sábado, 31 de julho de 2010

CLIPE DE "A DOR DA HUMANIDADE" - (IMAGENS DO FILME PAIXÂO DE CRISTO - STUDIO ICON - DIREÇÂO MEL GIBSON - COM JAMES CAVIEZEL NO PAPEL DE JESUS)

Escrever sobre o "cara" é fácil!
Se inspirar com sua vda e mensagem, mais ainda.
Viver e morrer como Ele é que é o desafio.

Abaixo um Clip, feito com imagens do Filme Paixão de Cristo,
tendo como "trilha sonora" uma canção com música inspiradíssima
de Rodrigo Araújo, que também empresta sua voz nesta gravação
despretenciosamente despojada de vaidades e tecnicismos.
Simples e verdadeiro, dentro da proposta do cristianismo.
A letra é minha, já postada aqui anteriormente.
Tenho certeza de que este foi um daqueles encontros virtuais,
inspirados por essa força superior que "uns chamam Deus, outros não"...

A dor da humanidade refletida num "ser incerto em sua paixão"...
A dor da incerteza, do abandono, do medo...
Voemos com Ele nesta canção de esperança!
Sejamos dor na sua dor, de Amor, Ágape!


A DOR DA HUMANIDADE
(DIBHOW - DIDIER)

G7+ C7+

A4 (F#) G D Em7

C7+ D A9/Bm


Onde está sua mão
seu colo, seu carinho?
Só recebo não,
só encontro espinho...

Porque você me deixou
sozinho na estrada,
que você mesmo traçou
e agora deu em nada?

Onde está sua força,
seu amor, sua compaixão?
Logo agora não me escuta,
não me dá atenção?

Estou de braços abertos
peito nú, na solidão...
A minha tentação é ser deserto,
um ser incerto em sua paixão...

No centro deste amor insano,
onde está a sua luz?
Esqueceu meu lado humano
pendurado em uma cruz?

Onde está você?
Não te vejo ao meu lado...
Vôo até você...
Está tudo consumado...

Estou de braços abertos
peito nú, na solidão...
A minha tentação é ser deserto,
um ser incerto em sua paixão...
(3x)

Novas páginas



Sequem
suas lágrimas
troquem
suas vírgulas
soprem
suas fórmulas
reguem
novas sílabas

Saquem
seus trocados
loquem
seus talentos
colham
suas páginas
neguem
seus lamentos

Mais um dia passou
só valeu se os seus sonhos
não ficaram no mesmo lugar...
Outro amigo se foi
só sofreu quem nunca
o colocou em algum altar...

Um exemplo de superação pela arte

Meu irmão mais velho é um poço de surpresas, sempre.
Quando não é para nos fazer chorar de rir com suas tiradas
extremamente espontâneas e inteligentes, é para nos fazer chorar
de sentir a alma emocionada com um simples e-mail que nos manda,
sem nenhum comentário a mais que: Legal!
Um brinde mano! Valeu!
Tomo emprestado seu email para brindar quem visitar este blog
com este lindo exemplo de superação pela arte,
na dança misteriosa da vida!
Tin-tin!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Brinquedo de Fuso



De manhã
o sol me renova
e avisa sobre o dia
que logo, logo,
será ontem...

De tarde
a vida acelera
e apaga da memória
tudo o que não é
agora...

E as horas passam
brincando com seu fuso
fazendo descaso de nós
nos deixando em parafuso...

De noite
a lua me acorda
e lembra sobre os sonhos
porque logo, logo
será amanhã...

De madrugada
a rua se cala
e alaga de histórias
a mente que não está
lá fora...

E as horas passam
brincando com seu fuso
fazendo descaso de nós
nos deixando em parafuso...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Pato Fú e sua "Música de Brinquedo": vale a pena mesmo!




Música de Brinquedo, o novo cd do Pato Fu dá aula de fidelidade a um conceito. Um belo exemplo pra quem está chegando no mercado e aposta tudo na pasteurização atual da música. Neste CD conceito é tudo, em todas as faixas.
Todo o resto perde importância. Técnica, tom, qualidade de som.
Tudo é secundário. A música é de Brinquedo.
Profissionalmente inocente em sua essência...
Inocentemente profissional...
Clássicos recriados com o toque da brincadeira.
Algo leve, puro e bastante humano, como há muito estava faltando...
Não, não é uma imitação de Adriana Partimpim, outro trabalho excelente!
Partimpim busca o infantil, se integra com ele...
A proposta do Pato Fú é mais experimentalista mesmo.
As músicas são para adulto. Tocadas de forma doce, sem formalismos e preconceitos, através de brinquedos espalhados pelo estúdio. Só brinquedos. Nenhum instrumento real. As crianças são eles, se divertindo e exibindo seus talentos...
Exibindo também os futuros talentos, a nova geração, os patinhos fús, nada feios...
Vale a pena, ver e ouvir!
Quem quiser baixar o cd pra ouvir, pode ir no www.umquetenha.blogspot.com
e depois, se curtir como eu, ir na loja e comprar o CD original, pra dar aquela força aos artistas e à iniciativa. Racionalismo emocional puro!
O conceito é genial. Se divirtam.
Eu achei sensacional!
Espero que curtam.

