quarta-feira, 29 de junho de 2011

Na capital do seu mundo



Na capital do seu mundo
o mundo vira espiral
linha dorsal de um segundo
no infinito abissal

Seu universo
não cabe nos versos
que escrevi
no dia que te conheci
chovia tanto
e eu nem reparei
no seu manto
de tanto que me encantei

No orbital de seus sonhos
um lustre todo em cristal
ilustre o salão redondo
com a dança mais sensual

Meus versos
já não sabem do universo
que escolhi
de noite me recolhi
chorava tanto
que eu não descansei
e, no entanto,
jamais desencantei

No fuso horário de mim




No topo de tudo
tao perto do teu sim
me sinto confuso
no fuso horario de mim

No centro do mundo
mais longe que dentro de mim
eu entro em parafuso
reduzo ao deserto o jardim

A vida não para pra ver
A vida não paga pra ser
A vida não sara
é uma ferida
a me doer

A vida não dá pra entender
A vida se estraga ao viver
A vida dispara
é uma partida
pra perder

terça-feira, 28 de junho de 2011

Quem vem de lá pra pescar?




De vez em quando
você vem pescar
e os anzóis
querem te fisgar
mas as palavras
não são iscas
nem as poesias
são atóis
mesmo assim
você quer navegar
e enquanto o tempo
passa sem pressa
a mente inversa
traz algum saber
nem sempre às avessas
mas nunca sem viver

De quando em vez
você vem visitar
algumas rimas
que se fazem lar
pra aconchegar
suas angústias
e transformar
com alguma astúcia
sua mania de deixar
a auto-piedade fluir
talvez a prosa
te faça sorrir
quem sabe uma rosa
possa conseguir
mudar o seu humor
e transformar em amor
o que hoje é puro ego
um tatear tão cego
contra a própria luz...

E aí?
De onde você vem já decidiram o seu destino?
E daí?
O tempo é mais além, quem vai compor seu próprio hino?
Por que alguém vai querer te ouvir
e dizer amém num fim de tarde?
Se você não aprender a ouvir, também,
outras verdades...

Anjos e asas




Quem disse
que os anjos
têm que ter
asas?
Ou que eles
têm que ter
casas
com gente
dentro
pra cuidar?

Quem disse
que os anjos
são como
cães de guarda?
Que fazem parte
da armada
que impede
a gente
de desviar?

Os anjos
são nossos guias
sinalizam
nossas vias
colocam ordem
em nosso lar...

Mas respeitam
nossa liberdade
conceito primeiro
do criar
não impõem
suas verdades
nor permitem
errar...

Mas por serem anjos
são incapazes de apontar,
de condenar ou julgar
simplesmente
nos escutam
nos oferecem abraços
nos estendem as mãos
e nos ensinam
a melhorar...

Muitas vezes
nos ensinam
a ser anjos
também
mesmo estando
aquém
mesmo sem saber
voar
de repente
descobrimos
que podemos
ajudar alguém
e, como anjos,
simplesmente guardar...

Alguns segredos
muitos erros
diversos medos
certos desesperos
confissões
contradições
incoerências
maledicências
e exercitar
um pouco
de clemência
ensinando um outro
a acreditar...

Dor de irmão





Meu irmão
veja sua dor
também como
uma irmã
ache o valor
exato das manhãs
pra preencher de cor
o dia que virá...

Meu irmão
a sua dor
é sócia
da emoção
não dê razão
pra ela subir de elevador
deixe a paixão
no devido lugar...

Maravilha
é flutuar
sem saber
direito
o que trará
o amanhã...
Curiosa
fórmula de estar
reinventando
um jeito
de acordar
com a mente sempre sã...

Meu irmão
a sua dor
é mestra
para a inspiração
Não dê vazão
ao mecanismo do terror
que às vezes é só ilusão
querendo te afogar

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Oração







http://youtu.be/QW0i1U4u0KE

Um "mantra brasileiro" muito interessante
da "Banda mais bonita da cidade"

"Coração não é tão simples quanto pensa"...

Outra dica legal




Marcelo Jeneci e banda.
Três músicas bem legais em apresentações bem despretenciosas, para os que gostam do termo.
Muito legal!

