sábado, 10 de janeiro de 2015

Num lugar distante de Paris (Arte: William Turner Distante River and Bay,Museu do Louvre, Paris)



Enquanto o mundo insiste
Em ser, assim, contraditório
Eu vejo olhares tristes
Perdidos nos campos do ilusório

Correndo por aí
Sem nunca ter pra onde
Querendo consumir
Tudo que a vida lhes esconde

E olham o bonde seguir
Pelas ladeiras centenárias
Dançam sem pares por aí
Entre as cadeiras solitárias

No meio do salão
Olhando o espelho
Da contradição
Vestidos de vermelho
Enquanto choram
No saguão!

Eu vejo olhares tristes
Que aos pares ainda resistem
Ao menos em se olhar...
Nos bares buscam alpiste
Milhares não desistem
De tentar voar

Quem sabe dessa vez?
Quem sabe só mais uma vez?
Quem saberá?

Era uma vez quem quis ser só...
Era uma vez quem só não quis...
ser só...

Era uma vez quem só quis ser feliz
Num lugar distante de Paris!

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