quarta-feira, 29 de julho de 2020

Sobre a saudade (para Maria Rita Pontes e sua doce saudade)





Aquela doce voz...
aquele leve colo...
aqueles sábios conselhos...
regando o solo..
Já rezou seus três "Pai Nosso"?
E as três "Ave Maria"?
Como anda a sua fé?
Escute sua tia!!!
Esta obra não é minha...
Esta obra é de Deus!
É só seguir esta linha...
Como Ele prometeu!
Tenha muita confiança...
na providência divina...
a oração tudo alcança...
confie, minha menina...
Nada há de nos faltar
mesmo em tempos difíceis,,,
leve sempre Deus no olhar!
Eu continuo presente!
E eu sei que você sente
enquanto eu abençoo
sua missão tão bonita!
Siga em frente Maria Rita!

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Mistérios da Madruga (imagem google sem autoria declarada nesta data)



Tudo é silêncio distante
no instante onde a luz é tropeço
neste doce avesso da noite
todo fim é um recomeço...

Passos e pegadas sem pressa
correm com o sussurro dos ventos
código da sílaba inversa
pródigo num momento...

E o sonho que se acabou
se tornou real quando em mim dormiu
segredo que se revelou
mergulho abissal, que se repetiu

O mundo girando
e o tempo apontando
a última estação chegando...
Ponteiro mostrando
destino dançando
o Amor segue, livre, amando!

sábado, 4 de julho de 2020

Travessia



As tempestades...
Seja na sede do deserto, seja no mistério do oceano, elas trazem sombras aos nossos corações...
Em ondas muito maiores do que esperamos, em dunas muito mais extensas do que imaginamos...
As tempestades chegam encobrindo a luz com suas pesadas nuvens de cinzas, ou de areia...
As tempestades, o temor em nossas veias...
A água, a tormenta, o trovão, a dúvida, o medo inundando o coração....
O pó, a rajada violenta, o sol e a garganta seca, a escuridão, a súbita sensação de ser um mero
brinquedo da Criação...
As tempestades...
A solidão, a palidez, a imensidão, a pequenez, a falta de fé em toda a sua nudez, no meio do oceano
bravio ou no deserto da nossa própria aridez... Quem dizem que sou? Quem dizem que são?
Atravessar as tempestades, confiando nos passos firmes do Amor sobre as águas, seguindo suas
pegadas, encontrando seus oásis, mergulhando na oração,
até emergir no Tabor e contemplar a Transfiguração do Senhor...
A gloriosa manifestação da Trindade profética para a Trindade humana, tão cética em sua contemplação...
Entre dois elementos, Moisés e o Maná no deserto, Elias e seu arrebatamento ao oceano azul do céu!
Moisés e seu cajado sobre o Mar Vermelho...Elias e seu manto dividindo as águas do jordão...Entre dois elementos, Terra e Água, deserto e oceano, uma explosão de luz: Jesus no centro da Criação! O Filho bem amado, no sagrado momento da revelação!
As tendas que Pedro imaginou erguer...
As tempestades da missão...no deserto das tentações, no mar das decepções...
E a longa travessia da salvação ainda a percorrer...
Com Jesus e Maria...
Do colo da noite da estrela guia ao colo de dor da Piedade sobre a matéria fria....
Sofrer, morrer e ressurgir...O Deserto da Paixão, o Oceano da Ressurreição...
O Sangue da Cruz, o Pão de Emaús...
Novamente Trindade a CAMINHO, transformando espinho em explicação...
As dobras marcadas no linho...As sobras da multiplicação...
No isolamento da angústia, a VERDADE da oração...
A vigília, o sono profundo, as maravilhas do mundo, a canção!
O andarilho, sozinho, tirando dos olhos os ciscos...
O homem isolado em seu ninho, com os olhos voltados para Francisco!
Pela televisão, a praça vazia...A chuva fria... O crucifixo e a pandemia!
A travessia....O passo trôpego... O desapego...O Pai Nosso, a Ave Maria!
A voz mais forte que o vento:
- "Coragem! Sou eu. Não tenham medo!”
O arroubo, o atrevimento...
- Deixa eu ir ao teu encontro!
A dúvida, o desassossego, e antes de afundar a súplica:
- Salva-me Senhor....
A mão estendida, a VIDA!
- Homem de pouca fé....
- Pedro, tu me amas?
Afirmação, exclamação!
-É claro que te amo!
Não!!!!!!!
A negação por três vezes...
A dor do arrependimento por meses...
O entendimento da missão!
No deserto da última travessia, a cruz de cabeça para baixo,
luz do mundo, pedra, Pedro, Francisco, e eu, onde me encaixo?
Tempestade, deserto, travessia...
Ao contemplar o irmão, a nova transfiguração!
Maravilha!
Vigília!
A Casa Comum em sintonia...
numa diferente Sexta-feira da paixão!