sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

O Acaso não comete enganos



Se o futuro alcançar
o movimento dos meus planos
deixar as redeas no lugar
lançar as redes, ser cigano

A resistência sossegar
concreto é puro desengano
sob o abstrato arriscar
guardando apenas os que amo

melhor desacelerar a voz
que disparar a luz no escuro
o rio que encontra o mar na foz
do que se equilibrar no muro

Se o futuro acompanhar
os habitantes dos meus planos
tirar o pé, deixar estar
o acaso não comete enganos

os viajantes vão chegar
pra enfeitar minha varanda
e as crianças vão brincar
de pega-pega e de ciranda

melhor frear o que é veloz
desaprender a correria
pra desatar antigos nós
que aprisionam a fantasia

Nenhum comentário:

Postar um comentário