A Dama e o Vagabundo



Ele colocou seu casaco
na poça de lama
pra dama passar,
sem molhar seus pés...

Ela colocou o salto
na direção do seu peito
e passou por cima,
fincando seu peso, através...

Ela já não tinha saco
pra acender a chama
e esperar a chuva passar,
segurando a onda no convés...

Ele já não estava alto,
pra falar com jeito,
não queria criar clima,
com algum olhar de viés...

Quando resolveu falar
citou a trama do universo
e o destino...
Depois desabou a chorar
no tantra dos seus versos
voltou a ser menino...

Ela resolveu calar
fitou a cena com desprezo
de faxina...
Depois resolveu apelar:
seu drama o mantinha preso
até fecharem a cortina...

Tempo de estrada



Tudo vai ficando
com a pressa
deixamos no caminho
nossas paixões
Vento está chamando
pra conversa
são missões do vento
as estações...

Meu olhar
ainda tenta ser
aquele tapete estendido
pra você passar...

Aquecendo seus pés
na indiferença do inverno
perfumando seus passos
na estação das pétalas
aliviando sua dor
no chão quente do verão
e agora no outono
honrando o passar das nossas décadas...

Tudo está passando
tão depressa
perdemos o controle
da aceleração
Tempo está tramando
não se estressa
é função do tempo
essa emoção...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Manequim de espantalho



Faça o que eu digo
não faça o que eu faço
sou apenas um mendigo
gritando pelo valor de um abraço

Faça o que peço
faça o que não faço
sou apenas o avesso
de tudo o que está aos pedaços

Seja você
mas acredite no outro
mesmo que o outro
não acredite em você
Escute você
a melhor resposta
é uma pergunta
mesmo que ninguém
escute você...

Diga o que faço
que não combina comigo
sou apenas um espantalho
tentando dar abrigo

Peça que eu faça
o que combina com você
sou apenas peça de vitrine
testando imagens sem querer

Uma coisa puxa outra




Uma mão lava a outra
Uma dica leva à outra
Uma idéia puxa outra
e outra nova idéia surgirá,
no ar...

Um passo traz o outro
Um abraço chama a paz
Um amasso pede mais do outro
e um outro ser se
faz...

Um conceito cria outro
Uma tese se refaz
Algo refeito vira novo
e o ar rarefeito
traz um gás...

Uma estrofe busca outra
Uma rima mais voraz
Uma canção segue logo as outras
E viram músicas
incidentais...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sombras de Platão




De repente me sinto leve...
Talvez seja um sentimento breve,
uma sensação fugaz...
Mas sem nenhum motivo aparente,
me sinto eu novamente,
me sinto em paz...
As lutas que existiam,
já lutei, não luto mais...
E o que havia pra dizer,
já foi dito e repetido,
é só escutar o que a lembrança traz...

De repente me sinto breve...
Um doce sentimento leve
de quem vai tentando correr atrás...
Alguém se habilita a cobrar
de quem me deve?
Vai lá e faz!
As grutas que existiam,
daqui de fora, soterrei
com pás...
E o que havia a temer,
já foi perdido,
as sombras não assustam mais...

De repente me sinto sonho...
Nada que possa realizar...
Sou passado e sou futuro...
Sou nômade de um mesmo lugar...
Sou universo a pensar o mundo...
Sou a inversão do papo,
a distração do tempo,
sou o segundo na hora de passar...

sábado, 24 de julho de 2010

Trem bão



Fumaça
faz sinal
sinal
que dá
passagem
viagem
de um farol
e o sol
é a sua imagem...

A nuvem ficou
atrás das montanhas
e coloriu o véu
do fim da tarde
lilás...

E eu esperando
você passar
curvas sinuosas
trilho de encantar...

Escuto sua voz
de longe
sou monge
a meditar
tudo no lugar
tudo no horizonte
deixa alguma ponte
entre nosso olhar...

