segunda-feira, 30 de junho de 2014

Rapidinha...



E é?
Já foi!
Como um carro
na frente dos bois
como três que antes
eram dois
pois é...
pois pois...

Três minutos



Poesia de
três minutos
pra fechar
o mês...
A poesia
mais rápida
que o poeta
fez...
 

Na veia



O compromisso
é comigo mesmo
escrever a esmo,
não é o meu ofício,
nem vício,
por isso mesmo
nada de improviso,
só preciso
do tema
pra discorrer
sem problema
quanto à opinião
alheia...
Sei lá porque...
Está na veia!

Diário da janela



Sou
o sono
do momento
e o despertar
de amanhã...
E se de fato
haverá
uma manhã,
sem tato,
só o sol dirá,
no diário
da janela...
Transparente
e bela,
lente a revelar
o dia,
abre as cortinas
da alegria
pra iluminar
a vida
em sua tela!

Implacável



Implacável
o tempo
nada confiável
quando se pensa
demais
foi-se toda a paz
como flor de primavera...
E a recompensa?
Aqui jazz
uma hora
que há menos
de u minuto
o agora era!

Curtinha




Curta
como a vida
seja uma poesia
querida
num piscar
de olhos...
Sem rima,
assim,
bandida,
de uma só via
como uma
leitura de
espólios...

Amigos e vinhos




Casa de amigo
tem gosto de vinho
safra da verdade
buquê encorpado
da amizade
exalando num brinde...
Nada é mais preciso!
Apenas um sorriso!
E quanto mais antigo
for o vinho e o amigo
mais raro é o carinho
e o abraço vira abrigo!

Saint John



Fogos
Fogueira
Fogão
Amendoim
na lareira
Quadrilha
sem nenhum
ladrão...
Avisa aí
que eu vim
e é noite
de São João...
No céu
não tem mais
balão...
Ele queima
quintal,
casa e jardim
mas tem gente
que teima
na contravenção...
Soltar rojão,
espada,
é perigoso sim...
Tem gente
por aí queimada,
tem gente por aí
sem mão...
Adrianino,
bomba de mil,
vulcão
na mão de menino
não dá certo
não...
Bom é se deixar levar
no embalo do forró...
Licor, canjica e mio,
acende o nosso pavio,
depois que a dança do fio
apaga o nosso fifó!

Auto controle



E no momento
em que eu penso
que o sentimento
mais propenso
pode lhe trazer
a razão...
O dedo apontado
me mostra
o engano imenso
me diz que estou errado
e pra não ficar tenso...
Nada de lenço,
nada de ficar amuado...
Quando eu me venço
aí estou do meu lado!

Go Orange



Laranja
da cor
que ilumina
que o poente
nos manda,
luz de
tangerina
camisa
da Holanda...
Laranja...
Que a lua
nos tange
Que a rua
nos pinta
de sotaque
orange
ácido
como uma finta
que o tempo
nos manda
no fim da partida
um gol da Holanda!

Contra o tempo




Correr
contra
o tempo
o tempo
é mais rápido
o tempo
é mais lépido
o tempo
é mais célere
Se não vai
dar tempo,
pra que correr?
Não há mais tempo
pra se querer!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Torcidas



A copa está aí e muitos torcem!
Torcem a verdade!
Torcem a notícia!
Torcem a realidade!
O circo armado
às custas do povo
futebol e feriado
e nada de novo...
Torce o político
torce o ladrão
torce a quadrilha
em pleno São João...
A copa está aí
e todos brindam!
Felizes com a situação,
bebem com sofreguidão...
Há tanto craque no picadeiro
tanta fantasia no ar
que o povo brasileiro
trocou Joaquim Barbosa por Neymar...
A copa está aí e muitos celebram
ricos com o esquema montado
de olho no próximo golpe
felizes com o re$ultado
Anestesiados
ufanistas
desequilibrados
nacionalistas...
A copa está aí
e todos sofrem....
Não com o país
mas com a falta
de um gol
pra deixar
gente feliz...



