Francisco, em êxtase,
no apogeu do seu caminho,
eleva-se, leve,
cego, doente, sozinho...
Sua caverna se abre
seus andrajos se rasgam
sua carne se desfaz,
e enquanto canta a sua alma...
seu espírito se refaz!
Francisco flutua
entre sorrisos breves
abraçando irmãos espinhos
se tornando, ele, ninho...
galho de árvore para
os passarinhos...
que lhe emprestam asas
e nele se sentem em casa...
Sua dor eles espantam...
enquanto cantam,
Francisco chora...
Francisco ora...
será chegada a hora
de abraçar o seu Senhor?
Uma luz estranha...
que invade as entranhas
do instrumento
da Vossa paz...
Oh Mestre...
eu não sou digno
de que entreis em
minha morada...
Mas Tu vens
e iluminas
a minha caverna...
Essa luz tão Clara,
é tão amada...
me sopra que a morte
não é nada...
mas é morrendo
mas é morrendo
que se vive
para a vida eterna!
Francisco levita,
se santifica,
asas abertas
seu corpo se liberta!
No mais profundo
No mais profundo
aconchego
dos braços do seu Senhor
ele abandona
seu último apego
e se torna pleno
no Amor!
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