segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Janelas dos olhos




E das janelas dos olhos
escorrem pingos de choro
chuva de emoções sobre a pele
sal do próprio soro...
Histórias e lembranças
andam de mãos dadas numa mente,
nuas, sob o sentimento transparente,
desfilam entre pensamentos e ruas...
E das janelas dos olhos
escorrem gotas de saudade
embaçam a memória
de incertezas e verdades
enquanto, ainda à tarde,
percebe-se no céu o clarão da lua...
O tempo cumprindo seu papel...
Personagem que simplesmente atua,
enquanto as cortinas abrem seu véu
e sobre o palco um bêbado flutua
apaixonado pelo álcool,
embriagado da ternura mais crua,
enquanto sua diva, num salto, alto,
termina o último ato,
com a fala que é só sua...
E das janelas dos olhos
nascem, cheias, duas luas...
Derretem sua luz
na madrugada,
florescentes como
lágrimas de fadas
regando os jardins
além da rua!

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