domingo, 31 de janeiro de 2021

Ponto a ponto


 

Ponto a ponto
porto a porto
solto e tonto
pronto e torto
canto a canto
pouco a pouco
louco e santo
tanto e rouco
passo a passo
porta a porta
horta e aço
traço e aorta!
Hora a hora
dia a dia
fria espora
tora e cria!
Laço a laço
banho a banho
sonho e faço
abraço e apanho!

A Vida Imperfeita


 

A vida imperfeita,
do jeito que ela é!
Mas se você se aceita
e investe na fé,
a coisa se ajeita
de joelhos se fica de pé!
Nós somos imperfeitos
do jeito que Deus quer
o rio segue seu leito
não tem a marcha ré!
O templo está no peito
no tempo que vier...
O sonho é companheiro
o mar e a maré
se jogue por inteiro
da forma que puder!
O fósforo e o isqueiro
o foco no que é
reflexo no espelho
o passo, o marco, a sé!

Horizontes e Portos Seguros




O azul...
A original fronteira...
O céu, o mar, os horizontes que "as vistas alcançam"...
Ondas e nuvens...
Espumas do céu...
Desenhos no mar...
Trocas de azuis...
Brancos em permuta...
Âncoras e turbinas...
Fincar espaço ou se jogar?
Tentar se equilibrar, em cima dos muros?
Escolher um lado pra explorar?
Manter-se em terra firme, nis portos seguros?
Abraçar o oceano e mergulhar?
Almas nômades ou corpos feudais?
Como construir a paz?
Gente tão diferente...
querendo ser feliz!
Seres humanos errantes,,,
Bandos e bandos de aprendizes...
Ouvintes ou falantes,
pequenos ou gigantes,
com os sem diretrizes...
Manadas e manadas
de próximos distantes...
Enxames e enxames
de uma diversidade semelhante...
E a perpetuidade por um triz!
Onde todos se encontram?
Na raiz!
Na origem criacional!
Na missão de ser sal!
Na proposta de ser luz!
Ser reflexo do sol!
Vales, montanhas, planícies, planaltos,
do barro ao asfalto, se bate e se apanha!
O rio, a foz, a rocha, o atol...
Ilhas ou continentes?
Pilhas ou geradores?
Flores os sementes?
Tementes ou adoradores?
Quem afinal são seus senhores?
Quem afinal são os tais humanos?
Ciganos desbravadores?
Ou catadores insanos?
Acumuladores de plantão?
Ou escravos de suas dores?
O azul...
A fronteira inicial...
A porteira glacial...
Especial trincheira!
Gente aglomerada,
isolada em suas fileiras...
De segunda a sexta-feira
a inveja epidêmica,
o egoísmo pandêmico,
o terror...
Oh morte, qual a sua sorte?
Quem é sua corte?
Quem é fraco ou forte?
Oh Vida, qual sua ferida?
A dádiva repartida?
Ou a falta de comunhão?
Enquanto pulsa o coração
a esperança é o norte...
O sinal é a cruz!
O mar e o céu nos aguardam...
Os sonhos são azuis!

Precinha...




Meu Senhor
que a tua paz
faça valer
a minha vida

Meu Senhor
que a tua dor
faça eu cuidar
outras feridas

Meu Senhor
que a tua graça
faça eu sonhar
um novo mundo

Meu Senhor
que o teu Amor
faça valer
os meus segundos

Senhor meu Deus
que os olhos meus
possam ser seus
pra olhar com Amor
Meu Senhor
e meu Deus
que eu seja amor
no teu Amor!

Meu Senhor
que tua palavra
faça valer
a minha voz

Meu Senhor
que tua verdade
transforme o eu
em um só nós

Meu Senhor
que a tua luz
me faça achar
o bom caminho

Meu Senhor
que a tua cruz
me faça amar
até os espinhos

Senhor meu Deus
que os olhos meus
possam ser seus
pra olhar com Amor
Meu Senhor
e meu Deus
que eu seja amor
no teu Amor

Livres no Amor




O amor não se aprisiona
Ele tem sede do infinito
O amor não se tensiona
É expressão do que é bonito!

