quinta-feira, 7 de maio de 2009

Capoeira...




Roda, gira, dança, luta que poda o movimento
pra evitar que fira o outro, assim como na vida...
Elástica coreografia, branca alegria,
vinda dos negros da áfrica ancestral...
Dueto de atabaque e berimbau, com direito a benção,
aú, queixada, meia lua e coisa e tal...
Luta que imita a dança, dança que incita a vida,
vida que em si, é luta...
Particularmente nunca fiz capoeira...
Mas sempre entendi que está todo mundo na roda,
quem veio pra lutar, quem veio pra assistir,
quem veio só jogar, quem veio só curtir...
A vida é capoeira, vai ter sempre alguém
jogando areia enquanto outro alguém luta...
Um se arrisca entre saltos e golpes cadenciados,
enquanto outro é só artista,
com nem um pouco sutis comentários velados...
Capoeira é espetáculo, vida também...
Quanto mais simples, mais pura, mais verdadeira
é a mistura entre claro e escuro, preto no branco,
pele e bata, siri batendo na lata, enquanto o mundo se globaliza,
tentando novamente ser tribal...
A roda gira, a terra para, por alguns segundos tudo para...
Gente sai da roda, gente nova quer entrar, participar, dançar, lutar, viver...
Descalça parceria, sintonizada no som, abandonada na cor,
sincretizada no mimetismo da dor de cada ser...
Capoeira sou eu, é você, é o mundo.
Cada segundo põe cada um de nós à prova,
enquanto a terra roda, enquanto a vida é roda...
Círculo perfeito, que começa e termina em cada um de nós...
Capoeira é uma voz, um chamado, um caminho.
Porto seguro, aliança de gente, corpo fechado.
Alma que se abre, pede licença e passa,
cheia de graça e ginga, movimento e cadência...
Por um instante o mundo está unido,
gente se coloca lado a lado, para aplaudir gente.
Isto somente já tem seu significado...

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