sábado, 30 de maio de 2009

Esconderijos ( Ilustração Salvador Dali - The Anthropomorphic Cabinet)



Por que você se esconde
nas suas esquinas mais escuras?
E nunca ousa ir mais longe,
além até das suas juras...

É só calcular bem o risco
e colocar na balança seus impulsos
o amor é bem mais que um confisco
de sentimentos avulsos...

Não transforme o seu amor
em algo assim, tão antigo...
Diante da face da dor,
a novidade é encarar o perigo...

E enquanto eu dirijo
sem saber se mereço
encontrar seu esconderijo
me pergunto se quero pagar o preço

Saudade de mim




Estou com saudade de mim mesmo,
do cara que eu fui no início,
de me mostrar por inteiro,
sem analisar o custo benefício...

Estou com saudade dos outros,
daqueles que conheci sem máscaras,
ainda puros, brutos, naturais e justos,
livres das atuais âncoras e escaras...

Estou com saudade de você,
projeto humano de um dia,
trancafiado num casulo, fulo e em retiro,
indeciso se a asa vale mais que a fantasia...

Estou com saudade do amanhã,
dos dias que viverei e dos que apenas contemplarei,
de lá do recanto sagrado, reservado pra mim...
Quando o mesmo cara do princípio, for apenas fim...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O velho vento (Chico – Didier - Marcelo)







Mais uma do Toda Terça, aquela que deu a direção do que imaginamos enquanto grupo de composição: criar imagens na mente das pessoas, atavés das nossas canções. Uma noite de inspiração, um encontro nunca mais repetido entre Chico, Marcelo e eu. Uma grande viagem musical.
Como sempre, temos que ter a humildade de reconhecer que jamais teríamos a capacidade
de pensar nas incríveis imagens que a natureza nos proporciona nestes vídeos da internet, com destaque especial para fantástica tempestade de areia se aproximando de uma cidade do oriente...

Letra e Música: Chico - Didier - Marcelo
Interpretação e arranjo: Chico Gomes
Gravação - Protom Studio
Imagens - Internet (youtube)
Edição - Didier

LETRA:

Quando você vem
fazendo formas pelo céu
nuvens revelam seu papel
fazem sonhar

Quando você vem,
frutas balançam no quintal
roupas despertam no varal
só pra dançar

Pela noite leva a vela e adentra o mar afora
varre as velhas ruas, mensageiro de altas horas
quando você passa sinto a força me abraçar
deixo a porta aberta se você quiser entrar


Quando você vem
agita as ondas no meu cais
cheiro de mar de um tempo atrás
me faz lembrar...

Quando você vem
dunas inteiras vão migrar
outras paisagens desenhar,
imaginação...

Pela noite leva a vela e adentra o mar afora
varre as velhas ruas, mensageiro de altas horas
quando você passa sinto a força me abraçar,
deixo a porta aberta se você quiser entrar

E eu te agradeço a canção
e as melodias que traz...
Não adianta tentar entender a razão
por que vem e se vai sem querer,
sem dizer nada mais...
Nada mais a dizer...

Dignos





Ouvi dizer que a fortuna anda comprando vontades por aí
E que ela anda assassinando friamente a Verdade
Ouvi falar que a paixão já não resiste a tudo que está aí
Não agüenta mais a rotina insana das cidades

Mas tem gente de interior que tem a manha de viver bem
Simplifica a própria vida, batalhando sonhos que tem
Gente que trabalha e sabe ser feliz e tem dignidade pra erguer este país

Ouvi contar que o dinheiro já não suporta a integridade
E que a ambição anda valendo mais que a liberdade
Ouvi cantarem um progresso à custa da oportunidade
O sucesso é imposição massacrante da vaidade

Mas tem gente do interior que não se acanha em viver sem
e não complica a própria vida, agradece o que tem
Gente que trabalha por este país e tem dignidade bastante pra ser feliz...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Verdades




Quero cantar
Sobre as verdades
Sentimentos e pessoas
em que eu acredito
esses que me guiam
e que me ajudam
a tentar merecer
o infinito

Soltar a voz
pra falar não de mim,
mas de nós
cantar a união e o respeito,
a honestidade e o direito,
de tudo que faz
o homem ser melhor

Paz, amor e harmonia
Compreensão e alegria
Música, arte e poesia
Tudo que faz o mundo maior

É possível transformar
sonho em acorde
É só encontrar o tom
Ser um Concorde
Vencer a barreira do som
E voar, no céu da canção,
Entre nuvens, voltar pro chão
Entrar em órbita de outro alguém
Sair do próprio mundo, ir mais além
Para cantar verdades que ainda não sei
Não ser o rei, mas sentir-se bonito
Por entender que cumprir a lei
É merecer o infinito...

Teus Olhos



Um brinde à leveza e à doçura desta canção!
Um encontro de olhar, entre Ivete e Camelo...
O que cada um leu nos olhos um do outro, a gente não sabe bem,
mas é sensível o bom gosto, o equilíbrio, a paz, o encanto que
esta música produz em quem a ouve!
O clima de "nossa casa" completa a felicidade deste clip!
Parabéns a estes dois grandes de nossa música.
Um brinde a "Teus Olhos!"

Livre




Livre no céu,
asa no vento,
um sentimento
ganha o papel

Uma andorinha
faz o momento,
meu pensamento
é meu carrossel

Mundo gira...
lá do lado de fora
tudo aqui e agora
nessa imensidão

Minha mira
do lado de dentro
meu alvo é no centro
da minha paixão...

vem
me entrega a tua dor
me dá o teu verão
me mostra o sol se por
no porão...

vem
me cega de amor
me arranca do meu chão
me pinta qualquer cor
com tua mão...

Vida Bordel




Nem sempre a gente encontra
as palavras que quer dizer
nem sempre a gente se encontra
com quem gostaria de ver

Nem tudo é simples acaso
pessoas são parte de nós
às vezes um pequeno atraso
determina se estaremos sós

vida é carrossel, gira sem parar
vida é uma nuvem no céu,
que um dia chora e vira mar...
vida é um tropel, chega a atordoar
vida é um grande bordel
se quiser ter, tem que pagar...

Nem sempre a gente enxerga
o que está há um palmo do nariz
nem sempre a gente se entrega
mas vive querendo ser feliz

Nem tudo é tão complicado
crianças sabem mais que seus avós
segredo de abraço apertado
é que simples gestos falam por nós

vida é um tropel, chega a atordoar
vida é um grande bordel
se quiser ter, tem que pagar...
vida é carrossel, gira sem parar
vida é uma nuvem no céu,
que um dia chora e vira mar...

Resposta a Hamlet (sobre um trecho da poesia homônima de meu bisavô, Pethion de Villar)




Você me pergunta
se esta carne tão sólida
derrete e se funde com o orvalho
da dor...

São tão inúteis
os costumes do mundo.
um jardim de ervas daninhas
nenhuma flor...

Seu coração despedaça
mas deve conter a língua
transforme sua voz em lágrima
a palavra míngua...

Existir ou não, eis a questão. ..
Aceitamos as feridas da morte ou reagimos?
Finalmente, vale a pena viver, ou não?
E se vale, pra que tudo isso que sentimos?

