quarta-feira, 22 de julho de 2009

"Comida de gente é texto" - Uma homenagem ao talento de Luise Costa Lima



Tenho uma amiga, colega no ofício da escrita, que diz que "comida de gente é texto". E alguém se atreve a questionar?
Desde os tempos mais remotos o ser humano tem se alimentado desta mágica receita que mistura palavras e sinais, temperando de informação e inspiração os pobres mortais que habitam este planeta, viajante do tempo e do espaço...
Há os que prefiram dois dedos de prosa, é verdade. Mas até aí, o cardápio é vasto!
Vai uma nota, como antepasto? Ou seria melhor um prefácio?
Quem prefere ir direto ao assunto, pede uma matéria jornalística, recheada de presunto.
Uma salada de cronistas sempre cai bem. É leve, equilibrada, deve ser até cotidiana.
Acompanhada de música, a letra da canção faz bem ao coração, como uma sopa de letrinhas, sem muita gordura, tanto na estrofe, como no refrão...
Na linha light, um artigo grelhado, saído do forno, inteligente e atual, é muito bem indicado.
Mas não vamos esquecer os que preferem algo mais forte. Pitadas de suspense entre dramas já escaldados. Ou personagens ensopados de características únicas em um romance que dá água na boca a cada página... Quem gosta de algo mais apimentado, sempre pode escolher um Jorge Amado...
Como acompanhamento, um livro de bolso é sempre uma pedida clássica. Mas querendo um molho especial, que tal algo encorpado, tipo um comentário de Jabour?
Como prato principal, recomendo saborear o recheio da bíblia. Garantia de um sabor sobrenatural, sempre confiável e extremamente saudável, seja a hora que for...
Hora da sobremesa...
Quem não se delicia com um quindim de poesia? Doce, métrico, saborosamente inusitado... Ou você prefere um soneto em calda? Quem sabe uma compota de novelas?
Ou um bom bocado de roteiros de filmes. Uma comédia romântica pra continuar no doce. Ou quem sabe um drama caramelizado, flambado com uma bela história de amor?
Tudo isso, por alguns trocados, uns contos que sejam...
Tudo bem, conto é coisa do passado, estamos em tempos reais.
Antes do cafezinho amargo, como um livro de Saramago, deixemos o texto de lado, esqueçamos o roteiro, nada de estresse com o enredo, com a continuidade.
Da quase mudez de Adão e Eva, passando pelos diálogos de Platão, até chegarmos aos nossos parlamentares e seus trílogos, há que se cuidar do epílogo, para que a refeição se complete com um belo digestivo...
Sugestivo?
Então, passe a olhar sua estante como um belo cardápio. E se alimente com vontade, mas sem excessos. Como diriam os titânicos poetas musicais: “Você tem fome de que?”
Responda você mesmo, não aceite palpites.
E um bom apetite pra você!

Ah, como sugestão da casa, pra quem quer alimento do bom,
vale uma conferida no blog e nos textos de Lu: palavradeluise.blogspot.com

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