Viva São João



Viva João
acende o céu
licor, fogueira,
milho e chapéu!
Viva João
brilho no olhar
gente faceira
a quadrilhar...
No frio de junho
dança que esquenta
forró na alma
vontade aumenta
No cio do corpo
a ginga é nossa
e a noite manda
casar na roça
Viva João
tira o chapéu
lua é fogueira
no arraiá do céu!

terça-feira, 17 de junho de 2014

Brado retumbante



O brado retumbante
se escutou por todo mundo
um eco imundo,
ácido e cortante!
A indignação expressa
em desabafo,
um grito, uma sentença,
uma licença, um bafo,
um povo que se acha safo
pra exigir a própria
recompensa...
Mas sem entregar
o bandido?
Não faz sentido...
O mais importante.
haja o que houver,
é ter merecido
o que vier...
Apupo,
aplauso,
vaia,
palavrão
proibido,
um país,
agradecido,
não quer saber
se é permitido
ou não
extravasar
a emoção
de quem se sente
oprimido...

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Arena Panis circenses



Na arena
o povo se diverte
e se esquece...
O país
se perverte
e se distrai...
A nação
se trai
e segue
inerte...
Enquanto
outro dia
cai...
Na arena
o circo acontece,
a palma é permitida,
mas a vaia não...
O insulto
à figura de saia
que representa
o poder absoluto
não tem indulto,
é o pior ato
de falta de educação
de um adulto...
Que chato...
Que contradição!
O fato
é que o cidadão
não deixa barato
e quer pagar
com o mesmo
quinhão
a quem traiu
o trato
com o próprio
coração...
Maltrato,
intriga,
difamação,
quem liga?
Cada um que siga
na sua própria direção!

Ode aos poetas



De vez
em quando
as leis
de comando
mandam o poeta
pro xadrez...

Ele e seu bando,
os foragidos da
timidez,
são vítimas
do desmando
da sua própria
insensatez...

No exílio
eles se calam,
inundam
seus cílios
e com os papéis
já não falam...
Estribilhos
do viés...

De vez
em quando
são reis
se achando,
até perceberem
que amando
não há risco
de se perderem
no contrabando
de seus próprios
fiscos...

No exílio
as consciências
dos poetas
falam,
encharcam
seus cílios,
transformam
seus papéis
de profetas
em certidões
de caudilhos,
escravos
de seus próprios
poemas.
os estafetas
das palavras
viram apenas
mensageiros
dos mais simples
problemas...





Duelo itinerante



O soco
que veio
injusto,
o troco
que veio
errado,
o tempo
cobrando
o custo,
a vida
e seu
chamado...
O certo
é certo,
mesmo
no deserto,
o errado
é errado,
mesmo
no arado!
O pouco
que vem
na hora,
o louco
que tem
razão,
o mundo
pedindo
a conta
o sonho
dizendo
não!
O certo
é perto
mesmo
assim distante,
o errado
é só um recado
do duelo
itinerante...

A teia



A teia
é a toalha
da ceia,
a malha,
a veia
que se espalha
em cadeia
e sem falha
transforma em aldeia
o que antes era batalha...
A teia
é ilha,
é armadilha
é algema alheia
é trilha
é que incendeia
é maravilha
ao mesmo tempo
bela e feia...
É escotilha
transparência
que permeia
é mistério
das Antilhas
mesmo que
você não creia!

terça-feira, 10 de junho de 2014

Pétala no cio...



E a pétala
da gérbera
chamou o vento
pra dançar
e conheceram
o azul
e provaram
o firmamento
e se deixaram
levar,
leves,
por breves
momentos...
Até a chuva
chegar, devagar,
sem pressa,
remessa de elemento,
choro, lágrima,
mágoa, lamento,
água e sentimento!
E a pétala
da gérbera
pousou sobre
a terra,
e ali se deixou ficar
num solo,
se permitiu fincar
no colo,
do pó original...
Nenhum sinal
de sol...
Somente
um girassol
e uma semente
amarelando a noite!
E o vento,
novamente,
trazendo o seu açoite,
fez o fogo crescer
em volta
da fogueira...
Vida que chama...
Sonho que inflama
e se derrama
em novos pingos
que trazem o veio
de um novo rio
até o seio
de uma pétala no cio...
Há de haver algum meio
de preencher o vazio...
Gérbera, vento,
lento desvario...