A morte é um nome em vão, no meio das ondas do mar,
Minha vida é uma praia onde ela espuma, perdida,
pra depois voltar ao azul e formar novas ondas,
novas vidas...

terça-feira, 26 de maio de 2009

O Farol do Mau Tempo




Mais uma canção do Toda Terça. Essa, lá dos primórdios, mas muito querida.

Como nasceu:

Chico Gomes, influenciado por um livro de Sônia Café, chamado 64 Poderes, esta num momento de apostar no poder que temos de nos aventurar. Cansado de insistir pra o pessoal que estava com ele subir no farol de Barra do Itarirí e inspirado pelo que tinha lido no livro, ele deixa o acampamento, cheio de vontade, por volta das 17:30 com dua lanternas na mão e um tênis. Passando por porteiras e subindo incansavelmente o morro, Chico finalmente chega ao seu Farol. Observa a imensidão e o mar e começa a entender o significado do divino. Pura contemplação. Mas surpreendentemente ele vê um cimento fresco e umas lápides sem identificação. O pé do farol era também um cemitério local. Não chegou a ser assustador, mas ele conta que fez uma oração, antes de encarar a descida. Nunca se sabe! A noite começava a tomar conta do lugar e as lanternas não faziam muita diferença na escuridão que se instalava. A cada ponto que se chega, novas decisões precisam ser tomadas. Já era hora de voltar!

Ele voltou da escuridão com a certeza que faria uma música chamada Farol do Mau Tempo. Estranhamente, soubemos depois, que este farol só acende em caso de tempestade, segundo os moradores locais. Não deu outra. Meses depois Chico e Marcio se encontraram numa destas terças e nascia essa música.

Ficha Técnica:

Música: Chico Gomes
Letra: Márcio Didier
Gravação: Chico Gomes - Protom Studio
Imagens: Internet - Youtube
Edição de imagens: Didier

As imagens colhidas na internet são meramente ilustrativas e este vt não tem nenhuma motivação comercial, apenas divulgação cultural.


LETRA

O fim do dia
trouxe a decisão
de ficar ou partir
de ter nas próprias mãos
o poder de ousar ou fugir
Calcei meu destino
e pus meus olhos na estrada
saí por aí
a me aventurar

Me dar inteiro
a este momento
apostar, insistir
a cada passo
eu chego mais perto
do Farol que escolhi
E lá não achei
o que fui procurar
a vida e a morte
no mesmo lugar

O Farol do Mau Tempo
mesmo apagado deu a direção
competir com o momento
voltar a tempo da escuridão
do Farol do Mau Tempo

O fim do dia
trouxe a decisão
de ficar ou partir
de ter nas próprias mãos
o poder de ousar ou fugir
Calcei meu destino
e pus meus olhos na estrada
saí por aí
a me aventurar

Me dar inteiro
a este momento
apostar, insistir
a cada passo
eu chego mais perto
do Farol que escolhi
E lá não achei
o que fui procurar
a vida e a morte
no mesmo lugar

O Farol do Mau Tempo
mesmo apagado deu a direção
competir com o momento
voltar a tempo da escuridão
do Farol do Mau Tempo

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sonhador aventureiro (Ilustração John Lennon criada por Dálcio Machado)






Um dia eu quis
mudar o mundo
não fui feliz
nem por um segundo

Depois tentei
mudar pessoas
mais uma vez me enganei,
trabalho à toa...

Eu aprendi assim
que a minha intenção,
por melhor que fosse,
passava por pretensão,
não tinha nada de doce,
se não começasse em mim!

Um dia eu entendi
que era preciso mudar primeiro
dar o exemplo pioneiro
para alguém enfim me ouvir...

Um dia eu resolvi
que poderia ser, por inteiro,
um sonhador aventureiro
só então pude sorrir

Universo (Adriano – Aline – Beto – Juliana – Márcio – Rodrigo)





Universo é uma das músicas compostas pelo grupo Toda Terça, do qual, orgulhosamente, eu faço parte. Esta galera se reúne semanalmente, como o próprio nome sugere, pelo simples prazer de compor, misturando velhas amizades e novas canções. Pães de Alho, vinhos e outros ingredientes completam "nossas receitas", que traduzem um pouco das verdades, sonhos e universos de cada um dos seus integrantes. Sem nenhuma pretensão de mudar o mundo, mas com uma bela intenção de tocar as pessoas.

Vale aqui uma menção especial a todos que foram presença (às vezes ainda são) em nossas terças musicais:
Alan Passos, Aline Barreto, Alisson Percontini, Ane Moraes, Chico Gomes, Cuíca Assunção, Dora Didier, Elvis Bernardes, George Vassilatos, Luciana Lucena, Mirela Alves, Ninha Studart, Pedro Carvalho, Ricardo Modesto, Sônia Gomes, Tarsila Passos, Tiago Didier, Vitor Medrado.

Letra: Aline, Juliana e Márcio
Música: Adriano, Beto e Rodrigo

Interprete: Juliana Ferraz
Arranjos: Adriano Moraes e Rodrigo Araújo
Músicos: Adriano Moraes (Flauta, Teclado e vocal)
Rodrigo Araújo (violão)
Edição e direção de vídeo: Adriano Moraes

Gosto das cores do seu olhar
quando vêm colorir meu dia
me mostram
como escrever poesia
pra te falar

Gosto de sentir sua pele
se arrepiando quando eu sopro
a poesia que escrevi
pra te trazer pra mim
e ser feliz

Meus versos são seus
Meus deuses, seu universo
Vem inteiro só pra mim....

Gosto das cores do seu olhar
quando vêm colorir meu dia
me mostram
como escrever poesia
pra te falar

Meus versos são seus
Meus deuses, seu universo
Vem inteiro só pra mim....

Seu cheiro me abre o apetite
de viver cada minuto
ao seu lado
caminhando a cada passo
nesse jardim

Meus versos são seus
Meus deuses, seu universo
Vem inteiro só pra mim....

