quinta-feira, 9 de julho de 2009

Apenas Imagine...




Imagine uma cidade. Com muros feitos de água.
Uma cidade onde só se entra limpo, banhado de transparência azul...
E de onde também só se sai assim, com o corpo purificado...

Do lado de dentro destes muros, jardins feitos de nuvens, de todas as cores,
flores de pôr do sol, caules de amanhecer, raízes de horizontes, tempestades de folhas, entre alamedas de arco-íris...

No meio, um castelo medieval feito de vidro, absolutamente transparente, com aparência frágil e solidez de rocha. Lugar de acolhida, de banquete, de alegrias, festejos, sorrisos, descanso, lazer, celebração de ser...

Bem à sua frente, uma praça feita de terra. Todos os tipos de terra. Do pó à argila, da lama ao barro, da areia molhada da praia à areia seca do deserto. Todo dia aquela praça ganha contornos diferentes, com o jeito da gente que nela esteve e com as formas que o tempo resolveu moldar...

Ali perto, um templo feito de fogo. Chamas de todas as cores, de todos os tipos. Gigantescas labaredas azuis entre velas pequeninas. E entre o visitante e o fogo, frágeis paredes de vento, conduzindo até o altar, feito de lava consistente. E incandescente.

Todas as construções feitas de pétalas e folhas, galhos, palhas e troncos, madeira viva, antiga, retorcida em mesuras naturais para servir seus donos, como servas fiéis, amorosas, amigas, comprometidas...

Do lado esquerdo da praça, um leito de rio feito de pedra, conduzindo a uma montanha invertida, cachoeira endurecida pela desconstrução humana. Monumento sagrado, guardado como um alerta para as gerações futuras. Elas, que também visitarão um dia este recanto esquecido entre a razão e a imaginação, terão idéia do que pode ter sido um dia o ideal da civilização...

Do lado direito uma caverna, feita de ossos. Dentro dela, expostos em vitrines de plástico, os figurinos da moda, de todas as épocas passadas. Entre chifres, peles, plumas e couros de animais, modelos e modelitos ultrapassados, outro alerta aos que virão: o consumo exagerado...

Agora imagine o centro desta cidade, pulsando dentro de você.
Como um incrível coração ritmado, onde circulam pessoas de todos os tipos, raças, credos, cores, entre avenidas arteriais e ruas venosas...
Não é incrível?!
Você pode ver?!
Talvez por causa disso, ainda valha a pena crer...
Somos imagem e semelhança criativa...
Só nos resta elegermos o bem pra nos reger...
Somos todos aldeias, cidades receptivas, mas com medo, só fazemos nos esconder.
Abrir as portas pra uma nova realidade nos parece tão absurdo como imaginar uma cidade assim...
Mas, acredite, ela está em você, como está em mim!

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