O Amor é agito interior
O Amor é um rito!
É atrito entre paz e dor
É o mais silencioso grito!

O Amor é entrega
sem reservas a Deus

Deus é a reserva
do Amor entregue pelos seus

O Amor é um presente
da ternura divina
É taça cheia
da graça que contamina

O Amor é um eco interior
é um deserto que se trilha
O Amor é o ego a se pôr
no Amor Deus faz maravilhas...

sábado, 23 de janeiro de 2021

LIBERDADE INTERIOR

 



Você é livre pra voar
no céu azul daí de dentro
você é livre pra julgar
quem vale a pena estar no centro!

Os seus caminhos pra plantar
suas verdades pra colher
seus sonhos para lapidar
e cada espinho agradecer

Você é livre pra ser par
mas não aceite ser mais um
se decidir pode ser mar
mas seja sal, mesmo comum... 

Tanta amizade pra regar
tanto horizonte a intuir
abraço pra valorizar
e tanta ponte construir

Você é livre pra sonhar
e pra fazer acontecer
segredo pra saber guardar
sagrado pra reconhecer 

Você é livre pra ser par
mas não aceite ser mais um
se decidir pode ser mar
mas seja sal, mesmo comum... 

Valer a Vida




Canção de vento
vai deixando pra trás
um sentimento
que a voz já calou
uma miragem
violeta ou lilás
uma oração
que alguém sussurrou

Ainda é tempo
de buscar a paz
abrir o templo
ao olhar que falou
seguir o exemplo
de gente que faz
ser diferença
se alguém precisou

E a mão estendida
faz valer a vida
faz brilhar o Amor!
A mão estendida
cura as feridas
que o mundio sangrou!

Lição do tempo
que nos fala do Bem
doces momentos
que um dia deixou
e na bagagem
razões de ir além
um mapa, a trilha
que alguém nos deixou

Na voz do vento
os ecos da luz
no pensamento
os sonhos da cruz
no coração
o Amor que induz:
perdoe ofensas
que alguém te falou!

E a mão estendida
faz valer a vida
faz brilhar o Amor!
A mão estendida
cura as feridas
que o mundio sangrou!

Casal Amado





Dois, no caminho, nús
Francisco e Jesus
carregando a Cruz
ou como em Emaús,
sem ver uma luz,
coroa de espinhos...
Dois, não estão mais sós
o Amor é veloz
se o mundo feroz
quer atar seus nós
e calar nossa voz
em tempos daninhos...
Dois, um casal amado,
um altar sagrado
que se fez Família!
Dois, tão abençoados,
sentem-se abraçados
Deus faz maravilhas!!!
Dois, doce humildade,
viva humanidade
ter a liberdade
pra ser de verdade
na fraternidade
ver o Deus presente!
Dois, próximos distantes
no Amor orante
brilho, diamante,
fé revigorante
no Amor gigante
que a família sente!
Dois, um casal amado,
um altar sagrado
que se fez Família!
Dois, tão abençoados,
sentem-se abraçados
Deus faz maravilhas!!!

Previsões?




De repente é de novo Janeiro
e a vida segue em sua luta
como a prostituta 
que não teve réveillon
pra ganhar seu dinheiro
dos clientes no bem bom...

Não haverá carnaval em fevereiro!
Quem sabe alguém entende, finalmente,
que alegria e festa pra gente
deveria ser apenas entender
que basta-nos o milagre de estar aqui
e sermos bons!
O beijo passageiro, 
roubado por algum aventureiro
é artificial como gosto de batom!

O que virá em Março?
Além das águas cantadas
pela Elis e pelo Tom?
Quem sabe o som do assobio
de alguém mais feliz,
com a esperança de ver
a vida voltar ao seu modo raiz...

As flores de Abril
que o Poeta e o Violão
nos apresentaram um dia, 
será que elas se abrirão?

E o vento de Maio
do Borges Salomão
voltará a soprar,
dizendo segredos ao coração?

Em Junho vamos celebrar ou não
o Rei do Baião?
Só o velho Lua pra dizer
se haverá Carnaval ou São João...

Julho nos trará ou não
o Caboclo e a Cabocla
oferecendo finalmente a liberdade
pra essa gente que vive 
seus dias de plantão
nos hospitais da cidade...