sábado, 23 de maio de 2009

Um Camelo em Copacabana



Depois de um bom tempo, voltei a escutar "Copacabana", de Marcelo Camelo, ex Los Hermanos, música do CD "SOU" de sua autoria, apresentada a mim por minha afilhada Ninha.
Sem dúvida uma inspiração que nos remete a tempos melhores do que os que vivemos.
Na terra do carnaval e do axé, muitas vezes me sinto como um camelo em Copacabana. Um tanto desconfortável, experimentando um deslocamento natural para um Brasiliense que carrega como herança musical uma salada com direito a Tom, Vinícius, Dick Farney, João, Gilberto, Caetano, Guilherme Arantes, Gonzaguinha, os mineiros todos, além de uma forte influencia externa dos Beatles, Dire Straits, Credence Clearwater Revival, Supertramp, Vangelis, entre outros.
Mas aí você certamente vai me perguntar o que isso tudo tem a ver com o Marcelo e sua Copacabana. Pois é, sabe que tem? Desde a primeira vez que ouvi esta viagem musical do Camelo, uma palavra não saiu de minha mente: reserva...
A música Copacabana carrega em si uma nostalgia, um encanto, seja por seu ritmo de marchinha, seja por sua letra, seja pelo formato carinhoso que dela se abstrai, mas é algo tão perceptível, que nos faz pensar em nossas reservas...
Nada contra o carnaval atual, muito menos contra o Axé. Poucos setores da nossa música se profissionalizaram tanto e tão rápido como este. Tanto que este jeito de ser, de dançar, de pular e de agir que só a Bahia tem, acabou virando franquia, exportado a outros estados e nações, globalizando definitivamente essa folia.
Mas, mesmo reconhecendo tudo isso e sendo casado com uma foliã inveterada, continuo a me não compreender como é que a maioria absoluta de uma população apaixonada pelo reino de Momo, precisa se embriagar ou se drogar para brincar o "Carnaval de uma semana" de nossa cidade.
Volta à minha cabeça a imagem do camelo. Sua corcova, sinônimo de reserva de água,
para enfrentar os dias e noites de um deserto implacável...
E penso em nossos foliões. Onde estão suas reservas de alegria, de animação, de naturalidade?
Onde estão suas reservas de espontaneidade, de entrega e de irmandade, quando transformam as ruas de Salvador em depósitos de violência, falta de educação e higiene?
Ouvir esta música de Camelo é pensar em como o conceito de diversão foi se transformando ao longo do tempo.Ouvi-lo cantando sobre o bom papo de seus “velhinhos” nos faz pensar que quase não vemos mais idosos no nosso carnaval.
Sem nenhum saudosismo, não é preciso (e nem possível) voltar ao tempo em que bastavam uns bancos amarrados aos postes, em plena Av. Sete, para garantir um “camarote familiar”, para quem só quisesse assistir de graça a passagem dos blocos. Não, isso seria querer demais. Mas, quem sabe, um pouco mais de respeito ao direito do outro se divertir? Alguns milhares de litros de urina a menos nos becos? Algumas centenas de foliões sóbrios a mais? Algumas dezenas de policiais um pouco mais educados e menos truculentos? Será que é pedir muito? Sonhar demais?
É, sou um camelo mesmo. Não em Copacabana, mas perdido entre as barracas espalhadas em pleno Farol da Barra, entre os camarotes de Ondina e do Campo Grande. Um camelo a mais no meio da multidão. Sem nenhuma esperança de que alguém pare para perceber minha estranheza. Sei que vão achar que é somente fantasia...
Olha aí, descobriram minha reserva...Fantasia...
Sem estresse. Entre trios e manadas de pessoas no cio, sigo pedindo que não me levem a mal, sou apenas um careta que pede passagem, um camelo em seu deserto, perto de um carnaval que não encanta mais quem anda cansado, sedento de paz!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Dali!


Sua surrealidade me encanta,
o olhar além do artista,
inaceitação do mesmo,
em pinceladas de si mesmo...

Dali, de teu universo,
seus quadros são os versos
de uma inesquecível poesia...

Retorcidos, cristalinos,
coloridos, complexos,
são alegorias repletas
de inspiração e nexo!

Sua surrealidade me canta
um hino ao teu amor
vida que a arte decanta
nos filtros de Salvador...

Resistência



Aquela velha árvore,
cansada, ainda resiste
filtrando todo dia
a atmosfera poluída
entre os faróis dos carros,
seus recibos caem tristes
e apresentam a conta,
com suas folhas na avenida

Aquela velha árvore,
senhora esquecida
amarga a solidão
de seu pulmão enegrecido
no ilusionismo urbano
de seu tronco ainda firme
na cor indefinida
de seu verde esmaecido

Mas ela continua de pé,
alimentada por raízes fortes
ela insiste em ter fé
enfrentando os terrenos da morte

Aquela velha árvore,
anciã desiludida,
enfrenta cada estação,
fortaleza consumida
no grande campo da praça,
passa desapercebida,
só o olhar do poeta
conta a graça da sua vida...

Segredos de rio e sol


Asas no céu traçando trajetórias diversas
Abrindo o cofre da luz, do lado oposto do vazio
esquentando o tempo frio, com os segredos do sol...

Frases do azul mergulhando contraditórias promessas
cedendo ao lastro da cruz, ora chuva, ora estio,
na margem esquerda do rio, entre o fio e o anzol

Nunca me senti tão livre, como no dia em que me vi,
de carona nessas asas, nunca me senti tão leve,
como no dia em que senti o fundo das águas rasas...

Castelos de Areia


É tão fácil destruir esses castelos,
as areias não resistem, nunca, ao mar...
Ondas vêm e levam sempre nossos sonhos,
mas o azul devolve a força de sonhar...
Novas formas vão surgir de suas mãos
e as lembranças dos verões estão no ar...
Os momentos são sorrisos de criança
e a saudade, água salgada no olhar...

Leva seu sonho adiante,
de alguma forma eu vou sempre te ajudar
a erguer de novo os seus castelos
seja lá qual for a praia que pintar...
Leva sempre essa sua parte criança
que seu pai vai procurar te acompanhar...
Só não perca nunca a esperança,
acredite, o amor vai te guiar...

Lembra nossos castelos de areia,
mas esquece a força bruta do mar...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

3 visões diferentes sobre um mesmo tema! (ilustração Lamento de Dado Pires)


A angústia da espera,
o vácuo da existência
um divisor de eras,
a fé não tem ciência...
É simplesmente ter,
certeza e consciência,
acreditar num ser,
além da própria essência!
Como dizia o poeta
na sua própria primavera
o pior da morte
é esperar por ela...

A dívida do tempo,
os trapos da falência,
multiplicando as rugas,
ditando a penitência...
Eternamente ver
o corpo em decadência
sentir-se, aos poucos, caber
nos cubículos da demência...
Como dizia o santo,
Nos últimos passos pra glória,
oh, morte, me diga, onde está sua vitória?

A tréplica da vida
no debater de uma idade
somando todas as forças
repartindo uma verdade...
Sabedoria só chega
quando se tem liberdade
pra transformar em conselho
tudo o que é saudade...
Como diria o cordeiro,
antes de virar alimento
ainda que esteja morto,
quem crer, vai viver no momento!

O dia da flor (Ilustração: Desenho de Observação Aline Moraes)




Ontem sonhei um poema,
um vaso caído diante de uma flor...
Não lembro qual era a flor,
nem sequer como era o vaso,
mas é nítida a imagem
do poder que a flor possuía
sobre aquele vaso que caía,
rolando aos seus pés,
nessa viagem...

Caído, o vaso encontrava
a forma mais apropriada
de reverenciar aquela flor
na sua forma simples.
Humildemente reconhecia
que embora a desejasse ainda,
não a teria mais, dentro de si...
Ela estava muito além
do que ele poderia,
agora ele via,
o tanto que ela era linda!

Não houve espinho,
não ficaram cacos,
apenas um vaso sozinho,
caído, derrotado,
e uma flor, de pé,
sustentada por um candelabro
e pela água,
motivo maior de sua fé!

As pétalas daquela flor
balançam agora ao sabor do vento,
suas folhas se espalham
no jardim pos pensamentos!

