quarta-feira, 6 de maio de 2009

One Touch



Vivemos a era digital.
Um mundo semi-virtual, no qual as pessoas se comunicam à distância, fortemente amparadas por um séquito tecnológico que as abastece de informações sempre atualizadas, quase que em "real time", instaurando entre nós a tirania do "estar on line".
Nada contra os avanços que nos permitem encurtar as distâncias físicas. O que coloco em cheque é se, realmente, estamos encurtando estas distâncias ou não...
Será que ao invés disso, não estamos nos dispersando em ilhas eletrônicas e, por mais paradoxal que possa parecer, mergulhando em um abismo digital que está nos usurpando a sensibilidade do toque?
Enclausurados pela violência e aliciados pelo comodismo, quase sem perceber temos trocado as visitas pelos emails, os abraços pelos torpedos, o jogo de olhares pela troca de imagens...
E a rapidez com a qual nos familiarizamos com tudo isso é tão absurda que mal dá tempo de acostumar com uma novidade e ela já é peça de museu, "já foi"!
Pior ainda: todos têm a obrigação de consumir esta avalanche de produtos e serviços, sob pena de se isolar do mundo e ser "um carinha aí esquisito" que nem celular tem...
Se eu me atrevo a dar este toque, que ele não seja um "toque de celular", mas um carinho com as mãos; não seja mais um "alerta de email" e, sim, um "cuidado" de amigo; não seja apenas mais um SMS e, sim, uma "mensagem" de coração pra coração, expressão humana de emoção e sonho, atenção e sentimento, coerência e amor.
Uma sugestão, para terminar?
Tire um dia desta semana para realizar seus sentidos. Troque seus toques...
Toque alguém com sua boca e sinta o sabor de um beijo no rosto; Emocione-se com algum pefume e faça alguém enxergar o quanto é importante pra você; Pare pra escutar a voz do outro e realmente ouvir o que ela está dizendo...
Humanize-se em plena era digital...
É só uma questão de tato. E porque não também de visão, olfato, gustação e audição?
Viva intensamente.
Viver é um barato!

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