sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Compreensivelmente



Suas formas suaves
me lembram tenazes
flutuando entre aves
e matizes de lilases
num espetáculo celeste
de fim de tarde!
Dançarinas e atrizes
em coreografias sutis
sem nenhum deslize
desfilam seus tons gris
conduzidas pelo vento leste
enquanto o sol ainda arde
e tanta gente é feliz!
São só nuvens?
Há quem compreensivelmente
duvide....
O sincronismo
de seus movimentos
não pode ser
simples acaso
de ventos...
Correntes?
Como, se estão livres?
De lá para cá
ousam se transformar
quantas e quantas vezes
a vida lhes inspirar,
ou seria melhor dizer
expirar?
Como assim,
só nuvens?
Bocados aglutinados
de água e gás
sem alma
e sem razão?
Não!
Deve haver
uma outra explicação!
Quem sabe
de algum Xamã,
capaz de enxergar
além do óbvio,
como fazem os sábios,
como fazem os lábios
antes do primeiro beijo...
Como faz a manhã
antes do primeiro sol...
Tem que haver
algo mais...
Talvez algo
que tenha a ver
com esta paz
que costuma visitar
o coração
quando, entregando
ao céu e às ondas
meu olhar,
meu transe
se transforma
em oração!

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