O vaso, deitado, coitado,
entre o vazio e o preenchimento,
também não fica parado
e gira, já conformado,
num canto qualquer da sala,
não sei bem se de uma casa
ou de um apartamento...

O tempo amanhece nublado
e a flor, reina em seu legado,
beija-flores a cortejam
voam ao seu lado e a cortejam...
E o vaso vai ficando de lado
perdendo o brilho e a cor,
virando coisa do passado,
preenchido pela própria dor!

sábado, 16 de maio de 2009

True Type


Escrever
em true type
o que vai
tocar você
e adivinhar
as coisas
que um dia
quis ler...

Uma poesia
ou, quem sabe,
a magia
de uma frase
qualquer?
Em poucos bytes
te convidar
pra também
escrever
o que quiser,
como quiser...

Fontes serifadas,
góticas, modernas,
manuscritas, condensadas,
medievais, eternas,
itálicas, bolds, lights,
estendidas, normais
e até vazadas...
Não importa mesmo
o que escolher.
O estilo é seu,
a palavra é sua,
é só descer do muro
e virar pixador de rua!
Desta minha rua,
que tem a honra de lhe
receber.

Deixe o seu recado,
seu comentário,
sua crítica mais ferina.
Concorde, discorde,
provoque, discuta,
amplie o horizonte
da sua contraposição.

O "papel" está aí.
Assuma o seu papel!
Vá na sua fonte
e traga sua opinião!

Cio e mar


E se hoje à tarde, a gente fosse andar?
Colher os frutos do nosso pomar
Colher as flores do nosso jardim
Ouvir a terra, deitar no capim...

E se hoje a noite fosse pra se amar
em gestos doces, o outro cultivar
Carinho leve que se faz com a mão
Momento breve, fruta de estação

E se hoje a madrugada descobrir
que tudo é festa com você aqui
que nada resta além de te sonhar
numa floresta, fada a me guiar...

E se amanhã a gente se acordar
Um banho frio, prefere cio ou mar?
Que cada um volte ao seu país
E se descubra muito mais feliz...

E se a saudade não se conformar?
Der calafrio, onde você está?
Meu corpo é rio, onde você for...
Eu me esvazio pra te encher de amor...

Lua de Salvador



Lua, não te quero minguante
Apenas nova...
sempre crescente,
cheia de paixão...
pela vida,
pelo universo inteiro,
generosa e nua,
lua poderosa,
seu endereço...
é o meu coração...

sou um mago das palavras...
sob o seu feitiço...
brilho fascinante
pra esses olhos sofridos...
Que chegam perto,
sem nunca chegar....

sei que você pertence a todos os lugares,
a todas as pessoas capazes de erguer o olhar
e contemplar seus sorrisos sempre diagonais
até quando repousa entre as estrelas...

dentro da noite, fora da rua,
longe da terra, perto da sua luz,
canta a tristeza e cala-se a dor,
Lua do céu mestiço de Salvador !

a diferença é tão bonita
revela a infinita clareza
na negra vastidão
corpo pintado de branco
na massa escura
pousando a benção do céu
nesta mistura.

Por nossos filhos



Movimento do universo
No sentido inverso
do meu lamento
Sentimento desconexo
E eu me despeço
Sem sofrimento

Vamos seguir nos mesmos trilhos
Realizar o impossível
por nossos filhos
Vamos seguir as velhas trilhas
Tudo é possível
por nossas filhas

Um momento e eu imerso
Numa folha um verso
Dor de talento
Cata-vento, trem expresso
todo complexo
tem fundamento

Vamos seguir nos mesmos trilhos
Realizar o impossível
por nossos filhos
Vamos seguir as velhas trilhas
Tudo é possível
por nossas filhas

Teu rio


Teu Rio



Já me vejo num rio
um rio de águas quentes
tão doce como a sua voz
de águas transparentes
que vêm direto da foz
e me falam das suas curvas,
teu leito me leva a um jardim
em tuas margens deságuam meu sim...

Navego em seus caminhos
de luz sempre tranqüila
de dia, é sombra no sol
de noite, é brisa vadia...
A chama fria da lua azulada,
e a nua entrega dos seus movimentos
transformam suas corredeiras em vento
depois deságuam em lagos dóceis pra mim...

Sol e lua


O sol é a lua disfarçada.
Nele, ela se torna quente, cheia de energia...
Pra curtir, disfarçada, cada minuto do dia...
Depois vem a noite, com sua poesia,
e transforma a lua, agora fria com seu torpor,
em simples nostalgia de calor....

Quem consegue enxergar a lua vestida de sol?
Quem pode se despir dos humanos conceitos e ir além?
Olhar depois do horizonte, deixar o pensamento ir,
nas asas que fogem das gaiolas dos améns...

Alguém quer caminhar pelas nuvens
e conhecer comigo os segredos do sol?
Alguém quer caminhar entre as ruas
e entender como a lua também pode ser sol?

Minha viagem é sozinha, vôo como quem caminha..
Ando com alguém que voa, mas não à toa...
Sei que vou chegar em algum lugar, depois do mar!

Venho de um lugar que não existe, seu nome é "Longe"...
Fica no país das distâncias, que não consegue aprisionar
as almas que dançam...

Alguém quer caminhar pelas nuvens
e conhecer comigo os segredos do sol?
Alguém quer caminhar entre as ruas
e entender como a lua também pode ser sol?

E aí, meu Rei?


Um tempo,um violão,
um templo, uma oração
uma voz, um par de mãos
somos nós, somos irmãos

Onde dois ou mais
se unirem em meu nome,
lá eu estarei!
Somos mais, aqui unidos
pelo amor, de um mesmo Rei

Um canto, uma visão
um Santo, uma Paixão
uma luz, começo e fim da história
sua luz, divide toda história!

Onde dois ou mais
se unirem em meu nome,
lá eu estarei!
Somos mais, aqui unidos
pelo amor ao mesmo Rei!

Dom


Uma luz que rasga o céu
Uma voz que afaga o meu coração
Palavras soltas num papel
Ganham som e tiram o véu da canção

Inspiração, dom de criar
Poesia em tons, que dão
luz e cor à vida

Tanta emoção
Arte de ter na mão
Taças de gás néon, num brinde à vida

Uma cruz tão fácil de levar
Girassóis que dançam ao luar
Solidão
Estrelas vêm pra revelar
Ecos de uma explosão solar
Emoção...

Caneta e papel na mão!

Puxadinho


Uva de beber,
sol de se queimar,
folha pra escrever,
chá pra se acalmar...

Vinho pra provar,
rosa tem buquê,
gente a perguntar,
como, quem, porque...

Dança de turbina,
céu de brigadeiro,
ave de rapina,
rema o canoeiro...

Uma coisa puxa outra coisa
pra pensar
Se a vassoura é de bruxa
faz lavoura se acabar
Uma pedra bruta vira jóia
ao lapidar
E uma Santa, numa gruta,
junta gente pra rezar

Chuva de cair,
gotas de molhar,
céu de colorir,
papel de pintar...

Faca de cortar,
bolo pra partir,
mel pra adoçar,
sede pra sentir...

Trança de menina,
lona e picadeiro,
bicho, bailarina,
pelo mundo inteiro...

