quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Um segundo para o fim do mundo




Por uns segundos pense seriamente se o mundo terminasse amanhã, de verdade.
Feche os olhos e pense em tudo o que teve vontade de fazer e não fez!
Erga o peito e eleve tudo o que poderia ter feito melhor...
Abra os braços e entregue tudo o que de fato fez e se orgulha!
Lembre de quem gostaria de abraçar, com quem gostaria de estar, de quem sente saudades, quem adoraria rever, quem sorriria só de olhar, quem choraria só de ouvir, quem você procuraria pra se declarar, pra se desculpar, ou simplesmente pra se despedir...
Por uns segundos, pense no mundo que, de fato, importaria!
Lembre das palavras que freou, dos sapos que engoliu, das bocas que beijou, das mãos que segurou, dos olhos que provou, das lágrimas que dividiu, das gargalhadas que compartilhou, dos sonhos que curtiu, de tudo que, embora passado, agora está aí ao seu lado, te dando colo e abrigo nesta hora de adeus!
Pense em sua família, em seus amigos, em seus irmãos de vida!
Por uns segundos...
Faça o mundo parar...
Pelo menos dentro de você!
Faça a correria acabar!
Se dê a chance de perceber o que realmente interessa...
Sem pressa...
Respire todo o tempo que precisar!
Tempo é oxigênio, faz a gente voar!
Por uns segundos, imagine o que você, hoje, não se atreve a ousar!
Imagine um mundo sem dinheiro, um tempo sem competição, cidades sem violência, toda gente com educação. Desejos livres de mesquinharia e ganância, de inveja e manipulação!
Por míseros segundos...
Eleja sua canção favorita, cantarole, assobie, deixa a música dar vazão!
Dance uma coreografia esquisita, pule sem motivo, sem medo de censura ou difamação! Quem poderá dizer o que amanhã de manhã, se o mundo vai se acabar?
São míseros segundos...
Pense na destruição!
Invasão de águas, chuva de cometas, tempestade de estrelas, explosão?
Clique na sua opção no imenso monitor da imaginação!
Por uns segundos, tudo está nas suas mãos!
O que você faria?
Daria ao mundo uma nova chance?
Imporia como condição uma sensível transformação?
Ou apertaria o botão?
Mais alguns segundos e você voltará à razão...
Fugirá desta “prosapoesia” como quem corre pras cavernas de Platão!
Que bombardeio foi este de utopia?
Que dia...
Que hora...
Que minuto!
Calma...
Antes que você fique com a rima, tente colher o fruto deste exercício maluco...
Estes são os últimos segundos...
Falta pouco pra terminar a agonia...
E então?
O que é que você faria?

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