Neo-ufanismo....



Desculpem
se não fui gentil
ao falar de um país
que tem se mostrado vil

Perdoem
se não pude ser doce
ao me referir a um país
como se ele não fosse...

Desculpem
se não mais acredito
ser feliz num país
só porque é bonito....

Perdoem
se não faço festa
quando vejo um país
escolhendo o que não presta....

Desculpem
se não me contagio mais
com o samba e com a bola
essas paixões nacionais

Mas não consigo torcer
pra circo e pão
não consigo deixar de ver
tanta corrupção...

Perdoem
se não sou mais gentil
nem pra pedir desculpas
por não apostar nesse Brasil!

Ecos da razão



Sua opinião
não é a minha
e a minha linha
não cabe na sua mão

A sua visão
é produto de sua vinha
mas não preciso entrar na rinha
pra discordar dela não...

Os ecos da sua razão
devem soar como hinos
badalando os hinos
que embalam seu coração...

Dance com suas verdades
e me deixe dançar com as minhas
as paixões tendem a ser mesquinhas
como ladainhas sem caridade...

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Herança do Espírito



Quando me senti fraco
aqueceste meu coração
e sopraste sobre mim
quando veio a solidão!
Quando me senti inútil
ensinaste-me a dizer do Amor
e inspiraste-me a falar em línguas
e aquecer corações com temor...
Quando me senti abandonado
pousaste tua presença em meu peito
e te fizeste sentir ao meu lado
e entendi que o teu Amor é perfeito!
Quando me senti com fome
transformaste-te em pão e em vinho
e em memória de teu nome
celebramos tua luz e teu espinho!
Quando me senti perdido
apontaste-me a direção
e me fizeste perceber todo o sentido
que existe na criação!
Quando me senti pleno,
me esvaziaste de mim,
me completaste de ti,
da manjedoura e do feno
do suor de sangue no jardim
do indignado manifesto do templo
de cada um dos teus exemplos
de como viver sendo Sim!

O Planeta dos que se enxergam macacos (imagem da filmagem de planet of the apes (2001))



Me perdoem,
não sou macaco,
sou gente!
Não sou caco,
sou vidro
transparente,
sou frasco,
sou recipiente....
Sou ser humano,
sem cor, sem rótulo,
sem casca e sem casco,
sou óculo, sou ósculo,
sou lente!
Mas não sou macaco...
Posso até ser menos inteligente...
Posso ser um mentecapto,
quando sou intransigente....
Mas façamos um pacto:
Não podemos ser macacos,
se somos gente!
Podemos ser selvagens
quando nos falta o tato...
Podemos ser irracionais
quando estamos carentes...
Somos imprevisíveis
se nos faltam com o trato...
Mas não somos macacos,
somos gente!
E que me perdoem
os babuínos, os gorilas,
os pregos e aranhas,
os orangotangos
e os micos,
o macaco simão
e a chita...
Nada contra eles,
nada contra a espécie...
Nada contra as bananas,
nada contra ninguém!
Perdoem-me,
apenas, pensar diferente
de quem quer me fazer
de macaco
pra eu esquecer de
ser gente!

domingo, 8 de junho de 2014

Saudades de um irmão ausente



Meu irmão
anda distante,
diamante lapidando
a consciência,
olhando sua vivência
desde antes,
instantes de mergulho
e transparência...

Meu irmão
anda afastado,
silêncio costumeiro
em seu arado,
sem escutar o chamado
que seus valores
andam enviando
na ausência
de dias não contados...

Meu irmão
anda sem rumo,
talvez buscando
o prumo,
talvez sendo
emprenhado,
mas mesmo
não estando
do seu lado,
confio na qualidade
de seu sumo!

Sobre responsabilidades e culpas ( imagem de "mulher em frente ao espelho" de P. Picasso)



Às vezes a gente quer transportar
e o carro quebra...
quer servir e alguém reclama...
quer ofertar e alguém se nega...
quer ajudar e alguém nos chama...
Fácil se desculpar...
Colocar o peso do não fazer
no ombro alheio...
Não enviar a carta e pôr a culpa
no correio...
tirar da reta sem pestanejar...
Duro se olhar no espelho e apontar!
Fica muito feio se acusar...
Mais fácil fugir...
Sempre se encontra um meio...
Mal dormir, mal acordar,
brigar com o travesseiro,
ter sempre um pesadelo
a atormentar...
E a culpa, ah, a culpa,
você há de desculpar,
mas nunca é nossa, companheiro...