Uma coisa puxa outra coisa
pra pensar
Se a vassoura é de bruxa
faz lavoura se acabar
Uma pedra bruta vira jóia
ao lapidar
E uma Santa, numa gruta,
junta gente pra rezar

Flor no deserto


Acompanhar as mudanças do mundo
Misturando canções e verdades
Sossegar os desejos do fundo
Acender as lembranças da tarde

Transportar os seus sonhos pro outro
Assombrar quem se prende no tempo
Alcançar a distância das guerras
Dispersar vendedores do templo

Chega de longe, meu coração
Guarda segredos, liberta o amor
Chega bem perto, toda razão
Não há deserto, se existe flor

Destrancar fechaduras antigas
Trazem sempre rangidos e dor
Entender que a intenção gera brigas
Não precisa gritar, por favor

Chega de longe, toda razão
Não há deserto se existe flor
Chega bem perto, meu coração
Guarda seus medos, liberta o amor

Amigos


Deixe seu corpo
caminhar na estrada
sem rumo e sem tempo
livre caminhada...
Mas não esqueça
de deixar pegadas
pra eu seguir seus passos
na minha jornada...

Deixa minha alma
acompanhar a sua
no calor do sol,
no clarão da lua...
Eu sempre vou lembrar
das cidades e montanhas
onde a gente passar
cantando uma canção...

Assim são os amigos
dividem seus caminhos
nunca se sentem sozinhos
onde quer que estejam...
Já conhecem suas moradas
na forma de mil abraços
vão deixando tantos laços
onde quer que estejam...

Assim são seus abrigos,
anjos pela estrada afora
chora aquele olhar amigo
quando o outro vai embora....

Nosso Pai


Pai da Terra
que está no céu
Caia a guerra
O Amor venceu

Santo seja o nome de quem
traz o tempo do Amor
sua voz seja ouvida
traga a paz, cale a dor

E o nosso pão
de cada dia
não falte nunca, Senhor

Estende o seu perdão
ao coração dos homens
pra gente conseguir
perdoar quem nos feriu

E não deixe os filhos
do Teu amor
caírem em contradição
na tentação
do caminho...
Livrai-nos também
de todo mal, meu Deus
Nosso Pai
Amém !

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Degraus


Bom estar aqui pra ver você subir mais um degrau na sua vida.
Conquista bonita, essa sua...
Estar à frente de seu próprio tempo é coisa pra poucos.
Você foi lá e fez, provou que é capaz...
Mais uma vez nos orgulhou, nos fez sorrir,
nos emocionou!
Muitas vezes o melhor ataque é a defesa.
A melhor palavra, o silêncio...
A melhor estratégia, o retiro...
E o que é direito, mesmo?
Qual a sua lei?
Os tribunais são tantos!
Quem é mesmo o réu?
De quem são os mantos?
Quem são os criminosos
e quem são, de fato, os santos?
Além do esforço, da inteligência,
confio no seu discernimento
diante dos homens...
Estes, que num tribunal
que fez história,
preferiram o ladrão
ao honesto.
Escolheram o assassino
e preteriram o justo!
Naquele tribunal,
o juiz lavou as mãos,
fez que não era com ele,
foi fraco, covarde,
de mente e de coração!
Bem aventurada é você
ao praticar a justiça!
Bem aventurada é você,
se sofrer injustiça,
em nome da Verdade!
Não será fácil,
mas valerá cada segundo,
se você continuar
a fazer a diferença
no mundo!

Ecos


O que dizer
desses faróis
que guiam
meu olhar
na direção
do seu ?

O que falar
da sua voz
que como
onda do mar
sussurra
uma canção
com um verso
meu....

O que calar
senão a dor
que traz
um não
quando
se quer
um sim?

O que ouvir
senão o som
do eco
que o meu
peito
quer
espalhar
por mim!

O que move você?


O que é que move você?
O que é que te faz andar?

Você pensa em mudar
ou vai querer preservar
o conceito que o mundo faz
da palavra brasileiro?

O que lhe move é valor?
Ou dinheiro?

Você busca saber
onde é que moram
as serpentes
que envenenam
diariamente
o nome desta terra,
pra que?
Pra mudar alguma coisa
ou dar uma de esperto?

Você pensa em mudar
ou vai querer preservar
o conceito que o mundo faz
da palavra brasileiro?

O que lhe move é valor?
Ou dinheiro?

Dos filhos deste solo
de que lado você está?
Talvez a pátria mãe não seja
tão gentil como a mulher
que você quer possuir
sem permissão, só desejo,
sem nenhum merecimento!

Você pensa em mudar
ou vai querer preservar
o conceito que o mundo faz
da palavra brasileiro?

O que lhe move é valor?
Ou é dinheiro?

Sopros



Chove de novo
em minha janela
Mais uma vez
o inverno voltou
Além do vidro
o mundo revela
Que em meu olhar
a chuva chegou

E assim posso perceber
que muita gente traz
um olhar tão cinza
em dias assim

Consigo entender
como se perde a paz
por não se aproveitar
dias assim

Experimente olhar
mais esta vez
a chuva que cai
como se fosse
a primeira vez

Tente enxergar além
de tudo que sempre viu
chove tão lindo aqui
e se o coração sorrir
você vai ver...

Matemática


Trinta dias depois
Vinte horas passaram
Dez minutos se foram
E um segundo restou
Oito dias sem sono
Sete idéias na mente
Quinze anos na frente
Um milhão se acabou
Doze homens seguiram
Cada passo de um outro
dois mil anos passaram
outros tantos virão...

Some cada esperança
Diminua a descrença
Multiplique a vontade
E divida seu pão

Infinito é o tempo
Onze os jogadores
Bem poucos professores
São mestres na lição
O cinema sem cores
Hoje é televisão
Se contar os amores
Não desconte a paixão
Há mil léguas abaixo
Nove palmos acima
Em seu sonho me encaixo
Seu suor reanima

Pai


Sigo esse clarão nas trilhas da sua lembrança,
buscando na minha infância o lugar perfeito que perdi
Era meu esconderijo, aquela gruta atrás da cachoeira
entre um abraço sério e a brincadeira, o lugar perfeito que perdi

Ali onde eu sempre soube que acharia, atenção, carinho e alegria
Sabedoria, fé e humor e muito amor...
No lugar perfeito que perdi...

O melhor abrigo do mundo, nessa saudade que levo dali
e que não consigo deixar de sentir,pelo lugar perfeito que perdi


O melhor amigo do mundo, meu irmão, companheiro de tudo
meu guia, meu mestre, meu pai...
Meu lugar perfeito está aqui...


E eu tento seguir seus passos, nos valores que um dia aprendi
Pra, quem sabe, minha filha me encontrar
num lugar perfeito pra existir...

Noite em dia



Lua cheia,
sol em céu noturno
Meia noite e meia
Seu olhar é um diamante
No meio da escuridão
Dessas esquinas tão frias
Distante do seu olhar
Meus olhos são cegos sem guia

Rua cheia
Meu passo é tão soturno
Já são três e meia
Seu olhar está distante
No meio da multidão
De tanta gente vazia
A nossa troca de olhar
Me faz querer outro dia...

