Pelo menos por um dia
eu queria ver a vida
através da transparência
verde azulada de seus olhos!
Olhos de pura alegria!
Atlânticos faróis,
na transcendência da poesia!
Assim, quem sabe,
leria o que anda escondido por aí,
por baixo dos paralelepípedos das décadas,
em algum esconderijo ou mesmo em um abrigo
onde só se chega pelas lembranças de um bonde antigo
ou pelas recordações de criança do coração de um grande amigo...
Este coração me diz que você já estava ali,
esperando, quando ele estreou no palco da vida!
Já fazia parte da paisagem como sua doce companheira de viagem!
Sempre esteve ao seu lado, quando ele chorava ou quando sorria
e com ele gargalhava ou suas lágrimas dividia...
Já fazia parte da viagem, de tudo o que havia,
aprendendo e ensinando sobre vida e fantasia,
mas também sobre o valor real da hospedagem,
como doce companheira de miragem!
Já fazia parte da passagem,
já fazia parte da sua própria imagem,
no reflexo dos olhos que a tudo assistia...
Esteve em tudo o que ele via,
em tudo o que ouvia e que dizia...
Esteve em tudo que ele "Lia",
como doce companheira de poesia!
Está em tudo o que ele é,
com toda a sua fé e tanta sabedoria...
Hoje, celebrando sua vida,
volto meu olhar para celebrar também
o amor que parece saltar
destes dois pares de olhares
que se querem tanto bem!
E diante de tanta intensidade e tanto brilho,
me emocionar e agradecer, a mãe e filho,
por fazerem o mundo mais bonito
com este sentimento infinito
que faz ainda mais querida
a dádiva da sua vida!