O cara foi apresentado a mim pelo mano Dibhow do TT.

http://youtu.be/8gRYOZmNLsc
pra sonhar

http://youtu.be/UP6XJKwZBU4
felicidade

http://youtu.be/wfsGPMxqlxQ
dar-te-ei

Um dos clips mais legais que ja vi e a música é muito boa também!






http://youtu.be/2_HXUhShhmY

Oren Lavie, nascido em 1976 em Tel Aviv (Israel) é músico, compositor e diretor teatral. O seu clipe musical recente "Her Morning Elegance" se tornou bastante popular. Em 10 de maio de 2009 lançou seu novo álbum nos EUA, The Opposite Side of the Sea.






segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sobre derrotas e sucessos


(obras, todas de todos, tantos quantos ainda existem)


Ainda não sei
sobre a derrota ou o sucesso...
Sei sobre a nobreza
de se reinventar
e sobre as horas de suor
regando de inspiração
todas as raízes do talento
plantas de uma solução...

Ainda não sei
sobre o veredito final
se os caminhos sonhados
serão os escolhidos
mas sei dos objetivos
perseguidos,
e do merecimento
de quem soube
sonhar junto
fazer do conjunto
uma mesma paixão!

Ainda não sei
sobre a resposta do tempo
a tanto sacrifício
e ousadia
sei sobre a beleza
da vida
sobre o que ainda é
dúvida
e o que já é certeza...

Sobre as mesas
projetos de abraços
traços recompensados
independente de tudo
por terem realizado,
criado, apostado,
ido bem fundo,
passando o rodo,
tentando tirar o lodo
e, corajosamente,
propondo tudo para todos!

Cigano de mim mesmo




Sou cigano
de mim mesmo
leio em minhas mãos
meu destino
e viro menino
nos caminhos da razão!

Minha morada
não se resume
a um endereço
são tantos abrigos
em tantos amigos
que me pergunto
se mereço...

Meu coração
é nômade
e pulsa
em ritmos
diversos
nas caravanas
avulsas
dos meus versos...

É, sou cigano
de mim mesmo,
migro entre
as idéias,
aprendendo
a ser
este ser que
se transforma
pra sobreviver!

Mas,
ainda assim,
luto por coerência,
pela decência de tentar,
a cada dia, e à custa de muito suor,
ser maior que a fantasia
de um dia ser melhor...

Celebrações


Sempre valerá
o brinde
ainda que
a taça vá quebrar!

Tudo vale
celebrar!

O tempo
de estar junto
a forma
de se dar
o sonho
de um novo mundo
a norma
pra se mudar...

Os cristais
podem sem falsos
mas as mãos
são sempre sinceras
as grandes marcas
nos pés descalços
são o avanço
e a espera...

Celebrar tudo,
vale!

É simplesmente
viver o momento!

Sem vendas




Você pode ver
além do céu?
Tirar o véu
das estrelas
e ir além?
Corrigir o tom
das nuvens douradas
como quem
retoca o batom
sem olhar pro espelho
mas sabe a cor exata
do vermelho
como sabe o acorde
adequado
pra fazer um som...
Sim, você pode enxergar
além da luz?
Descrever os milhares
tons de azuis
entre o véu da noite
e o céu da manhã?
Falar do neon
que vem da lua
e andar pela rua
tentando ser bom
mesmo que esta pareça
ser a luta mais vã...
Não, não adianta negar,
suas verdades
direcionam seu destino,
e enquanto, lá fora,
ainda se ouvem os sinos,
faça-se surda aos hinos
cujo intuito sórdido
é apenas te sufocar!

Uma canção qualquer de amor




Uma canção de amor
pequena como a flor
perdida num jardim
que não tem fim de tanta cor

Uma canção de amor
imensa e a se pôr
intensa como o azul de um jeans
no horizonte do cetim do seu amor

Entre ondas e lençóis
iremos dois a balançar
entre laços e alguns nós
tentando encontrar

Algum lugar
onde caiba
nossa paixão
pode ser
no meu coração
pode ser
no seu coração
tanto faz,
não responda não
viva esse amor
em paz...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Por que se perguntar?




Falar sobre o que?
Calar sobre quem?
Dizer de ninguém
que não está aqui...

