IV
Era um domingo, em pleno outono de sua solidão. De repente, sem nenhum aviso, entre a correspondência habitual, chega nas mãos de Sam um postal, enviado de Veneza...Não havia dúvidas, a letra era a mesma, da primeira letra ao ponto final, eis que ressurge Teresa, numa aparição matinal, enchendo seu coração de certeza...Ele era alguém pra ela, afinal...Entre vírgulas e palavras carinhosas, sua maravilhosa diva se desculpava por não ter se despedido, suavizava seu comportamento condenável dizendo que o amor não fazia sentido, era o portal do imponderável... Aquela letra, aquele jeito de escrever e de falar, o perfume que podia adivinhar, tudo aquilo, mexeu com sua libido, com sua incrível capacidade de fantasiar...E Sam sorvia cada palavra como quem se delicia com um vinho...Deixando-se embriagar por pensamentos mesquinhos, próprios de alguém que não havia vivido os últimos anos, aprisionado naquele sonho insano que ele soubera tão bem preservar... O que era um oceano pra quem havia chorado um mar? Haveria de remar, se assim fosse preciso, cigano entre as ondas, errante entre as espumas, até o paraíso onde pudesse encontrar o amor que julgara perdido...Quantos anos haviam se passado? Vinte? Vinte e cinco? Nada que houvesse maculado o irascível desejo de um futuro possível...
Era um domingo, em pleno outono de sua solidão. De repente, sem nenhum aviso, entre a correspondência habitual, chega nas mãos de Sam um postal, enviado de Veneza...Não havia dúvidas, a letra era a mesma, da primeira letra ao ponto final, eis que ressurge Teresa, numa aparição matinal, enchendo seu coração de certeza...Ele era alguém pra ela, afinal...Entre vírgulas e palavras carinhosas, sua maravilhosa diva se desculpava por não ter se despedido, suavizava seu comportamento condenável dizendo que o amor não fazia sentido, era o portal do imponderável... Aquela letra, aquele jeito de escrever e de falar, o perfume que podia adivinhar, tudo aquilo, mexeu com sua libido, com sua incrível capacidade de fantasiar...E Sam sorvia cada palavra como quem se delicia com um vinho...Deixando-se embriagar por pensamentos mesquinhos, próprios de alguém que não havia vivido os últimos anos, aprisionado naquele sonho insano que ele soubera tão bem preservar... O que era um oceano pra quem havia chorado um mar? Haveria de remar, se assim fosse preciso, cigano entre as ondas, errante entre as espumas, até o paraíso onde pudesse encontrar o amor que julgara perdido...Quantos anos haviam se passado? Vinte? Vinte e cinco? Nada que houvesse maculado o irascível desejo de um futuro possível...
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