terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Os desafios da superficialidade...



Início de ano, tempo de projetos, resoluções e planos...
Tempo também de refletir sobre os enganos que impomos a nós mesmos, na incoerência diária entre o discurso e a prática!
Tempo de olhar no espelho da alma e enxergar a superficialidade da nossa fé, o comodismo de nosso "cristianismo", a inconscistência de nosso catolicismo, muitas vezes voltado e focado pro nosso próprio umbigo!
Um momento propício para procurar os próximos mais próximos e a eles oferecer o nosso Amor, o que há de melhor em nós!
A relação com a esposa, o marido, os pais, os filhos, os irmãos, muitas vezes traz desafios muito maiores de desinstalação e doação do que os próximos desconhecidos a quem costumamos estender as mãos!
Por que não estender ao próximo mais difícil o coração?
No templo das nossas diferenças e contradições, as emoções geram tantos conflitos, tanta indiferença e distanciamento, que muitos se habituam com isso, sem qualquer compromisso com a própria missão...
Na Bahia, os ditos "calundús" que a intimidade costuma produzir, faz gente que se ama deixar de se falar, parar de se curtir e o que é pior, muitas vezes, passar a competir...
Vemos isso nas famílias, entre amigos, em grupos, nas redes sociais, nas paróquias, nas igrejas...
Uma preocupante falta de paz, distante da nossa fé e de nosso discurso... Uma prática que deveria já estar em desuso...
A paz que pregamos para o mundo, mas que começa em nós mesmos e, muitas vezes, deixamos se perder nas fronteiras de nossa própria incoerência é uma tremenda contradição!
Vivemos os desafios da superficialidade! Afinal, ser cristão de boca exige tão pouco de nós! Ser cristão de voz e não de atitude nos aproxima tanto dos fariseus e sacerdotes do tempo de Cristo...
Os tais hipócritas que tanto indignavam a Ele e a João Batista... Os mesmos que, em nome da fé e da religião, decapitaram João e crucificaram Jesus! Os cegos que apontam pra Luz...
E nós? Quantas vezes não temos tido esta mesma atitude? Decapitando e crucificando, competindo, julgando e condenando muitos dos que nos são mais caros...
Transformar esta realidade é um imenso desafio para o "Ser Cristão" de cada um de nós...
Deixar de lado a emoção exagerada, a razão ensimesmada, o ciúme, a inveja, a ilusão de um poder transitório, de um "status" momentâneo e atravessar as nossas próprias fronteiras para enxergar no próximo mais próximo o irmão necessitado que mais precisa de compreensão, de acolhimento, de luz!
Basta de leigos acomodados numa "beatitude" circunstancial, de Ministros da Eucaristia que dentro da própria casa não tem diálogo com sua própria família, de sacerdotes que se esvaziam de luz e sal por coisas tão mesquinhas...
Está em nossas mãos! Sempre é possível mudar o final! Incômoda reflexão... Difícil decisão... Revoluções em nosso ser!
Mas como diz a canção: "se fosse fácil ser cristão, não haveria nem porquê!"
Longe de toda humanidade encontrar perfeição. Nunca seremos perfeitos nesta atual condição...
Mas ao dar o primeiro passo no sentido da paz pra nós mesmos, ao menos estaremos na melhor direção!
Um feliz mergulho em si mesmo em 2018, bem longe das perigosas correntes da superficialidade!

Nenhum comentário:

Postar um comentário