domingo, 26 de julho de 2009

Ser ou não?




Ser!
Ou não?
Um grande amigo costuma dizer que o "ou não" é a questão mais covarde que existe!
Segundo ele, a sua covardia está no fato de não deixar saída, não permitir argumentação. Ser definitiva no seu questionamento. Nenhuma verdade se sustenta com um "ou não". Inclusive esta. Seria tão fácil contrapor esta afirmativa. Bastaria um "ou não"...
Ou não?
Então Hamlet e Shakespeare eram grandes covardes, que se escondiam de seus medos na pergunta definitiva?
Ou não?
Apenas uma interrogação?
Largada no espaço, entre um e outro ato do espetáculo da criação, o "ou não" pode ser definitivo, covarde, pode vir cedo ou tarde, quando arde uma paixão, algo que invade o peito e contrapõe conceitos, traz à tona deveres e direitos, seduz pela contradição. Não deixa de ser prisão, mas ao mesmo tempo é asa que liberta da simples aceitação deserta, do amém irrefletido, imposto pela alienação.
Ser ou não.
Ser ou não pode ser uma covardia, mas também é de uma exatidão e de uma picardia, que passa a ser uma tentação...
Ser...
Ser ou...
O Ou sozinho é amplo, porque aberto, democrático, emblemático na oportunidade da dúvida, da bifurcação, das diferenças.
O Ou é uma crença, uma sentença de conversação.
Ser não...
O não sozinho é uma delimitação, é fronteira, limite, é necessária e construtiva negação...
É contraposição de gerações, crescimento, evolução, desmitificação.
Mas quando se juntam, se untam e se completam, transformam definitivo em interrogativo...
Ser ou não...
Não ser...
Não ser só...
Não ser só ou...
Não ser só não...
Ser...
Ou não...
Ou não ser...

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