sábado, 26 de abril de 2014

Tragédia de vidas passadas (Cap.02)

                                                                                 II



Não, não, não podia ser verdade. Sam acordou atordoado! Que notícia era aquela? Não podia ser, ele havia de ter sonhado aquele pesadelo! Aquilo parecia até capítulo de novela! Não, não podia ser o fim... De repente estavam pisando, de uma vez, em todas as flores de seu jardim... Um jardim cuidado a cada primavera! Não podia ser...Não, não, não ela! Mas a voz do outro lado do celular possuía o timbre frio da verdade! Agora era tarde... A fortaleza ruiu...Foi ao chão sua cidadela...Teresa ia mesmo casar e estava partindo de navio, pro Rio, ou algum outro lugar...casara-se com um amigo, desilusão e castigo por se tratar de um igual... Quantas vezes ele havia olhado pro próprio umbigo e se perguntado quando teria coragem de atravessar a fronteira e se declarar apaixonado... Agora estava ali, no limbo de seu próprio cio, pavio cortado antes de queimar... E não lhe restava nem um adeus de consolo, nem um endereço pra postar, quem sabe uma carta, uma poesia, uma canção, um solo de violão, um desabafo tardio, lamento de um coração a sangrar...E a dor, aquela insistente companheira de sempre, voltava a lhe lembrar que estava ali, presente, como a testemunhar o ridículo de seu choro compulsivo...Pobre Sam...de joelhos, a esgarçar com as próprias mãos toda e qualquer esperança de uma paixão...

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