sábado, 30 de abril de 2011

Casamento Real





Diante do trono
a majestade se revela
a servidão se dobra
a nobreza acende velas
o artista expõe suas obras
a igreja busca janelas
o mendigo suplica por sobras
o bufão quer mesmo é platéia
e a massa, aflita, só cobra
o pão, o circo e a fantasia plebéia
dos contos de fada e castelos
dos beijos nas sacadas e varandas
e a multidão embevecida junta os elos
e se acorrenta às suas próprias demandas
enquanto uns poucos convidados se divertem
nos abastados corredores reais
onde nada se vê mas tudo se sabe,
a turba vive os devaneios virtuais
e entre apertos, na rua, celebra o que lhes cabe
perpetua a coroa, sublimando os monarcas...
Esvaziam suas arcas...
E os herdeiros do trono,
diante do trono, apenas sorriem...
Brindam mais um espetáculo,
a criação de novos mitos...
Tudo programado, cronometrado,
como uma espécie de oráculo,
pompa e circunstância
tocam o infinito.
Está tudo sob controle
no reino saxão...
Uma nova paixão,
o mundo batendo palmas,
via satélite a pequena ilhazinha
mostra a força do leão
e, agora, mais do que nunca,
“Deus Salve também o neto da Rainha!”

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