quarta-feira, 6 de maio de 2009

Jesus, o Filho do Deus Vivo




Outro dia me fizeram uma pergunta intrigante. Do nada, sem nenhuma prévia, como se minha resposta sobre o assunto fosse assim tão importante a ponto de transformar uma vida. A pessoa parou o que estava falando, me fitou durante uma conversa que tínhamos sobre outro assunto e lançou, assim, de prima:
“- Qual a mensagem mais importante de Jesus Cristo para a humanidade?”
Não sei se influenciado pelo livro “A Sabedoria do Eneagrama”, de Don Richard Riso e Russ Hudson ou se por uma conversa recente com a pessoa que me indicou, Bete Pereira, minha cunhada, respondi meio que sem pensar:
“- Sem dúvida foi nos relembrar que somos filhos de Deus”
Uma longa conversa se seguiu e, entre alicerces filosóficos e conceitos pessoais sobre o tema, opiniões foram trocadas e cada um seguiu seu caminho naquele dia.
Depois, em casa, me peguei pensando sobre a resposta que havia dado e ao meditar um pouco sobre sua extensão me deparei com a grandiosa simplicidade desta afirmação de Jesus: “Eu sou o filho do Deus Vivo” e somos todos filhos de um mesmo Pai que ama a todos sem distinção...
Realmente não há, em todas as quatro narrativas do Evangelho, outra frase (ou mensagem) que consiga resumir, como esta, a missão de Cristo na Terra. E a razão é óbvia: esta frase simplifica a nossa fé!
Pense comigo... Você conhece alguém que inicia uma apresentação pessoal com o seguinte título:
-“Eu sou fulano, filho de Deus, etc, etc, etc?”
Se conhece, me apresente, esta pessoa deve ter muito que nos ensinar.
Mas, se como eu, não só desconhece, mas também só relaciona esta frase diretamente com a pessoa de Cristo, reflita comigo sobre o seu real significado...
Ao vir ao nosso planeta, aceitando a condição humana, para nos lembrar da nossa condição de filhos de um mesmo Pai, Jesus torna muito mais fácil, para cada um de nós, a difícil missão que nos deixou com seus dois mandamentos definitivos: “Amai a Deus sobre todas as coisas” e “Amai ao próximo como a ti mesmo”!
Se realmente absorvermos esta verdade, anunciada e vivenciada por Cristo, de que somos Filhos de Deus e a vivenciarmos pela mente, pelo verbo e pelo coração, a missão Cristã se torna muito mais leve, pois passa a ser instintiva, visceral, plena. Que filho não ama o pai sobre todas as coisas?
Da mesma forma, o próximo torna-se ainda mais próximo, quando é irmão. Deixa de ser aquele próximo distante. È muito mais fácil um irmão amar o outro como a si mesmo do que a um desconhecido, ou não?
Simplificando o Evangelho desta maneira, Jesus nos mostra que amar a Deus passa a ser mais que uma obrigação, um mandamento, uma ordem. Amar a Deus deve ser algo natural. Amar ao próximo, de igual forma, passa a ser muito mais espontâneo, simples, fácil de ser feito.
E o porque de algumas passagens e encontros de Cristo fica tão mais claro à luz desta simplicidade. A samaritana, o centurião romano, o cobrador de impostos, a adúltera, todos irmãos. Caifás, Anás, Judas, Pilatos, todos irmãos.
Ao se apresentar como Filho de Deus e por isso ser condenado, Jesus nos mostra o tamanho do desafio que temos pela frente. O quanto uma verdade tão simples é tão inatingível para a vaidade, a arrogância e a sede de poder do coração humano.
Filho de Deus?! Blasfêmia!!!! Ontem, hoje e sempre! Todo aquele que desta forma se coloca publicamente é ridicularizado, como Jesus o foi. E por isso a mensagem final do Sermão da Montanha é tão forte: Bem aventurado sois vós, toda vez que o caluniarem e o difamarem por causa do Pai. Grande será a vossa recompensa nos céus! E quando pergunta a seus discípulos quem dizem que Ele é e alguns respondem Elias, outros Moiséis, que manifestação belíssima de exultação interior tem Jesus com a resposta de Pedro: “Tú és o Cristo, o filho do Deus vivo!”
Ele vibra! Ele percebe que alguém finalmente entendeu! Finalmente alguém pode guiar seus irmãos, porque tem consciência da essência de tua mensagem. Por isso Ele assim retorna a Pedro: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim o Pai que está nos céus. Também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja ,[3] e as portas do Hades[4] nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus e o que ligares na terra será ligado nos céus. E o que desligares na terra será desligado[5] nos céus” (Mt 16, 16:19)

Até a cruz e a Eucaristia ganham significados mais amplos. A expressão gráfica de intercessão entre o vertical e o horizontal da cruz, não por acaso coloca os braços do Cristo abraçando sua própria horizontalização, ou seja, sua humanidade, através da qual se irmana a todos nós!. Sem jamais perder este horizonte como missão, o resto de seu corpo se verticaliza na crucificação, manifestado o seu caráter divino. Filho do Deus vivo, Deus verdadeiro, de Deus verdadeiro. Que através de seu corpo, em cruz, se multiplica mais uma vez através do pão, para tornar todos um só, sentido inequívoco da Comunhão!

Simples como pão, simples como Filho, simples como Deus.

Alimento, Amor, Luz, Espírito Santo. Manifestado através da pomba, símbolo da paz, o Espírito nos revela o Pai Criador, através de uma das suas criaturas, um dos filhos de tua inigualável criação!

Todos somos filhos. Tudo é filho do Pai. Tudo d´Ele vem e a Ele há de voltar.

Filho do Deus Vivo, Jesus vêm até cada um de nós e nos diz: Pai Nosso!

De hoje, toda vez que você se apresentar a alguém, tente imitar a exultação de Cristo e dizer, cheio de amor no coração: “Eu sou filho do Deus vivo!” Sou filho de Deus, por isso para mim não é impossível amar ao próximo, não é tão difícil amar meu Pai sobre todas as coisas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário