sábado, 29 de abril de 2017

SONETARIUM 001 - O Balé do Astronauta de fé



Distante da gravidade
de seu planeta natal
o astronauta faz piruetas
em sua coreografia espacial...

Distante das verdades
de seu planeta desigual
o astronauta dá cambalhotas
para trazer à realidade o tempo real...

Diante do abissal infinito
consegue esquecer os velhos ritos
de sua vida na Terra...

Abraça então a leveza
se encanta novamente com a beleza
e esquece seu mundo de guerra...

A última palavra...



A última palavra
normalmente não é
aquela que encerra
uma discussão,
que determina
uma ação,
que conduz
a uma decisão...
A última palavra
é a que permanece
no coração!
Mesmo que seja
tempos depois,
somente pela
recordação...
A última palavra
não se traduz em poder,
mas em vivência
e convicção!
Por isto,
a última palavra
pode ser somente
silêncio!
Pode ser,
também,
apenas um
questionamento...
A última palavra
não precisa
estar com a razão!
Necessita, sim,
de todo sentimento...
A última palavra
é fundamento
de evolução!
E há tantas
estradas para
se evoluir...
A contraposição,
a afirmação,
o argumento,
a negação,
a transformação,
o complemento...
Como uma receita
de pão...
Precisa ou não
de fermento?
Depende tanto
da mão...
A última palavra
adormece na consciência
sem nenhum apego
ou paixão...
Apenas a realização
da coerência...
Nada mais
que um sim
ou um não...
A última palavra
é a complacência
com a própria
transparência,
nas reticências
de uma oração!

sexta-feira, 28 de abril de 2017

O Signo da Dignidade

O signo da dignidade
permanece escondido
entre as estrelas...
Digno, de verdade,
é Aquele que traz o sentido
às verdades mais belas!
Aquele que oferece
o sacrifício mais benigno,
que ensina a prece
mais poderosa,
que nos eleva
à aliança com Deus!
O brilho da sua imagem
permanece um mistério
nos céus...
Como o anúncio
da sua passagem....
Além de qualquer dogma,
de toda regra,
de cada norma,
a sua Vida,
o seu Caminho
e a sua Verdade
se fizeram luz:
Cristo Jesus!

quinta-feira, 27 de abril de 2017

O pobre elemento




O desperdício
talvez seja
o pior de nossos
vícios...
Jogamos
fora
água,
alimentos,
sonhos,
tempo,
natureza,
amigos,
sentimentos...
Jogamos
fora
Vida!
Desperdiçamos
um tanto
de tudo...
Gastamos
o mundo...
Segundo
a segundo,
não economizamos!
Quanto mais
racionais
e urbanos,
mais insanos
e bestiais
em bandos
de gastadores
multimodais...
Viciados
em consumo,
em fumo,
em álcool,
em talco,
em roupa,
em moda,
em troco,
em troca,
em jogo,
em yoga,
em fogo,
em droga,
somos extintores
magistrais!
Muito do que
tocamos
vira lixo!
Bilhões e
bilhões
de toneladas
de lixo...
Sujamos o
planeta mais
do que qualquer
bicho...
Somos fenomenais!
Os incríveis
destruídores
do paraíso...
"Homo Sapiens",
em seus trajes
formais!
A rigor
somos o perfeito
protótipo
do anti-
amor próprio!
Detonamos
nosso lar,
assassinamos
nossa espécie,
extinguimos
nosso futuro...
Escondidos
atrás de muros,
de máscaras
sem sentido,
criamos
o mundo falido
sem fogo,
sem água,
sem terra,
sem ar...

Let it be!



Tudo está bem
quando há alguém
capaz de se calar
e deixar estar...
Confiar...
Fazer o canto
da Vida ecoar...
Sonhar o tanto
que nos cabe ousar!
Se entregar...
E entregar também
o tempo do outro!
Até de quem
não consegue
escutar...
Mesmo de quem
ainda não é
capaz de parar
e se colocar
no lugar
de alguém...
Tudo está bem
quando se está
além de perder
ou ganhar...
Quando se é,
também, além
do falar...
Quando
se deixa
estar...

Franciscana



Seja toda luz
quando houverem trevas
seja toda paz
onde existem guerras
seja todo sal
quando faltar graça
seja todo bem
onde o mal se encerra

ah
Onde há Amor
não cabe outra
forma de ser
além de amar!
ah
onde há Amor
não cabe outro
jeito de estar...
além de se doar!

Seja toda força
para quem sentir-se frágil
Seja só abraço
pra quem quer um carinho
seja olhar que acalma
até diante de um presságio
seja companhia
para quem está sozinho

ah
onde há Amor
não cabe outra
forma de ser
além de amar!
ah...
onde há Amor
nçao cabe outro
jeito de estar...
além de se doar!