Por que se expressar?
Por onde entender?
Qual era mesmo
o assunto que esqueci?

Guardo no centro de mim
uma espécie de lago
envolvendo um jardim
onde um tipo de mago
procura o seu sim
entre um riso e um afago
uma rosa eu jasmim
que de algum jeito eu trago
de lá de onde eu vim...

Sonhar com quem?
Pensar em que?
Beijar alguém,
chorar pra que?

Como é que é?
Que horas são?
Qual era mesmo
a rima que fui perder?

Outras manhãs




Quando foi
que você foi de mim
e eu não percebi?

Quando foi
que você foi adeus
e eu não respondi?

Não consigo me lembrar
por mais que eu tente
e perca a paz
que eu lamente
não ter feito mais
pra ter você aqui...

Nossas manhãs
não terão mais
a sensação de
outras manhãs
não haverão
manhãs iguais
pra acordar
nossa paixão...

Não haverá
mais amanhã
nossa artesã
perdeu a paz
não haverão
dias iguais
pra esculpir
nossa paixão...

Talha sagrada




Quem depositou
suas lágrimas
na talha sagrada
de um certo altar
jamais poderia
adivinhar
porque elas
foram derramadas

Havia apenas a suspeita
de uma emoção
que andava ali, à espreita,
pronta pra se manifestar

uma amizade
expressa em soluços
autênticos,
avulsos,
nas gotas do seu olhar

Quem ousou guardar
suas lágrimas
e não as deixou
derramar
jamais poderá
compreender
porque elas foram
talhadas em você

Rituais Humanos




Vou te falar de sonhos
vou te contar
alguns segredos
alguma história

Vou te cobrir de beijos
vou colorir
os seus desejos
minhas memórias

Vou te levar às nuvens
vou te mostrar
todas as cores
e o horizonte...

Vou desenhar seus olhos
vou te pintar
no espelho d’água
de alguma fonte...

E se o tempo um dia desses
resolver cismar com a gente
Combinado se encontrar
no esconderijo transparente
do seu olhar...
na sala de estar dentro do peito
lá a gente arranja um jeito
de se amar!

Vou te lembrar versos
vou te embalar
nossas estrelas
seus diamantes

Vou te tocar sinos
vou elevar
todos os hinos
ecos distantes...

Vou te cantar sempre
vou me inspirar
os seus acertos
os meus enganos

Vou te entregar planos
vou me entregar
nossos apertos
rituais humanos...

Criança destino




Futuro menino,
criança destino...
O que esperar,
senão surpresas
e sustos?
De que adianta
se esconder nos
arbustos?
E ver da margem
da estrada da vida
seu tempo passar...

Depressa
ou devagar
sucesso
não está
na lentidão
ou rapidez
dos seus passos
mas se, de fato,
lhe conduzem
a abraços
que valham
à pena
conquistar...

Futuro destino,
criança, menino
o que esperar
senão despesas
e custos?
Será que alguém
vai lhe erguer
algum busto?
Ou você só será
mais um em meio
a milhares?

Grão no tempo




Volto
na ampulheta
das horas
sou pó
sou grão no vento
viajando em memórias
num abraço
eu reinvento
cambalhotas no tempo
sem espaços
pra lamentos
rabiscando uma história
que hoje eu reescrevo
na balada dos sonhos
do fim ao recomeço
das derrotas às glórias
enquanto,
em vão, mereço
o badalar das auroras
do passo
a algum tropeço
o universo é agora
e o verso
é só o avesso
do que pode ser prosa
o azul é um adereço
da mais pálida rosa
o verde é o endereço
das ruas frondosas
e eu paro pra pintar
de branco
o amor
e de vermelho
vivo a paz
sangue pulsando
em outra cor
e a gente amando
a luz lilás!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Saudade do papel




Saudade do papel
de colar as palavras
fazer rimas e versos
soltar todas as travas

Transformar
emoções
em poesia
e o dia a dia
em razões
pra me transformar...