Pisando em baixo



Pisa na terra
emperra o pé
numa meia
a veia é estrada
de sangue
o mangue
é lama do mar
luar na cama
de uma sereia...

Sobe na serra
encerra o papo
e a ceia
a teia é mão
invisível
incrível
força no ar
o olhar é chama
que incendeia

Foge da guerra
enterra o ódio
na areia
a aldeia é elo
de laço
o abraço
é dama a se dar
leite de mama
bem quente e cheia

Como a lua
que flutua
no céu
da sua boca
nua, louca
e sem véu...

Pegadas na poeira


De que adianta pra nós dois
discutir sobre coisas que a gente calou?
Melhor deixar pra depois
não adianta fugir daquilo que se predestinou...

De que adianta pra dois nós
buscar os laços que já não atam mais
Melhor ficarem a sós
até que o pensamento fique em paz...

Todas as estradas
se entrelaçam de alguma maneira
mas nem todas as pegadas
se perdem na poeira...

A nuvem de pó
é só marola dos passos
mas quando o vento soprar
só restará a imagem de um abraço

De que adianta parar
e questionar a direção?
Melhor continuar
e acelerar até a próxima estação!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Medicinal




Faça uma letra medicinal
Vê se ela toca no carnaval...

Tenta um apelo mais sexual
Vê se agrada o intelectual...

Faça uma música virtual
vão te dizer: “caia na real”

Faça uma canção habitual
Receba a vaia no final

Não interessa
o que os outros
vão pensar ou dizer
Só não se meça
pelos outros
por que eles
não vão parar
de pensar e dizer

De qualquer forma
a norma vai ser falar
de você
então relaxe
comece a se acostumar...

Faça uma letra surreal
Vê se ela estoura em algum dial

Tenta uma poesia musical
Vão te dizer que ela está sem sal

Faça uma coisa mais teatral
vão desdenhar seu potencial

Tente uma música de Natal
vão desejar o tradicional


Não interessa
o que os outros
vão pensar ou dizer
Só não se meça
pelos outros
por que eles
não vão parar
de pensar e dizer

De qualquer forma
a norma vai ser falar
de você
então relaxe
comece a se acostumar...

Amontoado



Junte os amigos
Junte suas mãos
Junte os abrigos
Que juntou no coração...

Junte as palavras
Junte os seus medos
Junte as idéias
Que calou num segredo...

Junte seus sonhos
Junte as canções
Junte as pessoas
Que amou sem ter razão...

Junte as estradas
Junte os desvios
Junte os silêncios
Que ficaram no vazio...

Junte as estrelas
Junte suas emoções
Diga “prazer em vê-las”
Jante com suas paixões!

Raízes da dor



De onde foi que você tirou
essa idéia de si mesmo?
Aonde você buscou
as sentenças que guardou?
O centro de tudo está
mais fora do que dentro
gira o sol e gira o mundo
não se fira com a flor...

De onde foi que você jurou
ser carrasco de si mesmo?
Melhor as juras de amor
do que dor de cotovelo...
Lá dentro existe um mundo
mas a luz está lá fora
tudo escuro num segundo
e tão claro em poucas horas...

De onde foi que você calou
as censuras a si mesmo?
Aonde você plantou
as raízes dessa dor?

Passando adiante




Tempo passa
passa ligeiro
tudo devassa
no cativeiro
Passa a certeza
passa o inteiro
passa a beleza
sou passageiro
Passa o baleiro
fica na infância
laça o cordeiro
caça a distância
Passa o barbeiro
na juventude
traça o vespeiro
das atitudes
Passa o carteiro
deixando contas
no desespero
o adulto desmonta
Passa o coveiro
passa o cimento
passam os amigos
meus sentimentos
Tempo passa
vida foi
faça a diferença
ou seja mais um boi
Tempo passa
passa depressa
e a perfeição guardando
mágoa da pressa...
Passa a vida
tempo passou
você dedicou mais tempo
à lida ou ao amor?
Passa sozinho
passa quem sou
passa o caminho
passa esta dor...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Minha Deixa




Deixa eu tirar
você pra dançar
a ciranda da vida
comigo
ainda sou seu amigo,
não custa lembrar...

Deixa eu tentar
quem sabe embalar
quem me tirou
pra dançar
apenas com um olhar
e se fez abrigo...

Deixa eu pousar
minha mão na sua
vamos pousar na lua
viajar juntos
voltar a ver estrelas
só por estar
juntos...

Deixa eu tirar
você da rotina
aonde está
será que consigo
fazer você esquecer
do perigo
de se aventurar?

Voz e atitude




Não adianta apenas falar,
insistir que é do bem,
discurso sozinho não basta
não garante ninguém...

