sexta-feira, 29 de julho de 2011

Dias, tardes e noites




Tem dias que acordam a gente
com uma bandeja de nostalgia...
Uma saudade indecifrável,
que a gente nem sabe porque sente
e uma vontade insaciável
de fazer poesia até o sol virar poente...

Tem gente que chora nestes dias...
que faz das lembranças, dramaturgia...
Gente que volta a ser criança e quer viver de fantasia...
E gente que ora e implora pelo fim dessa agonia...

Tem tardes que beijam a gente
com canções do vento que sopra do oriente...
Uma viagem indescritível
que a gente nem cabe de contente
numa miragem inacessível
no meio do deserto da gente...

Tem gente que se alegra nestas tardes,
que faz das lembranças, companhia...
Gente que volta a entrar na dança com a música que invade...
E gente que cora e explora as próprias galerias...

Tem noites que embalam a gente
com visões de um tempo transcendente...
Um sonho indissolúvel
e a gente até arde, incandescente,
num destino tão volúvel
na nossa cidade inconsciente...

Tem gente que se liberta nestas noites,
que faz das lembranças, alforria...
Gente que quebra as algemas e os açoites...
E gente que faz deste instante, alquimia...

Nenhum comentário:

Postar um comentário