Saudade de escrever
sem pretensão nenhuma
de mudar alguém
além de mim mesmo
antes que eu suma
mesmo que esteja no além

Transfigurar
paixões
e alegrias
em vias
para a canção
caminhar...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A luz que flerta




Tente
rever
conceitos
tente
meter
os peitos
olhe pra lua
ande na rua

Tente
doar
seu manto
tente
imitar
um santo
a alma nua
a carne crua

Do outro lado de você
existe alguém pra conhecer
que pode te mostrar
outro caminho pra trilhar
Do outro lado pode haver
novas histórias pra viver
que modem transformar
braço de rio que vira mar
(quase sem perceber)

Tente
provar
seus medos
tente
não ter
segredos
a mente aberta
a paz desperta

Tente
inspirar
poesias
tente
encantar
seus dias
a lente experta
a luz que flerta

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Baionetas Míticas (ladainhas)



Réplicas
céticas
de antigas
ladainhas
fórmulas
clássicas
de intrigas
tão mesquinhas
Entre rainhas
medievais
e ancestrais
damas de companhia
enfadonhas
partilhas verbais
renovando
as idolatrias

Métricas
tétricas
cartilhas
repetidas
trôpegas
trágicas
promessas
concebidas
entre santinhas
e anjos da guarda
devotas de farda
se tornam infantaria
com suas baionetas
míticas
revelam-se críticas
da própria romaria

Ainda há de haver




Quase
não há
jeito
de ser
o que
a gente
ainda
acredita
que é o
certo

Quase
não dá
tempo
de ver
o que
a gente
planta
e cuida
nesse
deserto

Mas ainda
há de haver
algum lugar
melhor pra ser
pra se morar
pra se viver
ver os filhos
dos filhos
da gente
sorrir e
crescer

Ainda há de haver
alguma forma de contradizer
o que o mundo insiste em dizer
com todas as letras a cada segundo
querendo nos convencer
de que a estrada que resta a seguir
é aquela que faz morrer
o que há de melhor em nós
quando a gente chega por aqui...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Faça valer




Troque
o tempo
todo de
trampo
trance
a sua teia
sem
volta
tope
um desafio
sem
medo
trave
o seu combate
sem
escolta
faça valer a pena
tudo em que você se envolver
faça valer tudo em você

Treine
alguma coisa
que
encante
trate
todo mundo
com jeito
tribalize
um sonho
com gosto
traga
sempre
o amor
no seu peito
faça valer a pena
tudo em que você se envolver
faça valer tudo em você

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Diálogo Digital




“Enter”,
pode entrar,
a “Home” é sua!
Dê um “Esc” na vergonha,
mantenha o “Ctrl”,
“Delete” todo e qualquer vacilo!
“Insert”-se...
Qual seu “Nick name”?
Entre um “Page Up”
e um “Page Down”
dê um “Pause”
no seu “Tab”
e “Alt Gr” sacadas
com outras, nem tão grandes assim...
“Caps Lock”?
Aí, “Num Lock”nenhum filme
do qual se arrependa depois, ok?
Entre kkks e rsrsrsrsrsrs,
espero, realmente,
que você encontre o seu “Space”
para chegar ao “End”
Que ele seja happy,
como um “printscreen”,
bem colado,
num documento em branco
e salvo na pasta mais secreta
de seus arquivos!
Basta um “clique”!
Sei que você consegue!