Sua ceia
Uma estrela inverte o turno
Existe alguém que passeia
Em seu olhar, num instante
No meio da confusão
Na fusão de noite e dia
Fujo da ilusão
Pra encontrar a fantasia...

Mundi



Há tanto tempo eu queria dizer
que há tanta coisa que eu devia falar
tanto mistério que eu tentei compreender
tanta injustiça que eu cansei de calar

Mas aprendi que não me basta querer
tenho que achar a forma de me expressar
senão me arrisco a alguém me entender
e se perder tentando me decifrar

Ainda prefiro escrever num papel
faço um retiro, posso desabafar
não corro o risco de apontar algum réu
porque rabisco um mundo particular

Paraíso é aqui (Ilustração Sagrada familia de Dado Pires)



Sonhos, gente, milhares de mentes,
entradas, saídas, lugares, corrida

Abra o peito e abrace o sol,
transforme os seus olhos num farol,
porque vale a pena estar aqui
pra ser o milagre vivo que é você

Amigos, crianças, passado, lembranças
Presentes verdades, futuras saudades

Pé no céu, tudo é dom da vida
Pé no céu, fé na própria vida

Ache um jeito e beije o som
ou invente a língua do batom
porque vale a pena insistir
pra ver um sorriso lindo acontecer

Sucesso, desculpas, fracasso e culpa
Perdão, atritos, silêncio e gritos

Pé no céu, tudo é dom da vida
Pé no céu, fé na própria vida

Ninho



Vejo um movimento ali,
onde o verde encontra o sol...
Entre as folhas, quatro asas
ninho é casa em construção...
Galho que se quebra em dois
pra se amontoar depois...
Lá na rede, eu pensando,
nos filhotes que um dia virão,
retornar ao meu quintal
num instinto casual...
Bicos frágeis, garras mansas,
aprendendo a aventura do ar...
Flutuando no azul
ou migrando pro sul...
Nuvem atravessar, nuvem navegar
nuvem conquistar...
Solto assim no vento,
leve movimento,
bosques e telhados
vão passando
abaixo do seu olhar
e a corrente que mudou
novo rumo decretou
todo cheiro, todo mato
todo espaço dá direção...
Faz a gente se sentir
livre para seguir...
em paz...

Criatura



Deito no tapete da sala de minhas idéias e revisito o que há muito tempo anda pairando por aqui. Hoje troquei meus programas de TV, meus CDs, meus livros e resolvi assistir velhas lembranças nas paredes de mim...
Meu teto é agora uma tela de cinema e a mente se confunde entre as imagens virtuais, repletas de sinais de fumaça e garrafas de náufragos, gente que se foi, gente que ficou em alguma ilha deserta de seus próprios pensamentos...
De repente, o telefone toca e acorda o “monge” enclausurado em sua cela interior. É só um alô. Uma voz que faz minha noite ter um sentido novo...
Alguém que sempre espero me diz que está chegando e, quando percebo, o velho teto já saiu até do ar...
No seu lugar, um véu de incontáveis cores, como um jardim na época das flores. E nesse jardim alguém vem andando sob estrelas e aquela noite que seria apenas minha, muda completamente, nos tons do toque de uma campainha.
Hora de voltar de novo da viagem em mim e pousar na terra das pessoas. Uma porta se abre, um sorriso se abre, duas mãos se fecham, uma sobre a outra, dois corpos se abraçam. Olho pro teto vazio, nada mais resta, não há floresta, não há jardim... Apenas um olhar que me diz sim... O seu olhar é como um rio, correnteza da ilusão. Agora, além do teto, eu perco o chão...
De repente, desperto de novo, com um simples comentário seu. Estava distante, viajando, nas asas dos sentimentos, pensando que neste momento, entre bilhões de estrelas, uma luz ainda é mais forte... Um farol? Um cometa? Um sol, recém nascido, brilhando assim, de veneta... E agora? Meu teto se apagou, meu chão se afundou, diante de tanto brilho... Me vejo no espelho dos teus olhos, a criança que fui, sorrindo de novo, pro adulto que sou. Maravilha! Minha filha, caminho continuado de uma vida, parte de tudo que habita nesse criador quarentão...
Minha casa é sua, filha. Não falo desta, pra onde você volta todo dia. Falo da casa interior do teu pai. Esta cabana, este castelo, este lar de fantasias, pleno de amor, cheio de luz, coração que te aguarda, que te guarda, que protege esta chama, que te ama, entre incontáveis emoções, insondáveis cuidados, simplesmente estará sempre aberto, quando o assunto é você!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Obrigado...


Um sorriso expresso em olhar...
Um canto mudo nos olhos...
Um choro, como um veludo...
Em tudo... está seu olhar...
E eu sou apenas um par de olhos
que acompanham você chegar...
Sou apenas um par de íris atento
aos seus movimentos perfeitos...
Estes que invento em mim e me dão alento,
me fazem sorrir...
Rápidos ou lentos...
Fáceis de seguir...
Em tudo você está!
E agradeço por te ver assim,
nas pessoas e nas coisas,
nas ondas e nos jardins,
naquela linha imaginária,
elo entre o mar e o céu...
Um sorriso expresso na lua,
tantos outros impressos nas ruas,
nessa gente que passa,
com tanta graça,
pelo passeio...
Um sorriso que vejo nas nuvens,
mm sua dança com o vento...
Um sorriso que percebo nas asas,
Flutuando no firmamento...
Um sorriso por tudo criado,
fauna, flora, futuro, passado,
labirinto, caminho, chamado,
escuridão e luz,
noite e dia, estrela guia e cruz...
Um sorriso que vejo na arte,
magnífico mistério,
num semblante quase sério,
feito por pincéis e tintas...
Um sorriso no acorde preciso,
no verso encontrado,
na voz que se eleva e,
como uma vela,
aponta o sagrado...
Um sorriso que vejo num beijo,
manifestação de um desejo,
de uma procura, de uma cura,
de uma entrega, cega,
paixão ou ternura?
Um sorriso que me faz ajoelhar
e te elevar uma prece,
pedindo perdão
por multiplicar as palavras,
na poesia que o coração tece...
Deixando tudo de lado,
mergulhando na emoção,
apenas dizer obrigado,
pelo dom da criação!

Coisas de 3 letras


“SIM” são apenas três letras
que fazem expectativas virarem sorrisos,
sonhos virarem realidade, pedido virar atenção...

“NÃO” são somente três letras
que têm a incrível capacidade de
transformar birras em educação
e provocações em limite...

“MAS” também são três letras
que se misturam para contrapor
o sim com o não, geralmente
no intuito de alertar para
alguma situação de risco.

”OBA” são três letras que
representam a mais pura expressão
de alegria, o instante exato
da realização de uma vontade...

“OLÁ” já são três letras
que servem pra gente se comunicar.
Uma forma gostosa e espontânea
de quebrar o gelo em qualquer
situação.

“RIR” são três letras
muito gostosas de ver
quando se juntam.
São os fogos de artifício
da felicidade,
estampados no brilho
do rosto de alguém...

