sábado, 30 de setembro de 2017

Sobre escaladas e alpinistas





Em várias escaladas, muitos alpinistas têm desistido no meio da subida, se perdido ou até mesmo perdido as próprias vidas por não focarem no essencial...
É preciso sentir-se preparado para enfrentar qualquer montanha. É fundamental ter o foco no patamar que se deseja alcançar! O resto é acreditar! No próprio preparo, intuição e na força que move seus objetivos! Porque, por mais que se planeja e se prepare, é quase certo que o alpinista encontrará, em sua escalada, o desafio do inesperado! Diante deste desafio não há planejamento que resista.
O inusitado faz você quebrar normas impostas, quando não existem alternativas dentro delas.
E na coragem de fazer diferente pode estar a própria sobrevivência do alpinistas e de muitos que virão depois dele. Uma mesma encosta, de uma mesma montanha, trará milhares de desafios diferenciados aos mais intrépidos alpinistas que ousarem desafiá-la. São centenas de milhares de milímetros de rocha agrupada...E há também os imprevisíveis fatores externos e internos... Os ventos repentinos, a chuva não prevista, o frio ou o calor, os deslizamentos, os movimentos bruscos de algum outro alpinista, o coração acelerado, os sustos, a vida animal inesperada, a natureza selvagem, o instinto de sobrevivência, a frustração, a dor, a câimbra, a desmotivação, o cansaço...
Contra o imprevisto há apenas duas opções válidas: a decisão acertada ou a errada!
E aqui entra a questão do imponderável... Entra a história de acreditar que quando o corpo falha, o que resta é acreditar na grandiosa força do espírito! É aquela coisa de fé! De se saber no caminho,
de acreditar que é possível, de confiar no invisível, no indivisível!
A receita de uma boa escalada, se ela existe de fato, é equilibrar as normas essenciais de segurança e ousadia de escolher o próprio percurso, aquele que se adapta a tudo o que você acredita ser preciso para chegar onde deseja. Riscos? Sempre existirão! Mas ninguém pode substituir sua intuição e sua decisão sobre como e por onde escalar! Grandes tragédias do Alpinismo se deram quando alguém resolveu ter a pretensão de controlar tudo e se aventurou pela montanha como se ela fosse propriedade sua...Grandes tragédias também ocorreram, quando alpinistas se preocuparam tanto com as normas e regras, que se tornaram incapazes de agir diante do tal "imponderável desafio do imprevisto"! Como diz Saint-Exupéry, "se ao escalar uma montanha na direção de uma estrela, o viajante se deixa absorver demasiado pelos problemas da escalada, arrisca-se a esquecer qual é mesmo a estrela que o guia"... Diante da inexplorada montanha da vida, todo alpinista deve se perguntar, antes de iniciar sua subida: "Qual é mesmo a luz que me guia?"

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