quinta-feira, 5 de maio de 2011

A Celebração da Morte (em 01/05/2011)




O mundo foi dormir menos humano hoje. Mais brutalizado.
O diferencial de racionalidade da raça está se extinguindo.
Ví líderes, representando os mais diverso países, das mais diferentes nações, mostrarem sua cara para parabenizar alguém pelo assassinato de um semelhante. Um deles, sulamericano, chegou ao absurdo de atribuir a morte de Bin Laden a um milagre de João Paulo II.
Aonde estamos? Paramos de pensar?
Um terrorista a menos no mundo? Ou o mundo se igualando no terror? E na mesmice...
Alguns disseram:
-“Não, não foi vingança. Foi justiça!”
Pergunta pra família dos que morreram se foi justiça e o que é que eles estão querendo agora, se é justiça ou vingança...
O ocidente, representado pela nação “defensora” dos direitos e liberdades, retribui invasão com invasão, terror com terror, mortes com morte!
E mais...
Um povo se une e se reúne para celebrar a morte do “inimigo”...
As ruas se enchem, num festival irracional de manifestações descartáveis, dez anos depois de um ato que chocou e entristeceu o mundo inteiro, como se aquela alegria localizada pudesse apagar ou diminuir a dor de quem perdeu seus parentes e amigos naquele 11 de setembro.
Somos humanos, mesmo?
Há exemplos, na natureza, de predadores que, diante da morte de sua presa, são capazes de “adotar” seus filhotes, cuidando deles para que o ciclo da vida não seja interrompido.
Que exemplos estamos deixando a nossos filhos?
Que filhos estamos deixando pro planeta?
Celebrar a morte de um igual é até aceitável, quando a razão é acreditar que morte é passagem e passagem para uma dimensão melhor.
Sem nenhuma paixão política, sócio-ideológica, racista, não pestanejo ao eleger este tipo de sentimento e atitude como inimigos públicos muito mais perigosos e aterrorizantes do que um Osama ou um Obama. Não importa em que grau, não importa por quais motivos (não nos cabe julgar), ambos ordenaram a morte de semelhantes. E, neste patamar, as diferenças são mínimas.
Poder de destruição. Poder de alienação. Poder de convencimento.
De que lado? Por quais motivos? O que realmente interessa em tudo isso?
Em que, de fato, os humanos racionais estão se transformando...
Não cuidamos do planeta, não cuidamos de nossos sentimentos, não cuidamos de nós mesmos!
É o fim da humanidade?
Ou o final dos tempos?

Um comentário:

  1. Qual o espanto ? É um criminoso a menos na face da terra. Quanto a comemoração, pelo menos teve um motivo menos banal do que costumamos ver. No Brasil, por exemplo, faz-se festa por mediocridades muito piores como o carnaval (não se ofendam os leitores, mas eu escrevo com letra minúscula), futebol, big brother(ou big bosta), pelas espertezas conseguidas, pelos políticos ladrões eleitos, pelas prostitutas que desfilam seus corpos na tv, entre outros. Portanto a irracionalidade já campeia nossa decadente e pútrida sociedade. Não adianta se espantar com un evento menor e ignorar o todo que o cerca.

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