‘PAZ” são apenas três letras
que conseguem traduzir
os mais belos anseios humanos
e que às vezes encontramos
em um colo ou em um olhar...

“SER” são três letras
que representam a vida,
o incrível milagre de estar
aqui para interagir uns
com os outros,
na fantástica aventura
humana pela Terra...

“MÃE” são muito mais que três letras.
MÂE é SIM, é NÃO, é MAS, é OBA, é OLÁ,
é RIR, é PAZ, é SER... SER MÃE...
Ser este SER que resume todas estas
letras em um só gesto,
todas estas palavras em um cuidar,
todo este texto em AMAR!

Depois de tanto tempo...



Depois de tanto tempo vi pegadas conhecidas
numa estrada tão querida que convida pra andar.
O olhar amigo, o universo abrigo, a velha estrada...
A fé no destino do sonho,
a esperança no caminho do tempo,
a Caminhada...
Depois de tanto tempo vi um rastro
de esperança, deixado por
vagalumes humanos,
mexendo de novo nos planos
mais misteriosos de Deus...
Depois de tanto tempo,
essa trindade se encontra,
pra se encontrar novamente
com a trindade que é santa...
Juntos novamente,
somando saudade com sorriso,
rimando vontade com emoção,
multiplicando a paixão por Cristo,
individualmente ou em trio,
a luz procura de novo o pavio
e se faz chama...
E nos chama a caminhar juntos de novo,
mesmo que por alguns poucos quilômetros...
Não há distância capaz de vencer
um elo que está além de qualquer distância...
A amizade sincera,
a fé verdadeira, o caminho preciso....
Tudo é passageiro,
menos este Deus que nos acompanha
e se faz definitivo em cada sim,
em cada retorno, em cada prosseguir!
Resta então o que mais amamos...
A doce sensação de liberdade,
a intensa relação com a verdade,
a busca em deixar pra trás
nem que seja uma pegada
para que alcance a paz
alguém que ainda virá em caminhada
a nos seguir...

Crescimento contínuo.



Continue crescendo...
Elevando os seus valores, as suas idéias
e os princípios que lhe movem...
Você só tem a subir, pensando assim...
Sobe no conceito dos outros e, mais ainda,
no conceito que faz de si mesmo...
Continue a crescer...
Evoluir é ignorar a estagnação...
Pense o tempo inteiro em crescer...
Mas sempre de forma positiva!
Melhor, tenha atitudes de crescimento.
O universo à sua volta, por menor que seja,
precisa de exemplos assim.
Pessoas que se destacam, por conhecer, agir e lutar
pelos seus ideais.
Por isso, seja honesto com você e encare este desafio.
A honestidade está muito além daquilo que se diz...
A honestidade é reconhecida pela atitude de quem a vive...
Honesto é aquele que não concebe sombras, dúvidas e falta de clareza.
A honestidade não permite trocas, não se negocia, não se vende.
Seja verdadeiro.
Seja pleno.
Você pode ser sempre mais e melhor!
Basta querer e seu crescimento será contínuo.
A verdadeira evolução está no espírito, não no corpo.
Evoluído é quem faz acontecer e surpreende
positivamente o mundo...
Continue crescendo...
Crescendo em conceitos, em idéias, em ideal...
Faça o melhor possível, mas reserve alguns momentos
pra fazer também o impossível...
E o mundo vai crescer com você!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Gripes, crises e outros flagelos



Está escrito.
Juro sob a Bíblia.
Procura lá no apocalipse.
São João já disse que tudo
ia acabar assim...
Não acredita
na palavra do santo?
Ok, então,
que tal na dos cientistas?
Eles também
fazem suas previsões...
Buraco de ozônio,
aquecimento global,
cometas errantes,
falta de água,
pandemias,
se não houver
uma mudança radical...
Ainda duvida?
Como você outros tantos...
E por isso, tudo continua igual.
Gente acabando com o verde
por ganância...
Gente desperdiçando água,
por egoísmo...
Gente poluindo o planeta,
por ignorância...
E você acha que há razão
pra otimismo?
Os quatro cavaleiros
estão por aí,
brincando de acabar
com tudo...
A Fome...
A fome Insaciável...
De poder, de ter, de querer...
A Peste...
A peste incontrolável...
Do prazer, do não se conter...
A Guerra...
A guerra interminável...
Pelo sobrepor de idéias,
religiões, conceitos...
A Morte...
A morte inevitável...
Fim de toda matéria,
pairando sobre todos os leitos...
Sombrio?
Não, realista...
Este é o futuro que nossa ambição
vem construindo para a próxima geração...
Os cavaleiros estão aí, rondando,
recrutando seus exércitos...
Para a destruição...
Breve se ouvirão os sons das trombetas,
tocarão as sinetas,
alicerces ruirão...
E nós, de algum quarteirão
de nossa soberba,
assistimos tudo isso
como se fosse ficção...
Não clamamos pelo Pão,
não tentamos a Cura,
não buscamos a Paz,
nem escolhemos a Vida!
Trocamos diariamente
o sim pelo não!
Lamentavelmente...
Maktub!
Está escrito!
O homem será responsável
pela sua própria destruição...
Não foi assim com Adão?
Símbolo de nossa raça,
patriarca da traição...
Simplesmente
cedeu à tentação...
O paraíso inteiro
por uma maçã...
O fruto proibido,
consumido numa manhã...
E diante de tudo isso,
haverá quem insista ignorando,
quem se mantenha poluindo,
quem permaneça exterminando,
quem continue achando lindo,
quem continue lucrando...
Mas há, também, entre nós,
gente que pensa,
que faz a diferença,
que não aceita o futuro
como uma sentença
sem direito a apelação...
Há quem faça a sua parte,
quem se manifeste nas ruas,
quem limpe as praias,
quem recicle a sujeira,
quem proteste com vaias,
com gestos, com atitude!
No meio do caos,
há gente responsável...
Há uma minoria racional,
comprometida com o significado
de “ser humano”...
Gente que morre pelas baleias,
que se sacrifica pelas florestas,
que tem sangue sagrado nas veias!
No meio do caos,
dos flagelos e cavaleiros,
tem gente de bem,
valendo pelo mundo inteiro!

Apelo


Estão querendo destruir a mágica...
Estão acabando com os jardins...
A realidade é sempre trágica,
quando os meios só enxergam os fins!
Vamos mergulhar um no outro,
corpo no corpo, olhos nos olhos...
Desfrutar nossos interiores,
enxugar nossas lágrimas,
vivenciar nossos sorrisos...
Para ser fantástico,
o mundo não precisa de muito.
Pelo menos entre nós,
a magia infinita do amor
será reconhecida !!!
Estão querendo destruir os sonhos...
Estão matando a magia em nós...
Há gritos lá fora tão medonhos
e ainda querem calar nossa voz...
Vamos decolar um no outro,
mãos nos nãos, passos em braços...
Nossos caminhos ainda são crianças,
existe esperança nos pés do menino
que pode transformar o destino
da humanidade sem paixão.
Ainda há fantasia, a magia está aí
nada é impossível
quando simplesmente
a gente acredita...
Se agita uma nova força
no centro...
Bem dentro, um comando ecoa,
e a paz finalmente, à toa,
passa a caminhar de novo
nos nossos jardins...

