cada feito ainda mais valoroso!
Fico muito feliz por ver você tão bem nestes cinquenta! Ninguém diz a idade de seu corpo físico,muito porque sua espiritualidade está cada vez mais em dia!
Como irmão não tenho como agradecer inicialmente por todo apoio, companheirismo e dedicação oferecidos à nossa mãe, principalmente depois que Jone foi arrumar nossa casa lá em cima. O fato de ser a única filha mulher sempre trouxe uma responsabilidade especial e seu impecável cumprimento desta missão nestes anos todos são dignos de grande louvor!
Continuo aqui pra ajudar sempre que necessário e possível, nunca duvide disso! Obrigado por toda força que tem dado também, como irmã, quando dividimos as pedrinhas que o caminho nos reserva!Serei eternamente agradecido!
Agradeço de forma muito especial por suas lindas meninas, sempre em minhas orações e no meu coração! Parabéns por toda a contribuição na formação do caráter e dos valores que elas possuem! Seu exemplo e o de Paulo são fundamentais neste processo! E obrigado mais uma vez pelo presente de ter Ninha como afilhada! Cada dia o privilégio se torna maior!
Enfim, Lú, que o próximo meio século seja de alegrias ainda mais intensas, com novas etapas sendo conquistadas, novos desafios vencidos e uma colheita maravilhosa de todos os frutos do bem que você plantou e continua plantando!
Amamos você!
É isso, um pouco da poesia deste dia, vinda direto do coração, com muito amor e alegria, deste seu estranho irmão!
Beijo!

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Em versos




Sou
dia nublado
quando
o mundo
é sol
Sou
bico fechado
diante
de um
rouxinol
Sou
quase
anteontem
nos planos
sobre o
amanhã
Sou sempre
futuro
se a saudade
for cortesã...

O inverso
do verso
reverso
que move
o universo
me faz
prosseguir
e andar
por aqui,
às vezes
disperso,
às vezes
imerso
mas sempre
um confesso
agradecido
em existir!

Sou
tempo aberto
se as nuvens
fecham o verão
Sou
longo deserto
diante
da multidão
Sou
século quinze
se o papo
é sobre amor
Se o filme
for preto
e branco
sou partidário
da cor...

O inverso
do verso
diverso
que move
o universo
me faz
prosseguir
e andar
por aqui,
às vezes
disperso,
às vezes
imerso
mas sempre
um confesso
agradecido
em existir!

Via crucis




Não diga
que eu não
tentei...
Seria injusto
e mesquinho...
Dizer também
que eu não
errei...
É coroar
com espinhos...
A cruz
já está fincada
e agora
é enfrentar...
Perdoe
se na caminhada
o passo, enfim,
vacilar...
Só não
se negue
a partilhar
o pão e o vinho...
Há tantas
formas
de se entregar
paixão
e carinho...
A luz
já está na estrada
e agora
é encarar...
Suor, cansaço,
dor e espada,
o abraço e o sim
vão passar...

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Nomes de Deus



Sigo
o que não
consigo
ver
mas
trago
comigo
e sinto
em você!
Manso
lago,
doce
abrigo,
às vezes
rasgo,
às vezes
visgo,
que eu
trago
comigo
e sinto
em você!

Uns chamam de luz,
outros de energia,
uns dizem que é fé,
outros que é magia...
Luz, Verdade, Vida,
Caminho, Senhor,
alfa e fim de tudo,
Deus, Paz e Amor!

Ligo
o que não
consigo
ser
mas
trago comigo
e sinto
em você!
Leve
afago,
perfeito
amigo,
às vezes
bago,
às vezes
figo,
e eu trago
comigo
e sinto
em você!

No fim da estrada



No fim da estrada
o ar é rarefeito
o sonho é um nada
um sopro no peito...
O cansaço é companheiro,
a dor onipresente.
o tempo, um invencível guerreiro,
impassível, intermitente...
No fim da estrada
abismo e céu se confundem
se fundem como o crepúsculo
e a alvorada...
Os velhos presságios
se tornam verdades,
prenúncios, adágios,
de um resto de realidade...
No fim da estrada
passo se torna tropeço,
dúvida se torna espada,
num corte para o novo começo!
Uma nova tomada,
novos ângulos e conceitos,
a vida se torna  cilada
o amor vai inundando seus leitos...
No fim da estrada
o adeus é um longo até breve
a fé é a luz que não se apaga
e simplesmente ilumina, leve! 

Oração da incoerência humana



Que eu não use
meu silêncio
para calar outra voz,
nem use
a minha voz
para causar
qualquer silêncio...

Que eu
nunca demonstre
sabedoria
para espalhar
tristeza,
nem seja capaz
de demonstrar
tristeza
por sabedoria...

Que eu procure
não agir
no primeiro
ímpeto
nem seja
o último
a agir
por falta
dele...

Que eu
não use
a verdade
a favor
de uma
mentira
e seja capaz
de nunca usar
uma mentira
mesmo
a favor
da verdade...

Amém

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Va com alma!



Calma!
Respire
o mundo!
Vá com
alma!
Aproveite
o segundo!
Força!
Inspire
o sonho!
Divida
a taça!
Não importa
o tamanho!
Somos
a indimensão
mais exata,
de um tempo
que trata
do seu próprio
rebanho...

A angústia da ansiedade



E o peito
é só aperto
quando a
ansiedade
quer fazer
morada...
Uma cilada?
Um descompasso?
Milhões de passos
pra chegar
num só abraço!
E o peito
é pura angústia
quando a verdade
fecha sua porta
de entrada...
A voz calada
é desespero?
Ou só o apelo
por um abrigo
no meio da jornada?

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Eu te ofereço o outro face



E o tempo
curando
feridas
lapidando
vidas
sem
aparecer...
Horas,
lembranças,
banidas,
postagens,
curtidas,
sem tempo
nem de ler...
Toda ofensa
excluída
e eu te ofereço
o outro face
pra voce me bater!
Segundos,
andanças,
partidas,
viagens,
sofridas,
e o olhar
a escorrer...
De grão
em grão
eu encho
o trapo,
inverso
papo,
o verso
pra colher...
De chão
em chão
eu me
esvazio
sou mar
e sou cio
sou rio
sempre
a correr!
E o tempo
em horas
perdidas
em toques
de Midas
nos faz
enriquecer....

Tempos de Abril



Tempo
que abriu
sonhos
de Abril
outono
cor de
dúvida
o que é
que vem
por aí?

O acaso
é um rio
num mês
como abril
outono
cor de
nuvem
será que
a chuva
irá cair?

Enquanto
é noite escura
lá fora
a procura
demora
até a luz
chegar
nos raios
de maio!

Enquanto
a noite dura
lá fora
a cura
demora
até o amor
chegar
na seca
de agora...