E em Agosto, será que poderemos
celebrar nossa Santa Primeira,
com o doce sabor de ver seus pobres
já tendo recebido a vacinação?

Setembro nos trará, enfim, novas cores
para sairmos do luto e das dores
que este tempo de angústia nos trouxe?
Saudades e lágrimas, como estarão?

Em Outubro, como crianças,
será que faremos a ciranda
para nos abraçar novamente
com a esperança muito além 
das janelas e varandas?

E Novembro, nos encontrará
ainda com vida, celebrando a sobrevivência
a esta pandemia tão sofrida,
conquistando o triunfo da resiliência?

Dezembro, será, de fato,
tempo de mudar nosso destino,
tocando todos os sinos
para agradecer ao Deus Menino
por nos livrar de todo mal,
oferecendo o coração de cada homem
pulsando em sintonia
com o Espírito de Natal!

Que este ano nos traga de novo
a consciência de nossa missão
em ser LUZ e ser SAL!






Octogenária criança



Sons que trazem memórias
histórias de uma vida sem lembranças
as partituras de uma trajetória
nas aventuras de uma octogenária criança...

A música vencendo a enfermidade
trazendo algum alívio momentâneo
à angústia vinda da realidade
de que o passado dissolveu-se no instantâneo!
 
A voz grave do artista preferido
dando vazão ao dique represado
dando à letra e à melodia outro sentido
na ilusão que vem de um canto antecipado!

A melodia harmonizando a confusão
a transfusão de um passeio delicado
o céu azul, o ritual, a oração
libertação do ser humano confinado

Surpresas no caminho



O verso da contra-capa
não cala a verdade da prosa...
mas o desenho da capa, às avessas,
declama uma poesia silenciosa...

O inverso do papo-reto
o laudo da contra-prova...
a dor, a morte, o veto
disfarçados na subliminar misteriosa...

Cada pétala da rosa dilacerada
cada plano ruindo, num repente...
o espinho desiludindo sobre o controle de tudo
o espírito desiludido com a cruz à sua frente!

O avesso do contra-canto
o eco sobre a dádiva da morte...
a dívida sobre o milagre da vida!
a dúvida sobre o tempo e sua sorte...

O espectro do contraponto
o séquito da majestade ensimesmado
ultrajado pela nudez do solitário
solidária sensatez, o adeus chorado!


Mudanças




Tudo mudou!
Menos a essência...
A consciência do que fui e do que sou...
A busca pela coerência!
A impermanência...
A humanidade, a imperfeição, a dor!
No espelho de mim mesmo, a transparência!
A nudez de Francisco por Amor!
Nada mudou!
Apenas a vivência,,,
A inconsistência à qual o mundo se obrigou!
As máscaras e as distâncias, mesmo na presença...
A sentença de morte que um abraço se tornou...
Será mesmo?
Os sonhos permanecem, mesmo quando as saudades envelhecem!
A fé resiste, de pé!
A fé, insiste, de joelhos!
Abraça a oração e traz ao coração a paz de quem acredita 
num Amor que não desiste!
A pandemia?
Um laboratório de revelações um tanto sofridas!
Mortes, cortes e mudanças de nortes em vida..
A crisálida ferida...
A metamorfose sentida...
As asas de um tempo em flor...
A entrega, a espera, a luz partida,,,
Retalhos dos milagres recebidos...
Cicatrizes no adeus de alguns sentidos...
Quando a Vida muda...
Uma nova muda é recebida...
Cavar o chão...
Usar as mãos...
Plantar o grão...
Ressuscitar no pão oferecido!

 

domingo, 17 de janeiro de 2021

O PULMÂO DO MUNDO SEM OXIGÊNIO!