São nossas atitudes
que falam por nós
na hora de ir lá e fazer
elas são a nossa voz...

Querer um país melhor
e não fazer a nossa parte
é ser artista sem rumo
que não crê na própria arte

Não adianta apenas dizer,
tem que fazer e mostrar,
dar exemplo e defender
aquilo que acreditar

São nossas atitudes
que sustentam nossa voz
na hora de ir lá e fazer
são elas que falam por nós

Querer um país melhor
e ser contradição em nossos atos
é ser cidadão sem rumo
que não se liga nos fatos...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Pai e filho



Um pai
ensina
um filho
a roubar
com o mau
exemplo
que ele
lhe dá
e rouba
de si mesmo
a diferença
que terá
ao descobrir
um dia
seu filho
a lhe roubar

Um pai
ensina
um filho
a roubar
roubando dele
até ao brincar
e rouba
de si mesmo
a diferença
que verá
nos olhos
de seu filho
quando um dia
lhe roubar...

Canção amarga




E agora
se olhe no espelho
seus olhos
são vermelhos
mas lágrimas
não têm o poder
de curar
suas feridas...

Não tente
ficar de joelhos
não vendem
aparelhos
nas fábricas
que embalam
e descartam
as honras perdidas...

Agora uma canção
tem gosto amargo
agora a solidão
é poço largo...
O que fazer?

A hora
se foi no relógio
o recorde
não vale o pódio
mas gérberas
possuem o dom
de florir até
nas suas mentiras...

Encontre
a inspiração no ódio
o sal em seu suor
é sódio que envenena
a Terra inteira está
na linha
da sua mira...

Agora, se vira...

Mais um que vai




Do outro lado do rio
Quem ainda ontem estava aqui
Na outra margem do rio
Quem ainda ontem era daqui

Do outro lado do rio
O cinza da cidade sempre vindo
Se aproximando em seu cio
O clima da verdade poluindo

Do outro lado do rio
Não reconheço quem já foi de cá
Na outra margem do rio
Já não pertencem a este lugar

Do outro lado do rio
ninguém sustenta sua fé
Aqui ficando vazio
Mas quem ficou está de pé...

Do outro lado do rio
não há palavra e honestidade
a honra pena no estio
entre os velórios da hombridade

Do outro lado do rio
Vejo sua mão me dar adeus
Mais um que vai neste fio
Que antes foi rio e se perdeu...

Luz de Farol




Singra no horizonte
o sol que pinta o céu de luz
sangra um dégradé
de tons laranjas e azuis
chora algum lilás
em matizes escarlates
transbordando paz,
com cheiro bom de chocolate...

E a vida se vai, com o dia
o dia se esvai com o pôr do sol
é a noite que cai, lua vadia,
é a morte que trai, luz de farol

Tinge tons pastéis
nas nuvens, cúmulos de cores,
cinge o mar com a chuva
e o vento aponta seus vetores
Doura alguma praia
com suas ondas reticentes
derramando sal
na Terra o amor é sol nascente...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Velas



Vela
no horizonte
aquarela
atrás do monte
e da janela
vejo o sol
se pôr no mar...

Ela
no horizonte
é luz tão bela
a me guiar
Ela
sobre a ponte
é manivela
de ancorar...

Vela de apagar
e celebrar a vida
Vela de soprar
a direção é sua lida
Vela de acender
e iluminar a escuridão
Vela de quem crê
que vale a pena uma oração...

Vela
a navegar
amarela
o azul do mar
numa tela
um girassol
só quer girar

Ela
a flutuar
vela
o meu penar
Ela
é uma fonte
onde vou
me saciar...

Copa do Mundo ou Cerimônia de entrega do Oscar? (cala a boca Galvão)




