terça-feira, 24 de novembro de 2015

Adeus a Cabuçu



A velha casa
ainda de pé
quase em ruínas
já condenada
como o templo
da fé
do qual só resta
uma cruz
por cima!
Quantas lembranças
do tempo de criança!
Quando a alegria
de alimentar
os animais
nos trazia uma paz
difícil de contar!
Tempo de esperança
correndo solta
nos quintais!
E os sonhos,
suculentos
como as mangas,
pareciam multiplicar
nossos sentimentos
quando assumíamos
a condição de capangas
da aventura e dos momentos
que às vezes faziam
até o tempo parar!
A velha casa ainda de pé
suspira de saudade
daquela inquietude juvenil!
Ali tudo era
em plenitude!
A vida andava a mil!
E a vista de um azul
sem fim,
transformava em pomar
o tapete das ondas!
Lá íamos colher
e plantar
lembranças!
Doces como carambolas,
breves como um temporal!
Ali não era a gente
que corria atrás do carnaval!
Era Carnaval que dava
carreirão na gente!
Pura folia
de uma meninada
contente!
E entre cabritos
e bezerros,
pés de cajarana
e de cajú,
risadas, brincadeiras
e berros
dos tempos felizes
de Cabuçu!

Nenhum comentário:

Postar um comentário