Como assim, o "Pulmão do Mundo" sem oxigênio?
Somos capazes de tantos absurdos...
De tantos atentados à vida dos semelhantes...
Ficamos irracionais ou apenas surdos?
Ou com o coração mais duro que diamante?
O que acontece em Manaus nestes dias nos salta aos olhos...
E aqui não vai nenhuma fala política, mas um desabafo humano!
No que temos nos tornado?
Quantas pessoas temos colocado em risco por causa de pequenos prazeres?
Somos incapazes de sacrificar um reveillon por aqueles que precisam de nosso isolamento?
Por que? Para que?
Que sinal mais simbólico que o "pulmão do mundo" sofrer por falta de oxigênio nós ainda queremos?
A responsabilidade disso é de cada um daqueles que foram se divertir e festejar a virada de um ano que não acabou!
Quantas vidas mais teremos que perder?
Quantas agonias teremos que presenciar?
Será que nem o remorso nos tira o ar?
É muito fácil culpar governos, administradores da saúde, sejam eles federais, estaduias ou municipais...
Mas será que ninguém se olha no espelho?
Será que ninguém faz o "mea culpa" pela evolução absurda de números de vítimas e contaminados pelo COVID-19?
Ninguém tem o menor sentimento de piedade diante do esgotamento físico e mental das equipes de saúde em todo mundo?
Nem por um segundo?
Nem por um instante vamos compreender e agir de forma coerente com o sentido daquilo que chamamos humanidade?
Não aprendemos nada com 2020?
Vamos continuar sendo uma raça predatória de si mesma e de seu habitat?
Aonde queremos (ou não queremos) chegar?
Somos capazes de tamanhos absurdos que o chão parece nos faltar...
A dor que infesta o planeta não diz nada a você?
As lágrimas, a tristeza, a solidão, a saudade de tantas pessoas não ecoa aí dentro?
A morte aos milhões não ressoa?
O "Pulmão do Mundo" procura um pouco de ar fresco para respirar...
Para tentar renovar cada célula e continuar a viver...
O ^Pulmão do Mundo", para além da Amazônia, sou eu, é você, é esta raça que parece não se importar...
É tempo de mudar!
De nos conscientizarmos de que o mundo que sonhamos começa em nós!
Numa transformação urgente para um pensamento coletivo...
Mais ainda: numa evolução emergencial para um sentimento coletivo!
Permanecermos vivos depende de nós!
Depende de abraçarmos a arte de amar o todo!
Fazer a nossa parte e ser tudo!
Sim, somos capazes de grandes absurdos...
Então, por que não buscar nas entranhas a força vital para amarmos absurdamente?
Este é o chamado da Vida!
Escute-o! Assuma este compromisso!
Respire fundo! Não seja omisso!
A volta de um tempo de paz começa em você! 
Depende de você!
Seja oxigênio para o outro! Seja ar, seja vento!
Seja exemplo!
A gente precisa mudar!  

Saara atual




A taça está cheia
a tristeza invade
o Cálice transborda
há dor de verdade

A lua está cheia
beleza e majestade
o universo se acende
esperança jade

Ver de novo aquele olhar
falando das coisas do céu
das coisas de se sonhar
dos versos do menestrel

A praça está triste
um vazio dentro da gente
lembrando a saudade que insiste
de um tempo tão diferente

O abraço é o laço que resiste
um resto de rio no deserto que se sente
e antes mesmo que se aviste
a miragem é algo que se pressente



sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Os mantos azuis e brancos da minha Dulce

 



Brincar de branco e azul
contar carneirinhos no céu
brincar de azul e branco
contar os navios no mar
E, enquanto, o cérebro
parece "pegar no tranco"
simplesmente caminhar
sem se orientar pelo norte 
ou pelo sul...
O Amor não precisa 
nem de bússola e nem de véu!
Nos primeiros passos insistir
para a preguiça vencer
dar o braço, persistir
até você mesma querer...
Todo cuidado é pouco
pra você não cair
pra máscara não cair
pra você não pegar no rosto...
Num instante você parece pegar gosto
alteia as mangas da camisa
e como a flor que precisa do sol
pega o momento e eterniza
lembrando a cor antiga do farol!
Brincar de viver o que resta
se imaginar na floresta
respirar o ar mais puro
ir além do próprio muro
e abraçar o presente...
Apenas se sentir segura
quando repetidamente procura
e encontra alguém ao seu lado!
Estar aqui é meu recado!
Uma forma de pedir licença
a esta estranha doença
e simplesmente repetir,
na minha forma de ser,
que eu continuo amando você!