Já faz algum tempo que me desiludi com justiça e merecimento no futebol.
Por isso não considerem este desabafo algo nostálgico ou romântico demais.
Aliás, é bom avisar que também não se trata de choro de perdedor ou exposição sentimentalóide. Definitivamente não é nada disso.
Comecei a andar, aos 11 meses, atrás de uma bola. Adoro futebol. Joguei, jogo e sou apaixonado por todas as modalidades. Desde o futebol de botão, passando pelo win/eleven, pebolim, fifa2010, baba, jogo na TV, futebol feminino, de salão, sub-20, seniors, futebol de areia, Campeonatos estaduais, regionais, nacionais, até a copa do mundo de futebol profissional.
No entanto, mais uma vez, hoje, termino minha 10ª Copa do Mundo com uma tremenda sensação de frustração. Fico pensando se não é a mesma sensação que experimentam os todo-poderosos senhores responsáveis pela instituição que representa o esporte mais assistido do mundo. Por ser tão apaixonante o futebol consegue transformar a FIFA numa instituição com mais países inscritos do que a ONU. Olha o poder que isto representa.
E, mesmo assim, percebo com tristeza, a falta de cuidado, de zelo, com algo tão importante como este esporte. Que tremenda capacidade a humanidade tem de minar suas principais descobertas...
Alguém aí ficou realmente convencido com a atual campeã do mundo? E com a ex campeã?
Nada contra Espanha e Itália, duas escolas que admiro pela garra e pela técnica de alguns craques inesquecíveis, mas pela forma pela qual conquistaram estes dois últimos títulos mundiais.
Perceber que as últimas copas têm sido decididas em função de erros da arbitragem, erros grotescos, inexplicáveis, entristece qualquer um que tenha como paixão, além do futebol, a justiça.
É pena que “nomes” façam mais diferença que talentos. Ou alguém tem dúvida que o excelente Iniesta teria que ter sido expulso hoje ao perder a cabeça com um jogador da Holanda? O lance de Kaká contra a Costa do marfim foi muito menos visível e lá estava ele, expulso...
Será que foi só porque era uma final? Mas e os outros cartões todos? E o escanteio não marcado a favor da Holanda que deu origem ao gol da Espanha? E a falta de critério que puniu de forma parcial muito mais um lado do que outro? E a maldita simulação latina?
Porque tem que ser assim?
Ao contrário de uma crônica esportiva que endeusa os “artistas” de plantão, nunca me orgulhei dos pênaltis e faltas cavados por Brasileiros, Argentinos, sulamericanos em geral, Portugueses, Espanhóis, etc, etc, etc...
Os antes inocentes Africanos estão aprendendo, infelizmente...
Até alguns europeus entraram no jogo...
Os simuladores ganham os prêmios, os jogadores os cartões, os desonestos ganham com gols impedidos ou de mão, e só quem perde é o futebol...
A bola, que deveria ser jogada, passou a ser um artigo ultra tecnológico responsável por desculpas esfarrapadas e atuações medíocres, dignas dos piores pastelões já produzidos...
Juízes despreparados, assistentes omissos, falta de compromisso de jogadores, técnicos e times com seus países, com suas camisas, num circo montado escancaradamente apenas para fazer dinheiro, conseguem manchar o esforço de um país para atender todas as exigências da toda poderosa FIFA na organização de uma copa do mundo.
Lamentável espetáculo...
Quantos podem se dizer lesados nesta copa? Inglaterra, México, Brasil, Holanda, Paraguai, Japão, Estados Unidos. Isto só para listar os que me lembro sem esforço...
Tudo sempre conveniente. Copa em lugar diferente, campeão diferente...
Um roteiro inteligente, com um elenco de péssima qualidade.
Um ou outro vai falar de campeã moral, pra tentar melhorar a imagem...
Mas, se eu fosse dirigente holandês, retirava minha inscrição da FIFA amanhã mesmo.
Já vi seleções brilhantes perderem copas do mundo em lances fortuitos. É duro. Só como exemplo, a amarga derrota brasileira em Sarriá, 1982. Mas perdemos para nós mesmos.
Ninguém nos fez perder.
Em 78, uma inexplicável goleada argentina tirou a única seleção invicta da decisão do mundial. Mas havia a ditadura e os generais argentinos precisavam ser campeões...
Mas em 2010, com toda tecnologia existente, com telão nos estádios, com fones nos ouvidos dos árbitros, é inadmissível aceitar lances como o gol de mão do “fabuloso”, o escancarado gol impedido de Teves contra o México, o absurdo gol inglês não visto contra a Alemanha, todos os erros disciplinares da copa e, finalmente, a arbitragem parcial que determinou a vitória da Espanha contra a Holanda, na decisão.
O mundo gira, como a bola...
Outras Holandas virão...
Um time que venceu seus 14 compromissos nas eliminatórias e chegou à final como o único com aproveitamento 100%, há dois anos invicto, com um dos artilheiros do mundial (Sneijder) e, na minha modesta opinião, ainda contando com o melhor jogador do mundo (Robin), merecia melhor sorte. Poderia até perder, mas de forma justa, não sendo prejudicado.
Aliás, a Holanda sempre foi destinada ao papel secundário pela arbitragem. Em 74 e 78, também foi assim.
E, assim, Alemanha, Argentina e Espanha conquistaram títulos. E a laranja conquistou admiração.
No meio desta lambança institucionalizada, esqueceram até de premiar os eleitos como melhores da copa, antes de entregar a taça aos Espanhóis. O único agraciado com o título de homem do jogo foi o simulador e agressor Iniesta, que acumulou também, para os espanhóis, o título de herói e artilheiro da final. Só depois de duas horas a Fifa anunciou o Uruguaio Diego Forlan como o melhor do mundial, seguido pelo holandês Sneijder e pelo espanhol Vila. O melhor goleiro foi o espanhol Casillas. E a revelação, o jovem alemão Muller.
A Copa terminou sem graça. Perdeu o glamour. Virou cerimônia de entrega do Oscar.
Todo mundo querendo que terminasse logo para, quem sabe, não entrarem para a história a imagem e o som da sonora vaia com a qual o trio de arbitragem foi agraciado ao receber suas medalhas...
Tudo isso com direito à dramalhão mexicano de Galvão Bueno, que anunciou ter sido esta a sua última Copa fora do Brasil. Embora ainda tenhamos que aturar esta mala dentro de nossa própria casa, pelo menos esta decisão dele para 2018 foi merecedora de um Oscar! Desta vez valeu a pena ele abrir a boca. O melhor gol da copa.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Jardim de sons




