terça-feira, 15 de outubro de 2013

Assalterópolis (sobre "Mulata Grande" de Carybé)



A esfinge
do seu sorriso
desafia o olhar
mais preciso
a te decifrar...
O que deseja
devorar
sua alegria?
O que devo
desejar?
O deserto
nunca esteve
tão perto
da velha
sala de jantar...
O tempo
anda incerto
e as tempestades
de areia
voltam a desenhar
seus mapas,
para nos lembrar
que o destino
está aberto,
como um livro
sobre o sofá...
Não há pirâmides
sob os tapetes...
Do alto
do sinal a cabo
menos de um século
pra contar...
Quem são
as múmias
fazendo sala
nas poltronas?
De quem são
os sarcófagos
à beira mar?
Na cidade
do agito
só há um grito:
as pragas
do Egito
parecem
estar no ar...

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