quinta-feira, 7 de maio de 2009

O NEO TERRORISMO




É absurdo, mas é verdade: o mundo está perdendo a sua capacidade de filtrar os discursos vazios...
Não sei se é fruto de uma insensibilidade provocada por décadas de hipocrisia ou se pela própria indiferença global que assola nosso planeta, cuja origem se concentra no culto à esfera do eu, mas o fato é que não há mais líderes em quem se espelhar, não há discursos capazes de gerar atitudes, há apenas este vazio, produzido pela incoerência entre o falar e o agir...
Instituições estão perdendo forças seculares...
Pilares estão cedendo...
E aqui e ali restam escombros de verdades, num cenário pós-nuclear de ceticismo e desconfiança, egoísmo e mesmice, que nos faz refletir muito sobre futuro e esperança...
Crianças mortas pelos pais, pais assassinados por suas "crianças"...
Apocalipse, now?
De repente o absurdo passa a ser notícia diária e constatamos a imensa capacidade humana de se acostumar com o inaceitável...
Gente morrendo de fome, fotos de esquálidas criaturas dividindo restos de lixo com os abutres, adivinhando que em mais algumas horas serão elas as carniças expostas desta sociedade patética e globalizada...
Gente morrendo por causa das pestes. Milhões e milhões de cédulas gastas para cultivar a indústria da doença. E as nossas células??? Ou será que alguém duvida que já poderíamos ter a cura para o câncer, a aids, a dengue, o ebola e tantas outras moléstias que assolam gente igual à gente pelo mundo afora?
Mas o que seria, então, da indústria farmacêutica? De que se alimentariam os multinacionais laboratórios? Como ficariam seus lucros?
Gente morrendo na guerra. Milhares de civis e soldados mortos nas guerras inventadas pelos seus "líderes", defendendo pátrias que simplesmente os ignoram, os reduzem a números, a estatística, a perdas... Milhares e milhares morrendo inocentemente no fogo cruzado dos interesses vis do crime organizado... Milhares e milhares envolvidos, sem querer, na luta pelo poder do narcotráfico... Milhares e milhares caindo, atingidos pelos tiros perdidos de uma violência desenfreada causada pelo descaso de governos omissos, letárgicos, insípidos em seus "ideais" contraditórios e hipócritas...
Gente morrendo de morte nunca antes pensada... Nardonis, Richthofens, sobrenomes que se destacam entre tantas outras anônimas mazelas do dia a dia do crime... E, agora, o austríaco... Carcereiro, estuprador, usurpador, assassino e carrasco dentro de sua própria casa, vitimando sua própria família...
Senhoras e Senhores levantem-se, batam palmas, chegamos ao ápice da miséria humana...
Somos todos participantes, agentes, protagonistas ou figurantes, compactuando com o caos... Cavaleiros errantes sobre os corcéis do apocalipse...
Ninguém mais está disposto a oferecer a cara, a levantar a voz... O barulho do mundo lá fora a abafaria rapidamente, não valeria o sacrifício...
A turba então se cala e se contenta com pão e circo...
Quem paga o mico?

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