Um jardim de sons
pétalas em sol
diferentes tons
vão encantando
um girassol...

A canção em flor,
gérberas azuis
tente, por favor,
fechando os olhos,
ver a luz...

Nota
de onde vem
o vento e a voz
de um coração...

E acorde
dentro de um trem
o tempo é a foz
nós somos um ribeirão....

Num jardim de luz
gérberas em si
diferentes tons de azuis
vão revelando
o que ainda não vi...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Não era o cocô do cavalo do bandido? (Fotos e Vídeo Adriano Moraes)



Os que têm mais de quarenta como eu, certamente lembram a expressão que dá título a este post. O tal do “cocô do cavalo do bandido” era uma referência absurdamente denotativa à qualquer coisa que se julgasse desprezível.
Os anos passaram, os tempos mudaram, há tanto o que se desprezar neste país, que o pobre excremento eqüino perdeu sua força. Particularmente, eu julgava esta expressão totalmente perdida, inclusive do dialeto das minhas lembranças. Mas, com a idade, os “tios” de hoje, categoria para a qual fui deslocado precocemente, já há algum tempo, costumam ver seus passos cortados por estes “fantasmas” de uma época perdida.
O incrível é ver que certas coisas não mudam e, outras, quando mudam, mudam para pior.
Em virtude de uma hipertensão arterial hereditária, procuro manter uma rotina de exercícios semanais, capazes de manter sob controle o estresse e a ansiedade provocados pela rotina dos negócios. Um dos mecanismos que me mantém quase em forma é a caminhada noturna nos calçadões da Barra, sempre acompanhada de uma aprazível troca de idéias com amigos ou parentes, ao sabor do vento, das bênçãos do Cristo e do lume do Farol...
Nestas minhas andadas, freqüentemente, me deparo com a cena que inspirou estas linhas: em pleno calçadão onde os cidadãos vão exercitar seu direito de ir e vir, de se exercitar para subsistir, eis que se avolumam montes e mais montes de cocô. Cocô de cavalo. Mas pasmem. O cavalo não é do bandido. É da polícia! Justamente a polícia... Aquela que deveria estar ali para nos proteger e nos dar exemplos de conduta e cidadania. Mas não é isso o que acontece na Bahia...
Fico me perguntando o porquê disso acontecer por aqui. Há cavalos e carruagens em Nova York. Há a famosa polícia montada no Canadá. Porque não funciona na Boa Terra? Porque aqui não dá?
As respostas que encontrei são tão estapafúrdias que, sinceramente, não vale a pena comentar. Ouvi de um policial que o problema é falta de recurso para comprar as bolsas que são usadas em outros países e ficam, estrategicamente, posicionadas para receber o conteúdo intestinal dos cavalos. Numa rádio daqui, ouvi um secretário responder que estas bolsas não foram adquiridas ainda por falta de fornecedores para participar de uma licitação. Sim, porque não sou só eu o incomodado com esta situação. Outros também reclamam, denunciam, gritam, clamam por seus direitos, mas a calçada se mantém sempre adubadamente decorada, à espera de um desavisado que contamine seu sofisticado sistema de amortecimento de impactos, com um pouco da esverdeada e malcheirosa pasta ali depositada.
Mas o pior, é que ainda tem coisa pior.
Os irracionais bucéfalos, coitados, incapazes de serem educados para esperar até o sanitário mais próximos são dignos de compreensão e até mesmo de uma dose extra de paciência.
Do alto da sua sabedoria eles desfilam pela calçada, “cagando e andando” sem medo e sem culpa. São animais, pobres coitados...
Mas o que dizer dos outros animais? Os racionais?(será que são mesmo?)
O que dizer de gente que utiliza a calçada para demarcar terreno com a acidez nauseante de sua urina? O que dizer dos soteropolitanos e sua incrível falta de cerimônia em “bater um mijão” no primeiro lugar que aparecer? O que dizer desta gente que parece sentir prazer em se exibir ao respingar pelas escadas, pelas esquinas, pelas ruas, pelas calçadas, o produto amarelo de seus rins?
O cocô não é mais do cavalo do bandido. A calçada não é mais do pacato cidadão.
Somos excrementos portáteis sem nenhuma educação, cagando e mijando para a reputação de nossa cidade, de nossos pontos turísticos, de nossa terra.
Pero Vaz de caminha, em sua carta ao Rei, já afirmava: aqui se plantando, tudo dá.
Talvez não se referisse à qualidade do solo, mas à eficácia dos regadores e adubadores de plantão.
Entre uma ou outra rajada de vento que alivia a fétida podridão de nossas ruas, seguimos caminhando sem lenço, sem documento, sem razão alguma para protestar.
Esta é a nossa cultura, nosso jeito de ser vulgar!
Entre os cavalos, sejam eles dos bandidos ou da polícia, e os mijões de plantão, a pergunta é: quais são as verdadeiras bestas?
Juro que fico com a segunda opção!
Desprezível já foi o “cocô do cavalo do bandido”...
Hoje mais não...
Os bandidos já não têm cavalos...
Os dejetos dos equinos da polícia têm até explicação...
Mas, que objeto de delícia é este de mijar na rua, cidadão?

