sexta-feira, 16 de março de 2018

Irmanados na dor ( Solidário com seu desabafo, amiga Mara Clécia, minha homenagem ao seu sentimento!)


"Chegamos ao fim do poço quando ao invés de nos indignarmos com a morte tentamos comparar quem deveria morrer mais!

De verdade... hoje depois de tantas postagens comparado o valor da vida de uma pessoa com outras (como se isso fosse comparável) me enchi de tristeza... tristeza de quase não perceber sinais de humanidade nos meus amigos ( também em mim)... pessoas que vão à igreja, templo, centro, terreiro... e na volta esquecem dos 10 mandatos... pelo que me lembro um deles é “não matarás”! Simples assim... la não diz não mataras policial, la não diz não matarás empresário, la não diz não matarás médicas brancas, la não diz não matarás criminosos, la não diz não matarás ativista, mulher, negra e lésbica! La diz NÃO MATARÁS! Deveríamos estar nos perguntando por que matamos médico, policiais ou assassinos...  ninguém deveria morrer!!! E deveríamos chorar por todos... incluir nas nossas orações aqueles pretos, pobres e da periferia  (PPP) que morrem às pencas nos finais de semana... pelas mãos do crime ou da polícia.... deveríamos colocar juntos em nossas orações os PPPs juntos com os Felipes, Andrés, Pedros que conhecemos e que também morressem, mas em menor frequência... 

Me recuso a perder minha humanidade e achar que uns merecem morrer mais que outos...

E hoje choro pela morte da humanidade, da solidariedade, dá compaixão que via nós brasileiros... estou devastada pq embrutecemos!"
                                                                                 Mara Clécia





Lágrimas escorreram
de mim
quando vi seu olhar
derreter
Irmanados na dor
de sentir nosso país
corrompido
inclusive em seus
próprios sentidos...
julgamentos
sem sentimentos!
Lágrimas banharam
meu rosto
quando vi sua expressão
de tristeza...
Luto diante da falta
de compreensão de um povo
que nem no mais profundo
desgosto
experimenta um pouco
de nobreza...
Não há piada válida
para atos selvagens...
Não há piada digna
quando o assunto
é assassinato!
Há, sim, o eco de uma voz...
Há, sim, a força de uma luta...
Há, sim, a lágrima feroz
que resite à força bruta!
Lágrimas escorreram
de tantos...
Diante da indignação
com os fatos...
Frente à abominação
do ato...
Lágrimas escorreram
como cantos...
Presentes...
Vivos!
Retumbantes!
Como seu desabafo,
filha apaixonada
deste infeliz gigante!

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