segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Cegossurdomudo




Não há nada de novo
sob o sol dos homens
a cortina de fumaça
e as bravatas
continuam acinzentando
o céu!

Não há nada de povo
nos paletós do parlamento
não há sequer uma traça
nas gravatas
ou algum dedo apontando
para um réu...

Ninguém sabe de nada
enquanto tão poucos
sugam tudo!
Ninguém quer saber de nada
Tudo cego-surdo-mudo!

Não há nada de sonho
nos aventais do tempo
os serviçais seguem o exemplo
das rotinas baratas
sob o véu...

Não há nada mais medonho
que os castiçais sem chama
os comensais vivem sem drama
haja gente ingrata
sob o chapéu...

Ninguém sabe de nada
enquanto tão poucos
sugam tudo!
Ninguém quer saber de nada
Tudo cego-surdo-mudo!

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