sexta-feira, 27 de maio de 2011

Endereço do tempo



Ei tempo,
onde você mora?
Procurei seu endereço
numa agenda antiga
porque não encontrei
no catálogo do ano
Quem sabe
encontre alguma pista
numa lenda do passado
ou num conto cigano?
Quem sabe
exista alguma lista,
um mapa, uma mensagem,
deixada até por engano...

Ei tempo
não é possível
que não exista um vizinho
alguém
que aponte o caminho
e que te faça
visível...

Ei, tempo,
vou bater na porta
de seu templo
e plantar um verso
em sua horta
Deixar um poema
em sua janela
provar a sombra
da sua varanda
depois brincar
com uma borboleta
amarela
de pique, esconde
e ciranda...

Ei, tempo
não pode sumir assim
nem eu posso fugir de ti...
Quem sabe a gente marca
um dia desses, em seu jardim,
pra desenterrar velhas arcas,
regar as flores nos canteiros,
e acertar, de uma vez,
nossos ponteiros...

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