sábado, 17 de agosto de 2019

Casa da Nanga (um brinde ao inesquecível recanto do Amor entre o Frei e a Santa)



Quem disse que é possível negociar recordações?
Não, não é possível...
Emoções e sensações não são transmissíveis...
Não são visíveis...sequer sensíveis para quem não as vivenciou...
Cada canto, cada detalhe de certos lugares tem uma história silenciosa guardada...
Uma energia maravilhosa...
Na Casa da Nanga, tudo guarda o Amor de Beto e Ângela!
Momentos, lembranças, perfumes, sabores, frios, calores, lareira, cobertores, petiscos, licores, pizzas de frigideira, vinhos, imãs de geladeira, redes, varandas, espreguiçadeiras, janelas, capela, ninho...
Escadas, paisagens, estradas, bagagens, viagens, caminhos...
Filhos, netos, família, memórias de uma época, histórias de tantas vidas...
Quem quer que partisse antes, iria com a certeza de que para o outro o paraíso nunca mais seria o mesmo...
Faltaria sempre o principal...Faltaria a razão...Faltaria o "toque especial"... Que durante anos transformou o comum em fundamental...o "trivial" em incomum!
Parafraseando o poeta, "fundamental é mesmo o Amor!"
A Casa de Nanga sem Beto perdeu metade da alma...
E nestas coisas de ser, mas ser de verdade, não dá pra ser morno, não dá pra ser meio...Tem que ser de verdade, tem que se ser por inteiro!
A casa à venda pode ganhar alma nova...Quem sabe um outro amor a renove?
Mas o que importa é que, da porta pra dentro do coração de Ângela, tudo permanece sagrado, cada cantinho guardado no seu paraíso particular... Tudo ficará eternamente como está! Lembranças queridas de um lugar que se transformou em pomar de recordações de uma vida, num coração a pulsar a saudade sentida de uma lareira a crepitar...Neste coração saudoso, a lenha continua a queimar, a esquentar e a iluminar a terceira etapa de um Amor delicioso,onde esposa e esposo, embora não possam mais se tocar, podem adivinhar e sentir uma outra espécie de gozo, vindo da certeza de que um dia ainda irão se reencontrar...
A "Santa" e o "Frei", na contemplação fervorosa do altar de seus corações, continuam a "namorar" em suas orações, recordações de um lugar......
Estas jamais serão vendidas, alugadas, substituídas...Permanecerão lá! Na terra revolvida pra roseira plantar, no tom da tinta escolhida, na parede definida para o quadro pendurar...
E se recordar é viver, enquanto vida houver, homem e mulher, se perpetuarão a renascer nas conversas das crianças a lembrar...
Daqui, da terra de todos os santos, os "filhos de Aroldo", privilegiados visitantes deste reino, ousam erguer um brinde ao "Santuário de Itaipava" e a linda história de Amor que ali se tornou infinita! Se a saudade faz derreter o olhar, a fé faz a chama do coração virar lareira e à Santa e ao Frei sermos gratos pra vida inteira, por termos tido a graça de nos hospedar num lugar que o Amor escolheu para lar!

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