Entrega...



Irmão, irmão...
Deixa estar
que a graça
de Deus vai agir!
Deixa estar
que o Amor
vai te revestir
e o impossível
vai fluir
muito além
da nossa
esperança...
Irmão, irmão...
Deixa estar
que as bênçãos
vão se derramar
e te envolver
num abraço
carinhoso
rumo a um
novo tempo!
Irmão, irmão...
Deixa estar!
Nada sabemos,
nada podemos,
é verdade...
Mas é justamente
neste deserto,
deste desterro,
que percebemos
o quanto
somos amados,
o quanto
somos grandes!
Irmão, irmão...
Deixa estar!
O Amor está
te curando!

Além daquela curva...




Depois daquela curva
que a juventude um dia revelou
o poeta, já com a vista um tanto turva,
ainda trilha o caminho que traçou...
Desde que a ampulheta virou
num fim de tarde de céu alaranjado
o grão de seu tempo acelerou
nos braços livres do vento carregado...
Em alguma rocha, pelo caminho,
quem sabe algum verso se eternizou
quem sabe algum verbo depois da taça de vinho
um espinho, quem sabe, que ele tirou?
Depois daquela curva, um moinho...
Em um segundo, o Quixote que restou...
Seus fantasmas, seres tão mesquinhos...
Seu combate, a aliança que ficou!
Decrépito, confuso, abalado,
claudicante sobre uma tórrida chuva
o poeta ainda atende ao chamado
e se aventura, além daquela curva...

Soneto da Diversidade



Em mínimos versos
uma pequena reverência
a zilhões de universos
e suas reticências...
São as mais absurdas diferenças
que nos fazem incrivelmente semelhantes...
Gostos, opções, verdades, crenças,
lágrimas, sorrisos, silêncios, rompantes...
Sonhos, incertezas, paixões, loucuras,
trocas, conexões, guerras, planos...
Um macro universo precisando de cura...
Em mínimos versos, diversos humanos...

terça-feira, 25 de abril de 2017

Pelos que nos faltaram....




Não importa
aqueles que traíram
seus votos,
que manipularam
suas próprias
verdades,
que se fizeram
indignos de si
mesmos...
Não cabe a nós
este julgamento...
Cabe apenas
reconhecer
o ato hipócrita
como um sinal
luminoso de atenção,
para não cairmos
na mesma cilada...
Somos todos falhos
em nossas próprias
estradas...

Contemplando os sonhos




Se o momento
é de levantar
os olhos
e acompanhar
o movimento
dos céus,
o sentimento
é de elevar
os sonhos
e ofertar
o pensamento
a Deus!

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Laços e nós




Há o tempo do silencio...
O tempo de calar corpo e alma e se deixar levar...
simplesmente....
O tempo de esperar com calma...
O vento sussurrar coisas que ele não costuma partilhar com gente...
Há o tempo de se aquietar...
Compreender que a esperança muitas vezes exala um perfume inquietante...
Só então identificar o momento de ter o desplante de se jogar...
para ser lapidado como um diamante...
Sim, há o tempo de se expressar...
De testemunhar a lancinante odisseia de um barbante...
E entender que os laços, assim como os abraços, foram criados apenas para transformar o eu em nós!

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Amar como rio



O desafio
é amar
além do
intelecto
além de
meus valores
além de
meus conceitos!
Amar
como quem dá
o peito
e alimenta
sem nada
cobrar!
Amar além
de meus limites,
sem impor condições,
fronteiras,
sem nenhum palpite,
sem restrições,
mesmo que não
queira!
O desafio
é amar
sem qualquer
julgamento,
sem depender
do momento,
deixar-se
inebriar
de sentimento
e se deixar...
Amar
sem outros
pensamentos!
Simplesmente
amar!
Amar sabendo
que Amor assim
pode trazer
sofrimento...
E assim mesmo
dizer sim!
Este é o
grande desafio!
O desafio
de ser como rio
no rumo do mar
pra desaguar
no seu cio
de se jogar!