Prece a meu pai no dia de seu aniversário (04/06)




Sua honestidade anda fazendo falta num país onde a injustiça anda em alta, João!
No augusto dever de seu ofício, fazer o bem e o certo, um compromisso...
Sentenças do coração de um bom juiz, cristão, exemplo que me diz que sonhar um país melhor não é loucura, mesmo quando é dura
a ingrata missão do "por um triz", ainda assim, vale a procura, vale voltar à raiz e encontrar a cura pra ser feliz, contra a corrente,
contra a mente, contra a realidade que nos tortura!
Base, chão, solo, estrado, meu amigo magistrado, meu advogado de sempre, dá uma força nesse arado, ajuda a plantar a semente, a ser escutado,
a tocar esta gente pra ouvir o chamado do bom lado e ser mais transparente!
Didier, João, Augusto! Nos anima a ser mais justos e a continuar a crer!
Daí de cima, em seu aniversário, quem pede o presente sou eu...
Ser honesto, aqui, virou coisa de otário, mas me diz, meu pai, como não ser?
Com exemplos como os de minha mãe e os seus, como não seguir os caminhos de Deus?
A gente cai, a gente tomba, a gente se esvai e se assombra, mas volta a seguir na estrada que vocês nos ensinaram a escolher!
Então, João, Augusto juiz Didier, aponta uma nova cortina, que este triste espetáculo tá triste de se ver! Na comunhão dos santos (e, ao seu lado, eu sei, há tantos), pede a Maria seu manto e a Jesus a sua túnica e envia em nosso socorro, chacoalha esta nação tão única, produz um jorro de bênçãos, multiplica as nossas forças, pra gente não se negar ao testemunho!
Por aqui tá ficando difícil, João...
Gente do bem tá em risco de extinção!

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Globo



O fragmento da ideia
na odisseia do pensamento...
O conhecimento na boleia
e no ideal da pangeia
o entendimento!
Entre trocas de olhares
quantos realmente saem
de seus mesmos lugares
e vão se sentar mais à frente?
Dentre alguns milhares,
são poucos os que arredam
os joelhos dos próprios altares
e deixam ampliar coração e mente...
O discernimento
passeia pela plateia,
enquanto muitos só pensam
no lucro do evento...
O ego sobre o palco
é simples diarreia,
quando a forma é mais que a fala
entala a voz e o sentimento!

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Junino



E junho chega
de leve,
sem os alardes
de seus fogos
e cores...
Há muito mais
com que se preocupar
do que as festas
de sempre...
Um mundo inteiro
virá nos visitar
e os hipõcritas
andam preocupados
com a imagem
que levarão
do Brasil...
Precisamos
parecer felizes...
Muitos andam focados
na copa...
E esquecem
de suas raízes...
Enquanto isso
o povo sõ aguarda
vestindo a farda
de torcedor
baixando a guarda
esquecendo a própria dor
e gritando por gols...
E os elefantes brancos
iluminados
serao o legado
da subtração
do direito...
Enquanto isso
dentro do meu peito
um coração
verde e amarelo
busca um ar rarefeito
e torce na contramão...

Quadro de Leonel



Perceber o carinho
do pincel na tela,
os caminhos da tinta!
As cores que
se formam, belas,
enquanto voce pinta!
Perceber a indimensão
da aquarela,
a inexistência de fronteiras
na profundidade...
As sombras que se revelam
sob as velas,
as nuvens que se desmancham
sobre a cidade
e entre o que se vê,
o que se percebe
e o que se sente,
traduzir em tons
transparentes,
uma mente,
um coração,
uma ilusão,
um repente,
uma oração
elevada aos céus
em óleo sobre tela!
Chave de todas as celas,
algemas deixadas nas vielas
do cárcere da solidão...
Toda a nostalgia,
no retiro da inspiração!