Busca interior



Semear com palavras, 
regar com atitudes, 
colher com exemplos, 
partilhar com amor!

Não se trata de favor
trata-se de viver em paz
de busca interior
nada mais, apenas o que importa
abrir janelas e portas
pra vida passar como vento...
E o coração arejar...

Entregar-se no olhar
sorrir com doçura
não ter medo de mostrar
que ainda se está à procura... 

Não se trata de brilhar...
apenas de servir, sem medo,
o segredo é mergulhar no necessário
do melancólico ao hilário
ser razão e sentimento
na solidão do solidário,
a alma então elevar!

Pílulas de Felicidade

 


E, de repente, 
nos tornamos crianças,
como se o tempo 
estivesse brincando
fazendo mãe e filho
terem a mesma idade...
O pedalar ao vento,
a velocidade,
o sol, a cor, o movimento
trazendo um frescor de mocidade...
Uma aventura,
algumas pílulas de felicidade,
quem sabe um exercício de cura
isento de qualquer vaidade...
E, de repente, 
ao libertar o tempo,
provar a vida em plenitude,
dando sentido ao ser gente
vivendo o momento
em sua plenitude!!!!
Um privilégio pra mim
devolver um pouco do seu cuidar
retribuir o tanto de amor que recebi
levando você pra passear...
Tem sido assim...
Contar histórias, 
embalar suas memórias...
Acalentar suas lembranças...
Aos poucos elas dizem adeus...
E você volta a ser criança...
Enquanto ainda encontro,
aqui e ali, resquícios
da mãe que conheci,
vamos ouvindo Dick,
visitando o Bonfim,
passeando no farol
coisas que, ao menos 
eu não esqueci
te fazem feliz
te fazem sorrir
te fazem brilhar
como o sol!


Eu vejo Dulce em você!




Toda vez em que o Amor
acolhe o egoísmo nos braços
e o faz adormecer…
Eu vejo Dulce em você!

Toda vez em que a Esperança
transforma angústia em confiança
e faz a paz renascer…
Eu vejo Dulce em você!

Toda vez em que se sorri com o olhar
e uma mão se estende pra ajudar,
sem julgar ou preconceber…
Eu vejo Dulce em você!

Toda vez em que tudo parece desabar
e alguém insiste em acreditar
fazendo a fé florescer…
Eu vejo Dulce em você!

Toda vez em o perdão não faltar
e a cultura do encontro triunfar,
mesmo sem a gente entender
Eu vejo Dulce em você!

Eu vejo Dulce se mostrar…
Eu vejo Dulce acontecer…
Eu vejo Dulce servir o seu amar!
Fazendo a gente aos poucos aprender...
Eu vejo Dulce do céu celebrar...
Com chuvas de graças a nos proteger!
Fazendo toda dor em nós passar…
Fazendo meu olhar também chover

Quando em seus olhos vejo refletir
Que eu vejo Dulce em você!

A nova casa do Amor


A nova casa do Amor
também tem luz Violeta
a mãe que acolhe e aceita
os filhos da rua e da dor...

A nova casa do Amor
tem sopa e tem colo que esquenta
tem pão e violão que acalenta
os filhos da rua e da dor…

É tempo de uma linda colheita
olhar que abraça e aceita
não importa quem for…
Um lar onde Deus se revela
sorrindo em cada janela
da nova Casa do Amor!

A nova casa do Amor
transforma a tudo e a todos
remove os espinhos e o lodo
dos filhos da rua e da dor…

A nova Casa do Amor
é puro carisma da cruz
e é lá que eu encontro Jesus
nos filhos da rua e da dor!

É a Casa da irmã Violeta
do olhar que a tudo respeita
não importa o que for…
Um lar onde Deus se revela
sorrindo em cada janela
o novo endereço do Amor!

Dulce acontecer


 
Libertar o tempo
Abraçar com o olhar
Partilhar sorrisos
arte de servir e amar
Promover o encontro
Novas pontes construir
Chuva no horizonte
Dom de amar e de servir!

E o Cristo se revela
na pobreza interior
um coração se faz capela
e se espelha em seu Amor!