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Domingo Santo





Domingo da alegria,
do túmulo vazio,
da aparição à Maria...
Domingo da esperança,
da promessa cumprida,
de um tempo novo,
muito além do novo dia!
Domingo de Emaús,
da revelação,
da certeza,
do reconhecimento do Cristo
na simples fração do pão!
Domingo do esquecimento
da cruz,
da voz das mulheres,
do tempo da Ruach,
do entendimento,
da luz!
Domingo da Aleluia,
da plenitude da Vida,
da inquietude dos tempos,
do misterioso momento
da ressurreição!
Domingo das escrituras,
de tudo o que estava escrito,
do absurdo previsto,
do ápice da criação!
Domingo do templo refeito,
do tempo perfeito,
da afirmação!
Domingo do Amor
acima da Vida e da morte,
Domingo do Senhor,
Domingo da confirmação!
O Cristo vive!
Ele está no meio de nós!
E quer escutar nossa voz,
desafiando a manhã:
Por que Ele vive,
eu posso crer no amanhã!

Sábado Santo



Sábado da Vigília,
da espera, da melancolia...
Sábado da dúvida, do medo,
da nostalgia...
Sábado da escuridão,
do tempo em menor rotação,
do dia que não passa,
da falta de inspiração
e de graça...
Sábado da desesperança,
do ermo, da solidão...
Sábado do desespero,
da angústia, da desilusão...
Sábado da humana inquietação...
Certezas virando pó
na entresafra da fé...
O coração sentindo-se só,
perdido, confuso, sofrido...
A dificuldade de se manter de pé!
A impossibilidade de encontrar sentido...
A chama se tornando apenas brasa
na clausura de uma casa,
o espírito tomado de terror...
E agora?
O que será de nós?
Seremos perseguidos, mortos,
estamos perdidos, estamos sós!
Sábado do descontrole,
do mundo caído, da falta de razão...
Sábado do peito apertado,
do sonho calado, da expiação...
A imagem de Jesus desfigurado,
do mestre vencido e humilhado,
a lembrança da traição...
A tristeza de Jesus abandonado,
negado e renegado,
preterido por um ladrão...
E agora?
O que será de nós?
Estamos todos condenados,
não somos mais dignos de ser
Cristãos....
Sábado da dor, também na consciência...
Sábado da ressaca, do auto-desamor...
Mas Ele morreu por nossos pecados...
Ele quis abraçar a missão de redentor!
Ele fez tudo por Amor!
E nos deixou um mandamento...
Sábado do sentimento...
Do lamento e da oração...
Do testamento, da remissão...
Sábado da conscientização...

sábado, 15 de abril de 2017

Sexta Santa....



Sexta do silêncio,
da cruz e da contemplação...
Sexta da dor,
da prostração, do despojamento...
Sexta da paixão...
Da morte subjugada,
da humanidade experimentada,
até o último momento!
Sexta da parada....
Da reflexão sobre o sofrimento!
Da liturgia modificada...
Da falta da consagração,
mas da continuidade
da distribuição do alimento!
Sexta da Comunhão
e do sentimento!
Sexta das quinze estações,
do lenho da cruz e do lamento!
Sexta da escuridão,
da destruição do Templo...
Sexta das quedas, dos espinhos,
da flagelação, dos pregos,
dos tormentos...
Sexta da morte de Jesus...
Sexta de João e Maria
aos pés da Santa Cruz...
Sexta do acolhimento...
Sexta do recolhimento...
Sexta do jejum e da oração...
Sexta do sepultamento...
Sexta da saudade, da perda,
da falta de entendimento...
Sexta do esvaziamento!
E todas estas coisas
permanecem no pensamento...

Nossa Pietá (à querida Gisa e sua linda história de superação da dor através do Amor!)





Nossa Pietá também é de rocha,
uma rocha viva que a tantos suporta...
Que se dobra e desdobra
entre mantos de dor
e que, assim, se renova
nos mistérios do Amor!

Nossa Pietá é obra de Deus vivo
uma tocha viva que a tantos aquece...
Que oferece o colo
como quem carrega o Senhor
e transforma suas preces
em gestos de Amor!

Nossa Pietá é manifestação de dom,
força que cativa e multiplica o que é bom!
Lágrima furtiva somente na solidão
dor de mãe cativa em seu doce coração...

Nossa Pietá é expressão de fé
luz que nos convida a nos manter de pé!
Em seus braços, abraça, tudo o que vier
no seu sim de Maria, grandeza de mulher...

Nossa Pietá é parte dessa Luz!
É arte que se parte, é sonho que conduz
Em seu peito descansa o tempo do Senhor
A nossa Tocha Gisa é Templo de Amor!

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Quinta Santa



Na quinta
da entrega,
a igreja
se desnuda,
os templos
se despojam.
a voz se
guarda, muda!

Depois
de lavar
os pés
e praticar
a humildade,
o coração
de Cristo
arde
em cada
fração
do pão
repartido,
em cada
gole
do vinho
partilhado...
E tudo
se torna
sagrado
no tempo
da consagração!