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Porque escrever me faz livre...



Livre pra escrever o que me der na telha. Falar das tardes vermelhas que achei nos esquadros das minhas janelas. Falar das noites laranjas, urbanas sentinelas acesas, nas madrugadas em vigília que passei sem sono, simplesmente no abandono de um poema que não veio.
Livre para falar sem voz, criando nós entre as palavras que escrevo, nas frases soltas que me atrevo a dedilhar aqui... Escrever sobre a inquietude de um tempo e o sonho de dar algum exemplo ao existir...
Livre para não me prender aos alheios, fartos seios das críticas e maldizeres... Livre pra caminhar entre as letras, sem muito preparo ou receita, apenas fluindo, me deixando esvair nas conjecturas que, generosamente, vêm até mim...
Livre para plantar alguma rima, alguma oração diferente, praticando, diariamente, esgrima verbal com tanta gente.
Livre pra ser estranho, não aceitar o amém obrigado, demorar no banho, sonhar com alguém que está do outro lado, muito além...
Livre pra não me achar rebanho e, ainda assim, saber ser também um pouco gado, sem dimensões de tempo ou tamanho, saber dizer “obrigado”, me alegrar em oferecer um “bom dia”, ou será fantasia esperar um “por favor”? “Com licença”, caducou?
Livre para ser quem eu sou: um Quixote Urbano, romântico insano, à procura de velhos ventos que destilem em meus moinhos, a força dos sentimentos, o escudo dos ninhos, o uivo dos valores que dão cores aos meus dias, que me fazem seguir...
Livre para descuidar da métrica, para questionar a pátria, pra contradizer a prática de toda relação assimétrica...
Livre para voar sem rumo, para buscar o prumo entre nuvens e estrelas, e degustar o sumo das pessoas só em vê-las, tão preocupadas com suas vestes e suas máscaras rituais...
Livre pra ficar em paz...
Para acordar para a morte sem pensar na vida. Para não querer a sorte da viagem só de ida. Para recusar a fortuna, a fama, o sucesso.
Livre para aceitar o processo, para curtir a paisagem, em grupo ou só...
Livre pra ser pó...
Pra me fazer partícula, me dividir, não ser denso, ser retícula, ser incenso sem fedor...
Livre pra estar de partida...
Saber que o amanhã pode não estar presente no encontro marcado com a rotina...
Livre para estar livre com quem está enclausurado, distante dos seus jardins...
No meu peito baldio, um menino livre brinca no quintal...
Atire a primeira pedra, quem encontrar algum mal...

Caminhando



Segue
o abraço
não carregue
o passo
nós somos
a estrada
somos a poeira
de uma caminhada

Regue
os laços
negue
o seu cansaço
somos nós
na caminhada
somos sóis
na beira da estrada

Estendendo a mão
abrindo o sorriso
sendo comunhão
sem nenhum aviso
Entendendo a dor
destrancando as celas
vendo só o amor
entrando na janela...