Continentes e ilhas virtuais




Você já deve ter escutado sobre o continente virtual, este imenso espaço cibernético no qual transitam, diariamente, bilhões de pessoas. Há quem já diga que é o continente mais habitado do planeta. Não sei se é fato, mas não dá mais pra dizer que é impossível, dá? Até o papa está antenado, preocupado com a evangelização nesta nova comunidade, nação, sei lá o que somos, os pobres mortais navegantes virtuais...
Nada mais justo ou previsível vindo do líder atual de uma igreja cujo fundador, Jesus Cristo, conclamou seus seguidores a serem pescadores de homens. Onde devem andar os pescadores? Navegando por aí... Fazendo o que? Lançando as redes... Ou será que, nas circunstâncias atuais, deveriam mesmo é se lançar nas redes?
Sinceramente, me preocupo menos com o continente virtual e, sim, com as ilhas em que nós, humanos ditos conectados, estamos nos transformando. De repente uma conversa deu lugar ao “bate-papo”, um encontro entre amigos deu lugar às postagens no MSN, um amigo “caralimpa”, cuja vida era um “livro aberto”, a gente só encontra no “facebook” e por aí vamos nós, entre o Orkut, o Twitter, o Digg, o Flicker, o Tumblr, procurando o nosso espaço, cada vez mais individualmente assumido, em alguns casos escancaradamente, como no “myspace”.
Estamos nos subtraindo o toque, o olho no olho, a temperatura, o estar. Estamos deixando de conviver para estar on-line e o tal “continente virtual” de repente se transforma num imenso arquipélago no centro de um oceano irreal...
Assim, abraços deram lugar a abçs, beijos deram lugar a bjs, adeus deu lugar a xau, você virou vc, num “resumão” assumido de pseudo-emoções arriscadamente traduzidas ou interpretas, porque não tem o tom emotivo de uma voz, a expressão de um rosto, o calor de um abraço, o gosto de um beijo, o sentimento de estar...
Calma, Geração Y, não jogue pedras, ainda. Nada contra a comunicação virtual. Sou usuário dela. Vejo grandes benefícios. Só não acredito e não entendo muito a troca. A mistura. A substituição. O que é real é real. O que é virtual é apenas virtual. “A César o que é de César, a Deus o que é de Deus”. Não dá pra substituir uma coisa pela outra. Cada uma delas tem um peso, uma importância. E o que causa apreensão é a troca de valores. É deixar de viver a vida real para estar na virtual. É deixar de estar com alguém para se encontrar no MSN com este mesmo alguém, ou mesmo com outro alguém, como se a “novidade” virtual fosse mais interessante e importante que o milagre da vida...
Estamos na rede, fomos pescados, mas costumamos nos perguntar, por quem? Ou por quê? Estamos navegando, é verdade, mas Serpa que paramos para nos questionar para que?
Há tanto conteúdo interessante, mas tanto lixo também...
Há vírus, há riscos, há armadilhas, há pegadinhas, já há até crimes...
E uma pergunta que não quer calar é se, de fato, estamos navegando “mares nunca dantes navegados” ou afundando de vez nos mesmos pecados, ora disfarçados com ares de modernidade...
O continente virtual pode ser hoje o mais populoso do mundo. Uma multidão de gente isolada em suas telas, teclados e mouses. Com o mundo a um clique, mas perdendo a sensibilidade nas mãos...
O importante mesmo é “bombar” nos acessos! Ter seguidores, friends, comunidades... Adicionar gente, multiplicar contatos, dividir o tempo entre emails e posts, vídeos e sons, programas e provedores e, assim, ser reconhecido(a) como alguém antenado, ligado, conectado...
E assim, quase sem perceber, vamos nos desligando realmente do que importa, algemados pelo vício digital. Não vemos o tempo passar, não temos tempo de ver o filho crescer, não percebemos os pais envelhecerem, os amigos mudarem, os sonhos fugirem, as diferenças sumirem, porque elegemos padrões de comportamento sociais que beiram o intangível...
Será medo da decepção real ou fuga da dança da vida? Virtual dói menos. É facilmente substituível ou até reconquistado. Basta um “Ctrl Alt Del” ou um escluir, sem lágrimas nem choro, indolor, fácil! E aí, no melhor da era digital, talvez nos reste alguma consciência, um resto de racionalidade e um mínimo de sensibilidade para entender que, se tudo isso continuar sendo feito de forma autômata, brevemente estaremos nos lamentando por termos esquecido de fazer aquilo que continua sendo mais importante: viver!
Ame seu semelhante sobre todas as coisas...
O computador é uma coisa, as redes sociais são coisas.
Seus pais, avós, esposos(as), filhos(as), amigos(as), namorado(a), sua família, não são!
São gente de carne, osso e alma. Querem você, seu colo, seu carinho, sua palavra, sua presença, seu beijo, seu abraço, sua bênção!
Não importa em que continente você esteja. Sei que pode entender, porque escrevo para alguém que sente e que pensa, igual a mim...
Então, segue uma pequena, mas valiosa dica. Depois de ler esta mensagem, desligue o computador, procure seu próximo mais próximo e lhe ofereça o abraço mais acolhedor que você tiver guardado. Posso apostar que, no mundo virtual, você não experimentará nada sequer parecido com a sensação de estar livre para voltar a ser humano!
“Não somos máquinas, homens é que somos!”

domingo, 5 de junho de 2011

ESCALADA (Para Paulo, Lú, Ninha e Peu)




Escalar...
Escalar pode ser um movimento absolutamente vertical...
Uma subida...
A busca pelas coisas do alto...
O sonho de chegar ao topo...

