sexta-feira, 17 de junho de 2011

Grão no tempo




Volto
na ampulheta
das horas
sou pó
sou grão no vento
viajando em memórias
num abraço
eu reinvento
cambalhotas no tempo
sem espaços
pra lamentos
rabiscando uma história
que hoje eu reescrevo
na balada dos sonhos
do fim ao recomeço
das derrotas às glórias
enquanto,
em vão, mereço
o badalar das auroras
do passo
a algum tropeço
o universo é agora
e o verso
é só o avesso
do que pode ser prosa
o azul é um adereço
da mais pálida rosa
o verde é o endereço
das ruas frondosas
e eu paro pra pintar
de branco
o amor
e de vermelho
vivo a paz
sangue pulsando
em outra cor
e a gente amando
a luz lilás!

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