quarta-feira, 8 de julho de 2009

Seguindo...




Quem segue quem, afinal?
Os pés seguem as pegadas ou as pegadas seguem os pés?
A sombra segue o corpo ou o corpo segue a sombra?
Quem assombra mais?
O sol, na sombra?
Ou as sombras da lua sobre um jardim de girassóis?
Ou ainda as sombras nas ruas onde sobram perigos pra nós?
Quem persegue quem, no fim?
A realidade persegue o sonho, ou o sonho é que está mesmo a fim?
Quem consegue o que?
E como acaba por conseguir?
Basta querer e ir?
Há quem navegue nestas questões...
Mas há também quem só pegue uma carona nas suas próprias ilusões?
Preocupados com o brilho de uma luz que os cegue...
E os segue também...
Há os que insistem em ir mais além...
Ir até onde o diabo os carregue, os balance e os chame de nenéns...
Há também quem se renegue, se negue...
E há quem se esfregue nos corpos esquálidos de uma multidão faminta
e depois se entregue, mesmo que já nem sinta...
Há quem se apegue a tudo e a todos e, assim, regue a si mesmo, no esmo...
Quem segue quem, afinal?
O mal segue o bem ou ninguém quer o mal?
Há quem vergue diante da injustiça, mas também há quem segue adiante,
sem realmente saber responder o que lhe move...
Luzes, câmeras, ação, música, bebida, sexo?
Ou um simples Engov?
Há quem se renove...
Há quem se drogue...
Há quem se molde...
Quem segue as tendências de quem?
Há alguém que se copie?
Levante a mão e se apresente, apresente também as armas...
E antes que alguém se jogue, pare pra pensar um pouco,
se é o mundo que está louco ou somos nós,
herdeiros de um paraíso em transe, no meio do fogo cruzado...
No meio deste caos, entre guerras e pessoas,
entre rastros de suor e sangue, entre massacres dignos
dos mais consagrados bang-bangs,
o eco de uma pergunta não quer calar,
talvez nem queira mesmo responder...
Quem seguirá amanhã o dia?
Quem seguirá em frente apesar de tudo?
Quem manterá o passo?
Quem descruzará os braços,
nem que seja pra oferecer um amasso,
ou quem sabe algo mais nobre,
como um abraço.
Fácil?
Ou frágil como um cristal?
Então responde, sem pestanejar:
Quem segue quem, afinal?

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