terça-feira, 23 de janeiro de 2018

À margem da verdade...




Alguém por aí
está ouvindo
o silêncio dos ninguéns
que estão dormindo
nas esquinas violentas
das cidades
como índices
de uma recessão
anunciada?
Alguém por aí
está sentindo?
Vivendo a dor
de se sentir abandonado,
à margem de direitos
e igualdade,
distante do mínimo
de dignidade?
A desumana tragédia
alimentada!
Alguém por aí
está se rindo,
depois de um trago
de bebida importada,
depois do discurso
frio e sem compromisso,
aplaudido por uma turba
ensaiada, militância
paga a favor do senhorio...
Alguém por aí,
sempre no cio,
é auto-imune
à própria responsabilidade...
As milhões de almas
violentadas
não fazem parte
da sua mesquinha verdade...
A hipocrisia ensimesmada
diante do espelho
suja de vermelho
a paz hoje enjaulada...
O julgamento
com direito a picadeiro
a juízes companheiros
da farsa impregnada
é tão somente
um ilusório vespeiro
uma paródia
pra dar em nada...
Alguém por aí
de mãos dadas
com os banqueiros
continua aventureiro
locupletado das mais
falsas glórias...
Que histórias
ainda inventarão
pra contar a história
de um ladrão farsante
que usurpou a esperança
do nosso gigante?

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