Uma palavra puxa a outra


Letra forma sílaba
sílaba, palavra
subdividida
entre sujeitos
e ações...
Se a questão
é tempo,
advérbio ajuda,
formam-se
então rimas,
entre versos
e orações...
Se o foco
é qualidade,
busque então
o adjetivo,
seja objetivo
e realize a
redação...
Vá direto
ao ponto,
seja mais
concreto,
saiba o
que deseja,
o objeto
mais direto...
Algo mais ousado?
Não em primeira instância
vale ter cuidado
com a própria concordância...
E pra finalizar,
saiba dar cadência,
tem ponto final,
mas pode usar as reticências...

Amorrimas



Não é sempre
que até os sobrenomes rimam
numa história de amor
nem é comum
ter coragem pra arriscar
uma velha amizade
por um novo amor

Mas desde quando
a paixão quer saber
dessas coisas?
desde quando
a paixão quer saber
de outra coisa.?

Não é sempre
que se vai onde as mentiras terminam
onde o conflito começa
Nem é banal
ter que encarar
um fato que nunca
passou pela cabeça...

E desde quando
a paixão se interessa
por essas coisas?
Mas quando
a paixão começa
aí é outra coisa...

Peito baldio



No meu peito baldio
a paixão é um casario
sozinho num quarteirão

No meu leito vazio
ainda sonho seu rio
amor em transposição

Mas navego sem pressa
mo embalo de uma promessa
que pesquei em seu olhar

Quem sabe uma falsa esperança
na margem de segurança
que a amizade quer preservar

A razão por um fio
entre a meada e o cio
corredeira sem corrimão

Uma escada às avessas
na esquina de uma travessa
onde mora a indecisão...

Surpresas


A surpresa é irmã da poesia
por que afaga a alma com doçura
e revolve o corpo em fantasias
sem necessitar ao menos de uma jura...

A surpresa é mãe da nostalgia
por que mal vira chama e se apaga
e nos envolve com a fumaça da alegria
depois invade e se transforma em simples chaga!

A surpresa é filha da agonia
por que pretende oferecer o inesperado
e dissolve, em transparente revelia,
o direito, sequer, a um chamado...

A surpresa é a própria valentia
por que encara o susto sem cuidados
e resolve se opor à dinastia
da mesmice, dos costumes, do passado...

Modelo


Ser modelo é personificar a estética
Encarnando a beleza em forma humana
Acariciar o olhar através da imagem
E acender o coração como uma chama

Ser modelo é se entregar às lentes
De forma inteira e apaixonada
Sem vergonha, sentir-se transparente
Enquanto tem a alma devassada

Ser modelo é assumir um personagem
Seus gestos, expressões e sentimentos
Fazendo do estúdio uma paisagem
E dando indimensão aos movimentos

Ser modelo é desprezar a timidez
E encontrar em si mesmo o que não havia
Transformando loucura em lucidez,
Transbordando emoção na imagem fria...

Ser modelo é embarcar numa viagem
Deixar-se conduzir, estar passivo...
Confiar no talento, ser miragem...
Revelada real num negativo...

Ser modelo é uma questão de atitude
De posicionamento e de postura
Vivenciar o ser humano em plenitude...
Ser modelo é mesmo uma loucura!

Voltar a caminhar




Voltar a caminhar é dar aos pés um movimento mais leve em direção a Deus.
É ver, de novo, do lado, aqueles irmãos afastados, distanciados pelo tempo e pela vida...
É usufruir uma presença amiga, querida como o vento e o sol...
Voltar a caminhar é dar à fé nova estrutura, novas visões, novos atalhos...
Sem afastar-se do caminho, abraçar o desafio, silenciar a saudade, reverenciar o dom...
Voltar a caminhar é pressentir novos tempos, resgatar velhos sonhos, e novamente entrar no tom...
Um passo que seja, a cada vez...
Um abraço que se deseja uma outra vez...
Um cansaço talvez, maior que o de ontem e certamente menor que o de amanhã...
Por que caminho tem pedra, tem espinho, mas também tem oferta e tem carinho...
Caminho tem suor, dor, tem conflito, tem discussão, tem tapa e tem grito...
Mas também tem amor...
Amor ágape, amor sem interesse, amor amado como o das crianças, intenso,
forte, vibrante e bonito...
Caminha pro infinito quem tem esse amor...
Caminho tem margem, tem horizonte, tem rio, caminho tem ponte, tem paisagem e tem vazio, mas sempre vai dar em algum lugar...
Na estrada, resolver caminhar é enfrentar a dúvida, saciar a coragem e buscar.
Agir, orar, cantar, rezar, se encontrar de novo...
Rever um povo que nunca deixou de estar...
Voltar a caminhar é reviver valores, reabrir chagas, rever prioridades, apostar na fé.
É conquista diária, é incandescência, é luz de brilho inteiro e sal que se assume tempero
e dá mais gosto à vida, mais sentido à passagem, mais verdade à viagem de seguir os passos de Cristo num mundo que tá cagando pra isto...
Que bom que você veio...
Se juntar na encruzilhada, pra definir novos destinos, novas missões, novos projetos...
O espírito jovem, a mente inquieta, a paz aberta em asas que abraçam o tempo e aceitam a proposição de ser mais...
Você, que também têm certeza, que a vida é muito mais que a insanidade diária de correr atrás do pão, que bom sentir a sua mão juntar-se às nossas pra dizer:
Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a sua vontade, assim na terra, como no céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal, amém...

O Fotógrafo e seu ofício



Um click.
Um momento congelado...
Uma festa chique...
Um instantâneo achado...
Uma foto tirada...
Tanto sentimento...
Na imagem parada...
Quanto movimento...
Quanto amor...
Num só casamento...
Quanta atitude...
Num mesmo evento...
Quanto valor...
Num batizado...
Quanta inquietude...
Tudo registrado...
Sensualidade?
É o nu artístico...
Íntima verdade?
Um cenário místico...
A realidade?
Furo jornalístico...
Quanta razão...
Quanto comentário...
Dando vazão
Ao imaginário...
A preocupação
Com sombra e luz...
A exatidão...
Entre tons de azuis...
E por trás da lente
E entre estes versos
Um olhar de gente
Criando universos...

Viver é um exercício



Se você parar pra pensar, vai perceber
que já nasceu atleta.
Pense bem: mal você nasce e já fica de
cabeça pra baixo.
No berço, são várias abdominais para
colocar o pezinho na boca.
Depois sai por aí engatinhando alguns
quilômetros por dia.
Até que firma as pernas e sai caminhando
pelo mundo, explorando as fronteiras de
seus próprios limites.
Pula um monte de fogueiras e salta vários
obstáculos pra subir na vida.
Diariamente movimenta-se de um lado
para o outro, em provas constantes de
resistência.
Num ritmo alucinante, exercita o corpo, a
alma, a mente, sempre correndo contra
o tempo. Sim, seu suor é sagrado!
Sua vida é sagrada!
Você é um vencedor, um atleta da vida!
Então aproveite o seu dia e
exercite o direito e o dever de
viver bem!