E eu vejo Dulce em você!
Vejo Dulce acontecer
quando o Amor se oferece…
Eu sinto Dulce em você
Sinto Dulce reviver
Quando um gesto vira prece!

Partilhar o exemplo
Não só ver, mas se importar
Ser da paz um templo
Conviver e cativar
Mergulhar na essência
Ir além, fazer fluir
Mesmo na ausência
Continuar, sem desistir!

E o Cristo se revela
na pobreza interior
um coração se faz capela
e se espelha em seu Amor!

E eu vejo Dulce em você!
Vejo Dulce acontecer
Quando o Amor se oferece…
Eu sinto Dulce em você
Sinto Dulce reviver
Quando um gesto vira prece!


Um ano para lembrar e agradecer



Muito já se falou sobre 2020. As observações e olhares sempre muito críticos ou repulsivos em relação a ele…
- “Um ano difícil!”
- “Um ano pra tirar do calendário!”
Será mesmo? Será que não podemos oferecer algum acolhimento a um ano que tanto nos ensinou e serviu?!
Afinal, que ano antes deste nos mostrou tanto o valor de um abraço? Ou expôs com tanta maestria nossas incoerências, hipocrisias e inconsequências?
Que ano nos falou tão francamente sobre como temos experimentado a vida de forma tão errada e egoísta?
E, ao mesmo tempo, fez com que resgatássemos valores que pareciam esquecidos nas últimas décadas…
Que ano antes deste nos sinalizou com tanta intensidade sobre a necessidade do encontro? E apontou tão visceralmente sobre a importância da despedida…
É, sem dúvida nenhuma, 2020 foi um ano especial, sim, em vários sentidos…
Um ano de paradoxos, de diferenças e de profunda e dolorosa igualdade frente a impotência relacionada ao COVID…
Vivemos um ano de desafios e conquistas, surras e afagos, descobertas e revisões, receios e superações, racionalidade e emoções…
Mas, sobretudo, vivemos um ano de fé!
Dia após dia, semana após semana, mês após mês, fomos desafiados a seguir em frente, com a certeza de que, ao fazermos nossa parte, por menor que ela fosse, estaríamos contribuindo para levar esperança e segurança às pessoas em torno de nós, abrindo novas perspectivas em nossos próprios corações…
Um ano de fé em Deus, fé em nós mesmos, fé no mais próximo! Na interdependência, na interconfiança, experimentamos a partilha do que há de mais humano e mais sagrado em nós!
Este foi um ano para ver, sentir compaixão e cuidar do outro…Ser o bom samaritano do mais necessitado de uma palavra de encorajamento, um gesto de carinho, uma atitude de atenção!
Este ano nos trouxe a oportunidade de ver, em cada pessoa, o melhor e o pior que também existe em nós.. A nobreza e a pobreza diante do desconhecido...
2020 foi um ano de profundo Amor e extrema perseverança!!! Como não enxergar a face de Cristo também neste ano que chegou até nós como um maldito, como um excluído, com suas feridas e mazelas, com sua doença e seu cheiro de morte…
Como não acolhê-lo como um moribundo prestes a morrer, neste final de Dezembro, oferecendo-lhe atenção e, intimamente, agradecendo, pela oportunidade de crescer, apesar de tudo?
2020 está dizendo adeus…
Mas se despede nos deixando como herança um enorme aprendizado e uma enorme esperança…
Não se trata da vacina, somente… Ou da perspectiva de nos livrarmos deste vírus de uma vez por todas…
A esperança maior é de que tenhamos absorvido as lições que ele nos trouxe e as coloquemos em prática… Que tão cedo não nos esqueçamos do valor do abraço, da união, do entendimento, do pensar coletivo, da gratidão por estarmos vivos e podermos, em nossa pequenez, fazer alguma diferença!
Que 2021 nos traga novos ares e quando passar este tempo de máscaras e distanciamento, deixemos cair também as máscaras que escondem o melhor em nós. As máscaras do orgulho, da inveja, da intolerância, da ganância, da ambição e do egoísmo!
E que este novo tempo nos aproxime do Divino e de nós mesmos, nos fazendo dignos merecedores do milagre de estar vivos.
Obrigado 2020! Chegue em paz 2021!
- “Um ano para esquecer”…