A Dor da Humanidade



Onde está sua mão
seu colo, seu carinho?
Só recebo não,
só encontro espinho...

Porque você me deixou
sozinho na estrada,
que você mesmo traçou
e agora deu em nada?

Onde está sua força,
seu amor, sua compaixão?
Logo agora não me escuta,
não me dá atenção?

Estou de braços abertos
peito nu, na solidão...
A minha tentação é ser deserto,
um ser incerto em sua paixão...

No centro deste amor insano,
onde está a sua luz?
Esqueceu meu lado humano
pendurado em uma cruz?

Onde está você?
Não te vejo ao meu lado...
Vôo até você...
Está tudo consumado...

Silêncios




Penso em falar
mas, tenso, prefiro calar
deixar a vida acontecer
sem pensar,
deixar estar
na sala de TV ou no bar
acompanhar
numa tela
a novela
revela você...

Tento lutar
mas, lento, não consigo encarar
deixar o sonho renascer
e acordar,
deixar estar
as malas e os DVDs vão ficar
há um lugar
duas velas,
uma cela
e a bela é você....

Quem vai julgar
o anjo que se viu despido
no espelho
e não foi capaz
de se envergonhar...

Tento lutar,
penso em falar,
deixar estar,
tudo vai ficar
por instantes
no mesmo lugar
que estava antes
antes de você chegar...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Faça de Conta



Faça de conta
que o mundo não conta
não importam mais
as opiniões...

O que as pessoas
vão dizer e achar,
o que vão pensar
das contradições...

Faça de conta
que ninguém aponta
nem ao menos sabe
o que você faz

O que as pessoas
vão falar e fazer,
o que vai valer
é estar em paz...

Alerta



Um buraco no caminho
Uma cratera no asfalto
Um rasgo no pergaminho
Uma emboscada, um assalto

Um pedregulho na estrada
Uma clareira de lama
Uma ponte quebrada
Um edifício em chamas

Uma cortina de fumaça
Uma batida em seqüência
A contra-mão que se passa
A morte contra a inocência

O motorista sem nexo
A tragédia anunciada
Nem reação, nem reflexo,
A sorte é uma cilada...

Um buraco no caminho
A cova já preparada
O pó dissolva sozinho
A vida, página virada!

sábado, 3 de julho de 2010

Alma e Corpo



Seu corpo é meu papel
posso escrever o meu amor assim,
falar das nuvens e do céu
regando de poesia o seu jardim...

Meu corpo é sua tela
vem pincelar a sua cor sem fim
pintar de amor sua aquarela
tatuando a sua arte em mim...

Laços em tons azuis,
dois corpos nús,
serão dois sóis?
Serão abraços,
fazendo nós?
Serão só luz?

Seu corpo é meu violão
pra dedilhar o doce som do sim...
Tocar a alma e o coração,
marcando sua canção em mim...

Mansos, quase pastéis,
em decibéis
serão apenas tons...
Serão avanços,
troca de anéis?
Será tão bom...

Chuva na varanda



Chuva na varanda,
uma ciranda no quintal...
O universo em festa,
em todo mundo natural...

Gotas de alegria,
homeopatia temporal...
Nuvens não tem planos,
são pipoca em carnaval...

Chuva que não para
lua clara no apagão
esperança rara
entre o relâmpago e o trovão...

Chuva chora a mágoa
e a saga seca do sertão...
Lá a chuva é fraca
e o solo cala sua canção...

Chuva de ciranda
e a varanda é um quintal...
Festa do universo
Em todo verso sideral...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Parabéns Irmão (Uma homenagem no aniversário de um amigo Valente)


Celebre seu dia, irmão, suas memórias, suas conquistas, suas lembranças, suas histórias...
Celebre seus fracassos e suas glórias...
Celebre sua fama e seu anonimato, procure ser grato, a vida tem sido amiga!
Celebre seus talentos, seus papéis, sua voz, sua coragem, suas perspectivas, seus laços, seus nós...
Celebre seus abraços, suas verdades, seus valores, suas dores, suas amizades, seus passos...
Celebre seu passado, seu presente, quem está do seu lado, quem está ausente...
Celebre ser valente, ser gente, ser você!
Celebre ser transparente, ser diferente, único!
Celebre seus dias, suas alegrias, seus sonhos, seus projetos, seus tetos, seus mundos...
Celebre a paz, desacelere, respire, aproveite os segundos...
Inspire-se!
Atue, faça isso tudo valer!
O mundo espera isso de você!