Os ídolos continuam sendo adorados...
Não mais na forma de bezerros de ouro...
Mas nos mitos mantidos por nossos apegos e egos, tão cegos...
Os ídolos continuam dividindo, continuam separando, fomentando discórdia e ira...
E, nesta idolatria, o direito vai se perdendo, a justiça sucumbindo, os fins justificando os meios, sem freios...
Os ídolos pemanecem sendo adorados...
Nas certezas proclamadas contra todas as evidências, na tristeza das mais inesperadas incoerências...
Inconsistências de nossas rasas e humanas verdades, colocando acima da lei os ícones de nossas insólitas vaidades...
Sobre pedras e pilares, imaginários altares de nossa incosciência, os ídolos vão sendo colocados...
E vão se apoderando, sem cerimônia alguma, da nossa própria liberdade...
Os ídolos desejam seguidores manipulados, escravizados...
Bem diferentes de Deus, que ama a nossa liberdade!
Em nome dos mais básicos valores, pelos quais passam por cima como tratores movidos pelos próprios interesses,
os ídolos exigem favores e benesses, oferendas e sacrifícios, no exercício de um fanatismo sem preces...
Ignorando o estado de direito, os ídolos são insuspeitos, nada sabem sobre pecados e defeitos,
nem seus nem dos seus liderados...
Os ídolos olham pro espelho e se enxergam sagrados, ilibados, perfeitos...
Afinal, o ídolo foi feito para ser adorado...
Acima de tudo e de todos, o ídolo se acha intocável...
Sua arrogância é auto-sustentável!
E enquanto os princípios de ética e honestidade vão desaparecendo, vai se desvanecendo também a civilidade...
E para nosso espanto, em nossas famílias, entre nossos amigos, nos lugares mais inesperados,
percebemos, horrorizados, que, bem ao nosso lado, os ídolos continuam sendo adorados..
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