Mas escalar também pode ser a horizontalidade do corpo!
180º de alongamento...
A flexibilidade das pernas...
Escalar pode significar estar paralelo ao chão!

Entre verticalidades e horizontalidades, escalar pode ser muito mais...
Pode ser o vértice, o encontro, o “xis”, a cruz!
Cruz onde o vertical simboliza o divino e o horizontal o humano...
Cruz onde se faz a pergunta e se busca a resposta...
Cruz “escalada” por Cristo, entre quedas, sofrimento, dor e determinação, vida em plenitude desde o rés do chão da humanidade ao ápice de sua entrega, no alto do Gólgota.

Escalar...
Ação, atitude, escolha, opção, missão!
Escolher a escalada e a ela se entregar...
Descobrir a montanha, explorar, conhecer, desafiar, encontrar, buscar, arriscar, subir, se agarrar a ela...
Livremente se prender, se atar, até alcançar novos patamares, novos horizontes, novas dimensões...
Superar-se. Encontrar a força e se elevar, se erguer além de si, querer, acreditar, fazer!

Escalada!
Medida, escala, distância, fronteira, fé decifrada...
Aproximar-se de Deus, caminhar nas nuvens, estender as mãos, agüentar o peso, descobrir-se peso, entre o céu e o chão...
Verticalizar-se!
Humanizar-se na busca pelo divino!
Diante da dureza de um paredão, transformar obstáculo em impulso, reentrância em degrau, pedra em corrimão, erosão em andar, certeza corrente nos pulsos, entrega transparente no olhar!

Escalar...
Encontrar-se sem tamanhos, sem formas, sem traços...
Saber-se pequeno, saber-se grande, descobrir-se sem medidas, infinito, tão bonito, como Deus quis te criar...
E entre abismos, precipícios, o corpo livre e solto no ar, sentir a mão de Deus te tocar, sua palavra soprar e te balançar e o céu se tingir de luz, no meio do nada, a morada de azuis, onde Deus, seja na Terra, nas alturas, nos seres humanos, nas criaturas, pacientemente espera pra se revelar!

sábado, 4 de junho de 2011

Exageros à parte



Ontem minha filha me perguntou por que nossa família tende para certos exageros.
- Como assim, exageros?
Perguntei meio que dividido entre a absoluta certeza de que ela tinha absoluta razão em seu questionamento e uma pequena dúvida, que mais era uma esperança:
- Será que não era ela que estava exagerando?
Exageros à parte, resolvi escrever sobre eles...
Exageros geralmente não são nada saudáveis, alguns inclusive são a própria manifestação do retrocesso. Por exemplo, gente que só pensa em “BBr”, acaba mesmo no “AA”...
Tudo demais perde o ponto. É que nem receita. Muito sal, muito açúcar, muita pimenta e já foi...Prato no lixo!
Muito blábláblá, acaba ou em tititi ou em zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz!
Não é à toa que se diz por aí que “dia de muito, véspera de nada”...
Exagero? Talvez...
Talvez seja mais uma piada, exagerada...
Talvez seja uma realidade comprovada...
E se a voz do povo é a voz de Deus, melhor escutar direitinho, pra que não pinte uma cilada....
Daqui há pouco vc vai pensar que esta postagem está exagerada...
Pode ser...
Aliás, escrever, a bem que se diga, pode não dar em nada!
“Ou não”, que segundo alguns, é a fórmula mais arredondada e aproximada para o cúmulo da covardia!!!
Aliás, entre cúmulos e absurdos, estamos nós aqui, na pátria amada, com a boca escancarada, sedenta de novidades, esperando por dias melhores que provavelmente nunca virão.
Mas, “nunca”, também não seria um exagero?
Sabe de uma coisa? Eu não te digo é nada!
E tome páginas viradas...
Exageradamente publicadas...