quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Santa Dulce dos Pobres e os milagres das inspirações


 



Ela já nasceu com nome de duas santas: Maria, mãe de Cristo e da Igreja, senhora da entrega e do sim e Rita, a Santa da paciência e abnegação. Maria Rita Lopes Pontes, no entanto, preferiu o nome de Dulce e adotou o título de irmã!

Neste outubro em que a Igreja, a Bahia, o Brasil e o mundo celebram sua canonização, a vida da Santa Dulce dos pobres ganha novos capítulos para nossa reflexão e meditação...

Muito mais importante que as imagens, camisas, terços, agendas e demais souvenirs que com certeza se multiplicarão a partir deste outono, é que se multipliquem aqueles que conheçam e se dediquem de alguma forma à obra social  deixada por ela. Muito mais importante que o título de santidade em si é que o exemplo que ela deixou, ao olhar para quem ninguém mais olha, continue inspirando outras tantas pessoas a abraçar o seu legado! Muito mais importantes que os dois milagres que contribuíram para a sua canonização, são os milagres diários que continuam ocorrendo para que o Hospital
Santo Antônio e suas obras sociais continuem de portas abertas atendendo àqueles que não tem mais a quem recorrer...

Neste Outubro abençoado, Irmã Dulce não se transfigura em santa sozinha...Com ela estão sendo canonizados milhares de anônimos santos voluntários que já partiram para o andar de cima e deixaram profundos testemunhos de amor ao próximo e dedicação ao serviço generoso nesta obra divina! (Lembro aqui de Dulcinha, Tia Anna e Tio Levy entre tantos!)

Como Maria, Santa Dulce foi mãe, foi sim, foi cuidado, foi carinho, foi aceitação, foi serviço, foi fiel, foi confiante, foi cheia de graça enquanto habitou entre nós! Como Rita, foi paciente, abnegada, orante, misericordiosa, determinada e caridosa! Da invasão do galinheiro às visitas do papa, A Santa Irmã foi muitas vezes testada, provada, enquanto religiosa cristã!Foi caluniada, perseguida, maltratada, usada, desprezada e ignorada pelos poderosos de plantão...Por alguns deles também foi respeitada e ajudada...Mas acima de tudo, foi, é e continuará a ser amada pelo povo que abrigou no coração!

Neste outubro, além da devoção à Santa dos Pobres, além da celebração de sua canonização, além da festa, da cerimônia, dos rituais, das missas, que tal abraçar a irmã pobreza a quem ela tanto acudia? Que tal acolher a irmã miséria, a quem ela tanto compreendia? Que tal aconchegar a irmã ignorância, a quem ela tanto ensinava? Que tal abrigar a irmã revolta, a quem ela tanto sossegava? Que tal, você, do seu jeito, voltar para o mais necessitado seu olhar de Dulce e fazer a diferença na vida de alguém? Que tal você se desalojar do conforto da sua vida e aceitar a missão de ser "Dulce" para um semelhante? Não precisa largar tudo, não precisa ir tão fundo, como, por exemplo, fez a outra Maria Rita, sua sobrinha e substituta que, com vocação e carisma bem diferentes da tia querida, abraçou a OSID e tem colocado ali seu talento, seu conhecimento e sua vida, trazendo profissionalismo e organização e mantendo o Amor ao próximo como princípio de tudo. Não, não  é preciso tanto... Basta um gesto, uma mudança em sua rotina, alguns momentos dedicados a alguém que talvez nunca saberá seu nome...A simples decisão de espalhar o bem, sem olhar a quem...

No fundo de meu coração, sinto que esta multiplicação de fraternidade, esta epidemia de solidariedade, este carnaval de generosidade trariam muito mais alegria ao coração da Santa dos Pobres do que qualquer título, homenagem ou monumento em sua memória!

Tive o privilégio de estar com Irmã Dulce três vezes... Em duas delas contemplei seu silencioso e profundo carinho para com os mais carentes...Na outra, pedi ajuda sobre como ajudar na evangelização das suas crianças de Simões Filho, num serviço ao qual nos dispomos na época.  A primeira coisa que ela disse:
- "Não falem logo de Deus para eles... Eles são filhos da revolta, da desconfiança... Joguem futebol, volei, brinquem com eles, ganhem sua amizade...É pelo bem querer de vocês que eles sentirão Deus em suas vidas!"

Com o coração cheio de alegria e gratidão, junto minha voz a tantas vozes para louvar a vida da primeira santa brasileira!

Longe de não valorizar este momento, que tenho certeza inspirará muita gente no Caminho, na Verdade e na Vida,apenas aceno com estas palavras para o que considero essencial nesta linda história de Amor!




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