segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Contemplativo....




Me deixe
contemplar
os olhos
que falam
de emoções
periféricas,
que choram
ilusões
desnutridas,
que fitam
a tristeza
milenar
da exclusão
das palafitas
e o silêncio
cúmplice
e secular
sobre as
favelas
malditas...
Me deixe
contemplar
a revolta
não dita
de quem
não tem
um lugar
e quando
tem, é um
arremedo
de lar,
de coisas
que não
são nunca
descritas...
Me deixe
contemplar...
O derretimento
deste olhar
tão distante,
lapidar
diamante,
cortando
a luz
em pedaços,
quase
sempre
preto
e branco,
normalmente
sem laços!
Me deixe
contemplar...
Este pedido
silencioso
por um abraço
de pai,
ou um colo
de mãe,
pedido
que não
ousa se
manifestar...
Vagueia
sem se
encostar
por terras
onde ninguém
passeia...
Me deixa
contemplar
as pegadas
na areia
do imenso
deserto
deste olhar...
Minhas
lágrimas
podem ser
miragens,
podem ser
oásis,
um pouso
pra descansar...
Saciar
a sede
de atenção,
a fome
de alegria,
a vontade
de se sentir
humano...
Em algum
plano,
tanto
engano
pode se
transformar....
Em algum
lugar...
No fundo
deste
olhar
perdido,
há algum
sentido
que eu
ainda hei
de contemplar!

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