O serviço,
o Amor ensinado,
o sacerdócio
de olhar
para o lado
e enxergar
um irmão!

Os altares
estão nús!
O sacramento
está guardado...
Tudo à espera
da nova luz...
Na primavera
do Ressuscitado!

A quinta,
santa,
implanta
o novo
mandamento...

Amar como Ele!
Com o seu sentimento...
Nada de morno...
Nada de frio...
Nada de lamento...
A chama está no pavio!

A quinta
é puro alumbramento!

Deus se deixa dançar...




Na cruz 
o corpo estremece
entre a última prece
e a lança que perfura
a pele sofrida...
Enquanto
a água cristalina
escorre,
o homem morre
e Deus volta à Vida!

Diante da morte,
da carne desfalecida,
do corpo inerte,
do sofrimento que descansa,
a alma, suavemente, balança,
e dança,livre novamente...
E o Deus feito gente,
aquele mesmo Jesus,
volta à sua forma de Luz!

Em movimentos
precisos,
na coreografia
da passagem,
a imagem
se transfigura,
na glória 
do terceiro dia!
Alegria!

Assim como o Templo
a cruz também se rasga
e emoldura o espaço
antes ocupado
pelo Rei rejeitado,
no extase da agonia...
O contorno vazado
deixa ver o outro lado...

Na nova dimensão 
do Ressuscitado,
a renovação 
da esperança...
Para sempre
ao nosso lado,
toda alma é 
chamada pra dança!


quarta-feira, 12 de abril de 2017

Nas trilhas do Amor

O Amor
nos revelou
maravilhas!
Nos laços
e abraços
em família,
o Amor
se revelou
nas partilhas...
Na confiança
e na entrega
na fé, ora cega,
ora visionária...
O Amor
se revelou
em sua forma
missionária,
dentro da
casa onde
habita!
O Amor,
este que
nos fita
sem necessitar
palavras,
se revelou
quebrando
várias amarras
entre o
tempo de
estar
e o tempo
de ser!
O Amor
se revelou
em sua filha...
Na graça
que nela brilha
ao abraçar
o espinho
e a dor,
pureza de coração...
No seu deserto
de ilha,
o Amor
nos revelou
maravilhas,
no oceano
de luz
que fervilha
nas trilhas
de sua paixão!

sábado, 8 de abril de 2017

sexta-feira, 7 de abril de 2017

quinta-feira, 6 de abril de 2017

quarta-feira, 5 de abril de 2017

terça-feira, 4 de abril de 2017

Frase da hora 146


Casa da Gratidão



Nas "perebas" da menina
vi o rosto do Amor
esculpido em carne viva
na casa preferida do Senhor...
O Templo de Betänia
a serviço da paixão
diariamente vivendo
o calvário e a ressurreição!
Quanto menor nos sentimos
diante da revelação,
diante da pele lapidada
pelos mistérios do coração...
A cruz e o cálice,
o cale-se e a luz...
Sua cruz é ser mesmo cálice,
servindo o sangue da salvação!
Na clausura do seu sofrimento
a criança sorri depois da exaustão...
Simplesmente vive o momento...
Com sua doce e terna gratidão!
Nas "perebas" da menina
vi a dor do meu Senhor...
Tatuagens de dias sofridos...
Exalando o mistério do Amor!

segunda-feira, 3 de abril de 2017

domingo, 2 de abril de 2017

O templo da aflição



As chagas de Jesus
a dor de sua paixão
estigmas da cruz
em transfiguração

As dores de Jesus
rasgando o coração
estigmas de luz
na própria santificação!

E alguns minutos
que parecem a eternidade
carregando a humanidade
em seus braços com Amor!
Colhendo os frutos
da ilusão e do pecado
e abraçando a cruz
sofrimento, encarnação!

Em êxtase e agonia
encarando a Verdade
enfrentando a realidade
em seu abraço na dor!
O tempo da agonia
e a alegria do chamado
missão, sangue sagrado,
o templo da aflição!

Tempo do Amor




Tudo o que foi dito
por Ele aconteceu
O templo destruído
em três dias se ergueu

O túmulo vazio
a pedra retirada
a esperança acende
a nossa madrugada

Anjo, Jardineiro,
Estrada de Emaús!
os onze numa sala,
presença de Jesus!

Um novo tempo de luz
que nasce com o novo dia
a redenção pela cruz
ressuscitando nossa alegria

Aleluia, tudo se cumpriu
como diziam as profecias
O Filho de Deus ressurgiu!
Aleluia, a esperança sorriu!
Como ditavam as escrituras
o Tempo do Amor se cumpriu!

Frase da hora 144


Frase da hora 143